Ele era o mais velho de sete irmãos. Oriundo de uma família muito humilde. Zé, era como todos lhe chamavam. Era conhecido pelo seu mau feitio, pela sua impulsividade e até agressividade. Um dia, no meio de uma discussão, pegou na sua inchada e deu com ela na cabeça de um homem. Esteve preso. Um dia, falaram-lhe do amor de Deus e aquele homem, para surpresa de todos, recebeu aquela Palavra no seu coração e deixou Jesus transformá-lo num novo Zé. A partir dali, a sua boca não mais se calou. Mesmo sem grandes estudos, falava a todos do amor de Deus. Mas falava de uma forma tão genuína e tão profunda que punha toda a gente chorar. Todos conheciam o antigo Zé e agora todos viam um novo Zé. Era a vida dele que falava. Agora era calmo, doce, com um coração a transbordar de amor. Conta-se que ele não conseguia pronunciar a palavra “Jesus” sem começar logo a chorar. Assim que começava a dar o seu testemunho na igreja, a congregação ficava em lágrimas ao final de poucas frases. Arrepiava. Ganhou a família praticamente toda para Cristo, num tempo em que os crentes eram sujeitos a perseguições e discriminação. Infelizmente, guardo uma imagem muito ténue deste homem. Recordo-me de ter estado com ele apenas uma vez, era eu muito pequena. Soube que faleceu pouco depois desse dia. Tudo o que sei acerca dele foi-me contado pela minha mãe e pela minha avó, sua irmã. E estas histórias do tio-avô Zé sempre me emocionaram. Como Deus age! Foi por este homem, o mais “terrível”, que o Evangelho chegou à nossa família. E a tantas outras famílias.
2 comentários:
É verdade... também me lembro da avó contar as histórias do tio Zé.
Bolas! É raro o post neste blog que não me faça chorar... e contatar o quanto a minha fé é pequenina...
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