20 de fevereiro de 2014

A guerra

Enquanto passavam no noticiário as imagens do conflito na Ucrânia, o Miguel sai-se com esta: "Estão a ver aquilo na televisão? Parece fogo de artifício, não parece? Mas não é. É uma guerra!" (Pausa) "Querem que eu vos explique a guerra? Eu explico. É assim: os russos querem ser amigos dos ucranianos, mas os ucranianos não querem ser amigos dos russos. Os ucranianos só querem ser amigos dos portugueses. É por isso que há guerra."

19 de fevereiro de 2014

39

Dou por mim muitas vezes a pensar no quanto sou abençoada por poder partilhar a vida ao seu lado. É um homem maravilhoso. Muito meu amigo. Hoje faz 39 anos, o último dos trintas. Recordo-me que fez 30 anos poucos dias depois de termos chegado ao Faial. Éramos só nós os dois. Longe da família, dos amigos, a casa ainda semi-montada. Mas, um grupo de irmãos da igreja bateu-nos à porta e trouxeram-lhe um bolo, salgados, sumos e fizeram-lhe uma festa (tão queridos aqueles irmãos). Nesse ano, nasceu o Miguel, o nosso primeiro filho. Aos 33 anos foi pai da Mariana e aos 36 foi pai do Tomás David. Os trintas ficarão sempre na memória como o tempo em que foi missionário nos Açores, o tempo em que foi pai e, no final, o tempo em que regressou ao continente e o início do pastorado em Queluz. Da minha parte, sinto muita gratidão por poder viver tudo isto ao seu lado e testemunhar o seu amadurecimento, sempre para melhor, fruto da sua contínua dependência do Senhor. É uma inspiração para mim e para as crianças. Gosto tanto dele! Que coração bom. E as gargalhadas dos trintas? São muito melhores que as dos vintes! Por vezes, basta um olhar, uma palavra. O que eu me divirto com o meu Rui Manuel! Parabéns, meu amor. Cada ano de vida que Deus te acrescenta é para mim motivo de profunda alegria e gratidão. A tua vida é a minha também. Amo-te.
(continuas a ser o meu médio-defensivo preferido) 

18 de fevereiro de 2014

Queluz

No culto de domingo, a nossa querida Igreja de Queluz, fez-nos uma grande surpresa, que nos deixou muito sensibilizados. Sem que contássemos, chamaram a nossa família à frente e assinalaram o nosso 1º aniversário em Queluz e o aniversário do meu marido (que vai ser amanhã), entregando-nos ofertas. Da minha parte, recebi um ramo lindíssimo de rosas (tantas rosas), de muito bom gosto (lindas aquelas flores) e que me deixou sem palavras. Tão querida que esta igreja é! Somos tão gratos a Deus por poder estar em Queluz. A minha sala parece um jardim, cheia de flores. E sempre que ali entro e olho para aquelas flores, sinto o amor de quem as ofertou. Tão bom! Que Deus me ajude a retribuir em dobro todo esse amor e cuidado.

14 de fevereiro de 2014

:)

O meu filho confidenciou-me que tem uma borbulha da varicela guardada na carteira. Guarda-a como um tesouro. Há coisas na mente das crianças que não vale a pena tentar compreender. É o mundo deles. Resta-nos sorrir.

Amizade

Ontem, nos Açores, foi o “dia das amigas” e, pela primeira vez, passei esse dia no continente. Pela manhã, enviei mensagens às minhas amigas açorianas, demonstrando-lhes que continuam bem presentes no meu coração. Todas me retribuíram as mensagens, com palavras amigas, demonstrando carinho e saudades. A amizade é algo muito bonito. Foi criada por Deus e tudo o que Deus criou é bom. Mas o ponto alto do dia, foi a meio da manhã. Estava eu no meu emprego, sentada ao computador, mergulhada em papéis, quando vejo uma colega aproximar-se de mim com um enorme ramo de flores, lindíssimo, e deposita-o nos meus braços. “Vieram entregar para ti” – diz-me ela. Eu mal podia acreditar que tal coisa me estava a acontecer! Pareceria uma cena de filme. Abri o cartão que acompanhava as flores e li: “Feliz Dia das Amigas!” Aquelas flores vinham de uma boa amiga que está no meio do oceano. Fiquei com os olhos rasos de água. Abracei duas vezes seguidas a colega que me entregou as flores. Até a minha chefe me veio abraçar, sensibilizada por aquelas flores. É muito bom ver que os laços que criámos nos Açores não se diluem com a distância, nem com o passar do tempo. E perceber que parte de nós ficou lá. E perceber que uma parte de lá, trouxe-a comigo no avião.

11 de fevereiro de 2014

Partilhar

Estavam dois pudins no frigorífico. O Miguel tira um pudim e dá-o à irmã. Tira o segundo pudim para si, mas, de repente, aparece o irmão mais novo a correr, com os bracinhos esticados. O Miguel olha para o pudim, olha para o irmão, hesita por um momento, e, com muita pena, acaba por entregar o pudim ao irmão, dando-lhe uma festinha na cabeça e dizendo: “Sê feliz, pequenino!” (lol)
(E vendo que o irmão mais velho tinha ficado sem pudim, os dois irmãos, sem ninguém lhes dizer nada, deram parte dos seus pudins ao Miguel. Gostei de ver.)

Novos desafios

Não sei explicar bem porquê, talvez seja da minha própria natureza, mas sempre fui uma pessoa receosa de falar abertamente o que me vai na alma. Mas não me considero tímida, talvez uma falsa tímida. É difícil explicar isto. Mas quando tenho de falar (em especial para muitas pessoas) sinto como que uma moinha no peito, que desce pelos meus braços e gela-me as mãos, acompanhada daquele pensamento demovedor: “Será que o que vais dizer tem algum interesse para a conversa, Adriana?» e, por fim, lá está, a desistência e a opção por ficar calada. Sempre foi assim, com muita pena minha, pois sinto que tenho muitas coisas interessantes cá dentro. Toda a minha vida tenho lutado muito contra isto. Não que eu própria tenha definido esse objetivo, mas as circunstâncias da vida têm-me obrigado a enfrentar esta dificuldade. Na igreja, na faculdade, no estágio e ao longo da minha vida profissional, tenho sido sempre colocada em situações em que tenho de falar para muita gente. Só com a ajuda de Deus é que isto tem sido possível. E eu já devia ter interiorizado isto mesmo:  que é Deus que me ajuda e que não depende tudo de mim. Mas, na verdade, continuo sempre a “sofrer” muito quando sei que vou ter de falar. Creio que Deus tem estado, a pouco e pouco, a transformar esse meu traço de personalidade, pois tem colocado diante de mim desafios nessa área. Ultimamente, têm-me surgido convites para falar em público e, pela graça de Deus, depois de muito “sofrer” na preparação das intervenções, acaba por correr bem. Um convite que alegrou muito o meu coração, por um lado, e que me deixou com o sentimento de que sou do tamanhinho de um grão de areia, por outro, chegou-me da parte da união feminina da Igreja Baptista da Horta, que me convidou para ir ao Faial, no verão, para falar no retiro de mulheres. Senti do Senhor aceitar este desafio. Peço que Deus me ajude a não deixar que a timidez impeça a Sua obra. E, ao mesmo tempo, que eu nunca deixe de depender exclusivamente do Senhor para confiar em mim mesma. (E, já agora, orem por mim, por favor!)

8 de fevereiro de 2014

6 de fevereiro de 2014

Celeste

Desde domingo que o meu pensamento e as minhas orações são para a Celeste. É esposa de um pastor, tem 4 filhos e é avó. É da geração da minha mãe. O Alan, marido da Celeste, assumiu o pastorado da igreja a que eu pertencia quando eu tinha creio que 13 anos e acompanharam-me até aos 16. Ficámos sempre amigos. Já depois de regressar dos Açores, estivemos com este casal e nessa ocasião pude conversar com a Celeste, que me abraçou carinhosamente (não esqueço este abraço), dizendo à minha filha Mariana que eu fui uma das suas meninas.
A notícia de que a Celeste se encontra em coma abalou-me muito. Um milagre, é o que peço a Deus.

Foi há 1 ano...





 
 
Foi há 1 ano atrás que todos os nossos pertences seguiram por mar rumo a Lisboa, enquanto nós fazíamos as últimas despedidas, para depois partirmos de avião no dia 8 de fevereiro.

4 de fevereiro de 2014

Mãos largas a pedir

Mariana em oração:
"Senhor, ajuda os pobrezinhos, dá-lhes comida para que eles não tenham fome. Dá-lhes também um sofá e uma televisãozinha." (pausa) "Senhor, ajuda também os doentinhos. Que eles possam ir ao médico e ficar bons. Dá-lhes também um carrinho para que eles possam ir ao médico."