28 de abril de 2016

Homens de Deus

No mês passado, tivemos em Queluz o pastor norte-americano Jaime Kemp e a sua esposa Judith, missionários no Brasil há perto de cinquenta anos, muito conhecidos pelo seu ministério na área da família e pelos (muitos) livros publicados acerca deste tema. Como diz uma amiga minha brasileira "o Jaime Kemp é um clássico". Durante três dias, tivemos oportunidade de aprender muitas coisas com este casal. E uma das coisas que mais me tocou foi um pormenor que Kemp partilhou a meio de uma das palestras: ele é oriundo de uma família com problemas muito sérios a nível de relacionamentos, uma família com muitas rupturas. É filho do terceiro casamento da sua mãe, a qual ainda veio depois a ter um quarto casamento, do qual já não teve filhos dada a idade avançada. Cresceu sob duras agressões verbais (principalmente da parte do pai), num ambiente de guerras constantes entre os pais e entre os irmãos. Pois bem, foi este jovem, com esta sofrida origem, que um dia Deus chamou para desenvolver um (e-n-o-r-m-e) ministério com famílias. Curioso, não é? Quantas famílias os Kemp terão ajudado ao longo de quase 50 anos? E ainda continuam no activo. De facto, é Deus quem capacita os chamados. E porque a obra de Deus é completa, há mais um pormenor maravilhoso nesta história: tanto o seu pai, como a sua mãe, converteram-se mais tarde a Cristo. Inspirador.

27 de abril de 2016

Stand up comedy

Por estes dias, uma pessoa amiga que descobriu o meu blogue deu-me, sem saber, um dos melhores elogios que alguma vez recebi. Disse-me que se eu fosse na oralidade aquilo que sou na escrita, eu dominava uma plateia de stand up comedy. Gostei tanto de ouvir isto! Eu a fazer uma plateia rir a bom rir com as minhas graçolas... Eu gosto tanto de fazer rir os outros! Muitas vezes, porém, a minha timidez não me permite dar largas ao 'borbulhar' de piadas e trocadilhos que trago dentro de mim. É que eu também gosto que me achem graça, mas e se depois não me acharem piada? Que grande constrangimento, penso eu. Na verdade, esta minha faceta não é conhecida de todos, mas apenas por quem me é mais chegado. E quando ouvi as palavras "stand up comedy" lembrei-me logo da minha única experiência deste género, há muitos anos atrás, num acampamento de jovens, devia ter uns 15 ou 16 anos. Foi muito engraçado e também muito constrangedor. Eu tinha contado uma anedota no meu grupo mais chegado de amigas (a anedota do senhor que sempre que comia feijoada passava mal da barriga) e elas 'obrigaram-me' literalmente a contar essa anedota perante todo o acampamento, numa noite social. Repito: a anedota da feijoada!! Foi horrível. Mas foi  muito engraçado também. Eu tive a sensação de que as pessoas riam-se mais do meu ar desesperado, cheio de vergonha e tiques nervosos do que da anedota em si. Decidi então relatar esta minha triste experiência de stand up comedy ao meu marido e, surpreendentemente, ouvi-o dizer-me assim: "Eu lembro-me bem disso. Eu estava lá nesse acampamento." Quase morri aqui. "Estavas lá?" "E ainda assim casaste comigo?" - pensei eu. Uma das coisas que gosto muito no meu marido é que ele acha-me graça. E eu fico toda contente. Na verdade, a oralidade tem sido uma faceta que Deus tem trabalhado na minha vida. Aos poucos, tenho tido algumas experiencias com "plateias", não para dizer apenas piadas, mas para partilhar a Palavra de Deus e experiências de fé. E, curiosamente, vai sendo cada vez menos difícil. Pois não vou na minha força, mas no Senhor. Ainda bem que Deus não usa apenas os capacitados. Ainda bem que temos fraquezas, pois é nelas que Deus aperfeiçoa o seu poder.