21 de setembro de 2012

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O nosso mais velho faz hoje sete anos. Por esta altura, em 2005, estava eu e o meu marido embevecidos a olhar para este maravilhoso ser, com pouco mais de uma hora de vida, com 50cm e 3.395kg, vestido com um fatinho azul, oferecido pela avó São, e um casaquinho de malha minúsculo azul, feito pelas mãos da avó Celeste. Tínhamos chegado aos Açores há cerca de 7 meses e meio. Hoje, calça o 33, tem um dente a abanar e diz que nasceu para ser guarda-redes. É o cabecilha dos 3 irmãos, quem dá as coordenadas. É também o seu maior defensor: “Não ralhas com a minha maninha!” Tem um sentido de humor genial desde pequenino e não o tem perdido com a idade. Decorou a letra da música do Carteiro (cantada pelo irmão João do acampamento – ver aqui), depois de a ter ouvido apenas duas vezes. É fã do irmão João. Meigo, muito meigo. Emociona-se (coisa linda num homem). Cómico por demais. Faz amizades com a maior das facilidades. Mete-se com as pessoas, é um simpático. Já viu os filmes do Alvin 500 vezes, mas chora sempre a rir com os diálogos, como se os estivesse a ver pela 1ª vez. Bem-disposto. É sensível à Palavra de Deus, aos louvores. Convidou o seu melhor amigo da turma para ir à igreja e este está a ir sempre aos cultos, mesmo sem os pais. Este ano, quer um bolo do Ratatui e uns ténis com rodas. E vai ter. É o nosso mais velho. Crescendo no Senhor. Tem um dia muito feliz, filho amado.

Nadine



Em quase 8 anos de Açores, nunca tinha visto nada assim. Pela 1ª vez , esta noite enviei uma mensagem para a família a pedir oração. A tempestade tropical Nadine está a passar pelos Açores, em especial no grupo central. A noite foi muito mal dormida. O som forte do vento e da chuva, e a pressão que fazia sobre as casas, não nos deixou descansar. A dada altura, apercebemo-nos que o vento nos arrancou literalmente uma janela que temos no telhado (janela de sótão). Ficámos com um buraco enorme no teto, com o vento e a chuva a entrar por ali dentro. Não sabemos para onde foi a janela … Hoje de manhã, pensámos que as pessoas não íam sair de casa, pois a tempestade continua muito forte. Mas enganámo-nos. Os açorianos estão a fazer a sua vida normal e está tudo a funcionar. Há estradas cortadas, árvores caídas, plantações destruídas, mas nada que impressione os açorianos por aí além. Que povo interessante e corajoso! Hoje não há aviões. As previsões apontam para as 17h como a tão esperada hora de acalmia. Que assim seja.

17 de setembro de 2012

Ar condicionado

O clima dos Açores é bastante húmido e, muitas vezes, a humidade chega aos 80%, 90% e mesmo aos 100%. Numa igreja com um salão pequeno e cheio de pessoas o ar torna-se quase irrespirável e o calor é insuportável. Pela bondade de Deus, algumas igrejas irmãs do Continente, através da Convenção Baptista Portuguesa, fizeram-nos chegar uma oferta para adquirirmos um aparelho de ar condicionado. No nosso contexto, este aparelho não é um luxo, mas uma necessidade grande. No domingo passado, estreámos o novo ar condicionado (que também funciona como desumidificador). Que maravilha... Não se viram mais leques a abanar, nem irmãos de pé, junto à porta da rua, para apanhar ar fresco. Todos estavam bem-dispostos sob uma temperatura agradável. Melhorámos em muito as condições no culto. Deus é tão bom! Muito obrigada aos queridos irmãos do Continente que nos abençoaram! Que Deus vos retribua com a Sua generosa medida.

12 de setembro de 2012

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Na minha vida, tive a feliz coincidência de ter nascido no mesmo dia que a minha mãe. Ela dizia que fui a sua prenda de anos (dos 26 anos). Neste dia, lá em casa, o bolo era sempre só um, com velas para as duas. Só deixei de celebrar este dia em conjunto nos últimos 8 anos, por estar nos Açores. É impossível não recordar a minha mãe neste dia. Será sempre o 'nosso' dia. Porém, a partir deste ano, sou só eu que passo a ficar mais velha :) Velha e grata a Deus por cada dia de vida que me tem dado. Dias cheios das suas bençãos, de lutas também, mas cheios de coisas lindas de recordar. E, confesso, é muito bom ganhar anos de vida e crescer com tudo o que eles nos trazem. Obrigada, meu Deus, pela vida que me tens dado.
(Foto de 2004: fazíamos 27 e 53 anos. 4 meses e meio depois, vim para os Açores )

11 de setembro de 2012

Acampamento de crianças e Festa no Céu

Na semana passada, a Igreja Baptista da Horta organizou um acampamento para crianças e adolescentes, em colaboração com a APEC, com a irmã missionária Clara Barcelos.  Participaram 28 crianças, algumas delas nunca tinham entrado na igreja. O acampamento teve um cariz evangelístico muito forte, sob o tema "O Livro Incomparável". O acampamento foi uma bênção, tendo havido duas conversões: um menino e uma adolescente. Durante uma semana, estas crianças foram à praia, às piscinas, andaram de mota de água, fizeram jogos, trabalhos manuais, concursos, mas, acima, de tudo, e vejo isto pelos meus filhos, aprenderam muito da Bíblia. Decoraram versículos, entoam cânticos, sabem todos os livros do Novo Testamento de cor, dá gosto ver. A equipa de cerca  de 10 irmãos que serviram neste acampamento (cozinhando, limpando, cuidando e aconselhando as crianças) foi maravilhosa. Também eles foram muito abençoados durante esta semana. No domingo, o culto foi dirigido pela irmã Clara e as crianças puderam participar cantando. Foi muito inspirador. Que todos estes meninos e meninas possam crescer sempre no temor do Senhor.
(Agradecemos muito a todos os que oraram por este acampamento)

5 de setembro de 2012

De braços abertos


Esta música é o novo tema da TAP e costuma passar nos ecrãs do avião enquanto viajamos. Nestas férias, pela primeira vez, não cheguei de "braços abertos" porque a pessoa que mais 'sofria' de saudades (a minha mãe) já não estava à minha espera. Mas a alegria e a leveza desta música faz-me sorrir ao pensar no dia em que chegar ao Céu, de braços abertos, e a reencontrar. Vai ser um grande abraço!
(saudades da minha mãe)

4 de setembro de 2012

Dia do pastor e Festa no Céu

No domingo passado, a Igreja da Horta comemorou o Dia do Pastor. Apesar do pastor ser uma pessoa discreta e de não gostar de muito destaque, a igreja da Horta – que é sempre tão querida e extremosa nas demostrações de amor pelo pastor e família ao longo do ano – faz sempre gosto em assinalar esta data e de uma forma especial. Este ano prepararam uma surpresa para o pastor que o deixou sem palavras. Convidaram (sem o pastor saber) o Pastor Jónatas Lopes e a esposa para virem ao Faial. A igreja unida conseguiu trazer este casal do continente (que não conhecia o Faial), pois conheciam a amizade que une estes dois pastores e quiseram fazer esta surpresa. O culto foi maravilhoso, marcado por uma conversão a Cristo de uma jovem que reside na Ilha do Pico, seguido de um almoço-convívio. Esta é uma igreja muito querida para o seu pastor.  Um dia inesquecível, que guardaremos para sempre no coração.

Acampamentos de Jovens 2012

Este ano aconteceu uma coisa curiosa nos acampamentos de jovens batistas. A equipa de pastores que esteve no acampamento dos Açores, na Ilha Terceira, foi a mesma que esteve no acampamento do continente. Rui Sabino e Jónatas Lopes. Nos Açores, este foi o 3º ano consecutivo que estes dois pastores ministram para os jovens. Quer aqui, quer no continente, os acampamentos foram muito abençoados, muito ‘incisivos’ na vida destes jovens, com diversas decisões por Cristo e pelo ministério. Tive a bênção de poder ter estado com o meu marido e os nossos filhos no acampamento do continente (já não ía a um acampamento em Água de Madeiros há mais de 10 anos) e fiquei muito tocada pela geração de jovens que ali encontrei (mais de 100 jovens - foto), uma geração lindíssima, que procura conhecer mais o Senhor, que quer ser aconselhada, quer mudar/melhorar, um potencial enorme. Fui muito abençoada por tudo o que ouvi naqueles dias, muito marcante. Que Deus abençoe muito esta nova geração de jovens e que do seu meio possam sair líderes consagrados que elevem o Nome de Jesus quer no continente, quer na ilhas - é a minha oração.

3 de setembro de 2012

Sinaleira

Sentada ao colo da Filipa, uma querida amiga nossa, a minha filha (sempre muito observadora) sai-se com esta: “Tens muitos sinais na cara.”
Resposta da Filipa, em tom de brincadeira: “Pois tenho, sou uma sinaleira.”
Intrigada, pergunta: “O que é uma sinaleira?”
Filipa: “É uma pessoa que tem muitos sinais.”
Resposta: “Eu não tenho muitos sinais…”- pausa - “Como é que se chama uma pessoa que não tem muitos sinais?"
Filipa:"Não sei..."
A minha filha fica a pensar e depois conclui: "Acho que eu sou só polícia.”

:)

Estavamos nós a apreciar uma fonte de água, que existe na terra do meu marido, que tem uns peixes enormes lá a nadar, quando o meu filho mais velho me perguntou o que é que estava escrito na parede da fonte. Respondi-lhe que dizia “1863” e que, provavelmente, era o ano em que a fonte foi construída. Resposta dele: “Ah!! Então é por isso que os peixes são tão grandes!”

Mães - continuação

Ainda sobre mães que oram, tenho esta memória: quando era pequena, gostava muito de ficar na casa da minha avó materna. Fazíamos coisas diferentes, como passar tardes a descascar ervilhas, favas, a cortar feijão verde aos pedacinhos. Ouvia as suas curiosas histórias e anedotas (ela tinha muita graça), enquanto comia uma filhós aquecida ou uma grossa fatia de pão caseiro com becel (ela não podia comer manteiga). Apreciava a forma como fazia o carrapito, rodeado de ganchos e um toque de laca. Gostava de calçar as suas pantufas de cunha alta. Passou-me bons princípios, puxou-me sempre para a igreja. Era uma matriarca, uma mulher inteligente.  Tenho muitas saudades da minha avó e de ouvir o seu tom de voz grave. Mas uma das recordações mais fortes que guardo comigo é a forma como orava a Deus.
À noite, sentadas na cama, enquanto conversava comigo, de repente, e sem avisar (achava muita graça a isto), levantava a voz e dizia "Ó Senhor..." - e eu percebia que ela já não estava a falar comigo. Era sempre assim. Nunca dava aviso. E enquanto orava fervorosamente (a minha avó era pentecostal), havia sempre uma parte em que o seu tom de voz se alterava para um tom mais emocionado. Era quando orava pelo filho. Pedia sempre para ele voltar para Deus. E isto ficou-me registado. A minha avó já está com Cristo há vários anos, mas nunca me esqueci deste bom exemplo: ser uma mãe que ora. Foi das coisas mais importantes que me passou.