Aqui há tempos, bateram no nosso carro, numa rotunda. O outro carro estava
completamente fora de mão e a culpa foi 100% sua, sem qualquer sombra de dúvida.
O condutor era um senhor na casa dos seus cinquenta e tal anos, com um carro
pequeno. Estava eu e o senhor de pé, lado-a-lado, junto aos carros, à espera da
polícia, quando um condutor que passava por ali, abrandou junto de nós e abriu
o vidro. Olhou-me nos olhos com um ar de raiva e desprezo, gritando furioso: “-
Já viste bem a porcaria que fizeste?" (não foi bem porcaria que ele
disse). E, enquanto dizia isto, a mulher dele, sentada ao seu lado, nervosa e envergonhada, dizia-lhe
assim: “Segue… segue e cala-te!” E sem me dar espaço para dizer nada, meteu
prego a fundo e lá partiu, sempre a gesticular, convencido de que fui eu – a mulher
- a autora daquela triste manobra.
Por estes dias assinalou-se o Dia Internacional da Mulher. E assinalou-se
muito bem.
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Anomalia 120
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