31 de março de 2009

Sentiste?

Desde que estamos nos Açores, há uma pergunta que, de vez em quando, temos de fazer um ao outro. A pergunta é: "Sentiste?" Ontem, por volta das 18h30, o meu marido deu um salto da secretária, pegou na bebé ao colo (que estava a brincar no tapete) e perguntou-me assustado: "Sentiste?" Mais um sismo. E o de ontem à tarde meteu respeitinho.

30 de março de 2009

A casa 57-A

Esta é a casa 57-A, conforme anunciam os seus gigantescos números. Não vá o carteiro ser míope...
(Ao vivo, os números parecem ainda maiores do que na foto)

Quiz Açoriano - continuação

Há 15 dias atrás, comprei uns sapatos de queda corrida.
Alguém sabe o que é isto?
(Não vale para açorianos)

27 de março de 2009

Duas histórias

É raro conseguir ver televisão. Mas, ontem, vi um bocadinho do programa da Judite de Sousa. Era sobre pais que perdem filhos e tocou-me imenso. Hoje de manhã, fui levada a pensar na morte na perspectiva oposta. Quando fui levar o meu filho à escola, ele saiu-se com esta: “Mamã, a minha amiga M. disse que o pai dela está num buraco, com muita terra por cima. Ele morreu.” Até estremeci ao volante. A “amiga M.” tem apenas 3 anos de idade, tal como o meu filho. Que dor! A crueldade da morte leva-nos inevitavelmente a uma reflexão. Vivemos o nosso dia-a-dia como se a vida, nesta terra, fosse eterna. Fazemos planos, juntamos bens, acumulamos faltas de perdão, adiamos decisões importantes, porque “há todo um futuro pela frente”. E se for hoje o nosso último dia nesta terra? Recordo, a este propósito, duas histórias reais, que acompanhei. Dois homens e dois desfechos diferentes. O primeiro homem, estava todos os domingos à porta da igreja, dentro do seu carro, esperando que a mulher e os filhos saíssem do culto. Nunca entrava. Talvez tenha entrado uma ou duas vezes, para ver os filhos participarem nalgum culto de Natal ou de Páscoa. Um dia, ouvi o pastor convidá-lo para ir ao culto e, de dentro do carro, respondeu: “Um dia, hei-de ir.” Nunca chegou a ir. Morreu dali a pouco tempo. O segundo homem era açoriano. Enquanto a mulher e a filha estavam na igreja, ele ficava na rua, à porta, ouvindo a Escola Bíblica Dominical e o culto, em segredo. Um dia, decidiu entrar. Era eu que estava a dar a lição da escola dominical e falava sobre a importância de construirmos a nossa casa sobre a Rocha, em vez de a construirmos sobre a areia. Ele entendeu! “É como a história dos 3 porquinhos: a casa de palha, a casa de paus e a casa de cimento!” – comentou na sua simplicidade. Veio a entregar-se a Jesus, já na sua ilha de origem. Foi ali baptizado. No filme do seu baptismo, é curioso ver a alegria com que se ergueu das águas, tendo levantado os braços no ar e, de seguida, baixou-os em simultâneo, como quem diz: “Yes”. Faleceu dali a poucos meses. Quando o fomos visitar ao hospital, disse-me serenamente, sorrindo, com o seu sotaque açoriano: “Não tenho medo nenhum de morrer”. Partiu para o Senhor.
Enquanto é tempo, eu escolho ser como este segundo homem.

26 de março de 2009

Quiz açoriano

Alguém sabe o que é pôr os "pinhos" na "linha"?
(Esta não vale para os açorianos...)

25 de março de 2009

Glup

Acabei de ver o post (filme) "Rally dos Açores", no Mukankala. Vejo este post numa altura em que acabo de receber instruções superiores para passar a ir uma vez por mês às Ilhas de S. Miguel e Terceira, em serviço. Alguém quer trocar de pele comigo?

EBD

Há 4 anos atrás, a Igreja da Horta tinha duas classes de Escola Bíblica Dominical: a de adultos e a de crianças. Hoje, tem 5 classes: adultos, adolescentes, juniores, crianças e, desde domingo passado, a classe de novos convertidos.
Deus seja louvado!

24 de março de 2009

A espreitar o trânsito...


Linguagem rebuscada

Ele, para mim, referindo-se à história de Sansão e Dalila: "Sabes, mamã, Sansão era um menino que tinha um cabelo muiiito grande. E depois, aconteceu o seguinte..."
(lol)

A RTP Açores dá o exemplo

Dois anos depois, volto a falar neste tema, para dizer que cada vez gosto mais da RTP Açores. Nomeadamente, pelo pormenor que vou referir a seguir: os jornalistas e apresentadores deste canal de televisão são pessoas absolutamente normais, algo raro nos dias que correm. Vou concretizar: são mais ou menos bonitos (ou até pouco bonitos...). Uma das senhoras que apresenta a meteorologia é mesmo rechonchudinha, algo inédito numa apresentadora "do tempo". Outra coisa que admiro é que, em horário nobre, ainda há espaço para apresentadores mais velhos. Aprecio ainda o respeito que os açorianos têm por estes profissionais. Por exemplo, Pedro Moura, apresentador do programa "Bom dia Açores", é tratado pelas pessoas como "o Senhor Pedro Moura". Um exemplo para outros canais, sem dúvida.

Para ti

19 de março de 2009

"Niente"

Esta foto foi tirada há umas semanas atrás, mas é um um cenário que já se tem repetido outras vezes. Chegamos ao híper (o único da ilha) e a estante dos iogurtes está deserta, ou semi-deserta. Isto acontece, normalmente, por causa do mau tempo que não deixa os barcos que trazem os contentores chegarem a bom porto. Nestas ocasiões, lembro-me de quando fazia compras nos hipermercados no continente, com metros e metros de exposição de iogurtes de todas as cores e feitios... Enfim, há que saber viver na abundância e na escassez. E se não houver iogurtes, bebe-se leite, que esse dificilmente acabará por aqui :)

6 de março de 2009

Momentos 2

Ao ver os desenhos animados, há uma palavra que lhe desperta a atenção. Vira-se para mim e pergunta: "Mamã, o que é uma vocação?"
Engulo em seco. "Como é que vou explicar isto a uma criança de 3 anos?", penso eu. Decido arriscar uma explicação mais ou menos perceptível: "Uma vocação é quando Deus faz uma pessoa saber fazer muito bem uma coisa. Por exemplo, uma pessoa pode ter vocação para pintar, ou para cantar, ou para arrumar a casa...". Nisto, ele interrompe-me abruptamente e, com um brilho nos olhos, como quem acabou de descobrir a sua vocação, diz-me com um ar maroto: "...e há quem saiba muito bem desarrumar a casa...".
(lol)

Momentos 1

Ele, para mim, muito entusiasticamente: "Sabes, mamã, Jesus morreu na cruz... e ressuscitou... e nem foi ao médico!"

As minhas respostas

1."Tirei a carta de condução à primeira" - é verdade. Agora, se sou boa condutora ou não, já é outra conversa...
2."Camisas - é aquilo de que mais gosto de passar a ferro" - é verdade. Dá trabalho, mas sinto um gozo enorme no final. (Débora: devo ser mesmo de outro planeta! lol)
3."Repeti um ano na Faculdade" - é verdade.
4."Sou neta de sapateiro, bisneta de padeiro" - é verdade.
5."Sou boa cozinheira" - é mentira. O meu marido acha que eu cozinho bem, mas eu não acredito.
6."Não tenho paciência para ver os debates da Assembleia da República" - é mentira. Hoje em dia é que não tenho muito tempo, mas dantes via os debates em directo na tv. Mas, ainda hoje, se estiver a dar o debate na rádio, é essa a estação que eu escolho. Os debates da Assembleia Legislativa Regional dos Açores também não são maus. lol
7."Mistura húngara, tarte de nata e bola de berlim, são os meus bolos preferidos" - é mentira. Esta foi uma maldadezinha... De facto, mistura húngara e tarte de nata são os meus bolos de eleição, mas a bola de berlim é mentira!
8."Tenho seis irmãos, duas raparigas e quatro rapazes" - é verdade. Eu sou a filha nº 2 desta longa lista.
9. "Calço o 39" - verdade (Daniela: é certo que há 38's que também servem, mas, em regra, calço o 39).

5 de março de 2009

9 factos, 6 verdades, 3 mentiras

A Débora desafiou-me a partilhar 6 verdades e 3 mentiras. Aqui vai:

1. Tirei a carta de condução à primeira.
2. Camisas - é aquilo de que mais gosto de passar a ferro.
3. Repeti um ano na faculdade.
4. Sou neta de sapateiro, bisneta de padeiro.
5. Sou boa cozinheira.
6. Não tenho paciência para ver os debates da Assembleia da República.
7. Mistura húngara, tarte de nata e bola de berlim, são os meus bolos preferidos.
8. Tenho seis irmãos, duas raparigas e quatro rapazes.
9. Calço o 39.


Quais as mentiras? :)

3 de março de 2009

Terra de partidas

A partida de hoje está a ser particularmente difícil para todos nós. Dois anos depois de terem chegado, a esposa e as duas filhas do Natanael deixaram hoje a ilha, regressando para o seu país de origem e para junto da família. Jamais as esqueceremos, jamais... A dor que viveram aqui é daquelas que eu, sinceramente, não sei se teria forças para suportar. Mas a forma como reagiram, sempre fortalecidas no Senhor, com um sorriso nos lábios, sempre prontas para abençoar os outros, marcou profundamente a igreja e também todas as pessoas da ilha que as conheciam (e não eram poucas). Um testemunho marcante. Partiram hoje, alegres, pois como diz o cântico de que gostavam muito: "Esta paz que sinto em minh'alma, não é porque tudo me vai bem/ Esta paz que sinto em minh'alma, é porque o meu Deus é Fiel."

1 de março de 2009

Há 6 anos atrás...

...dois tornavam-se um só.