21 de março de 2011

Misakiriki

Deitada ao seu lado, luz apagada, depois de orarmos, pede-me: "Mamã, conta-me uma história da Bíblia!"
-"Ok, eu conto. Mas tem de ser uma pequenina porque já é tarde!" Decido então contar-lhe a história da viúva de Sarepta.
-"Era uma vez uma mulher..." - começo eu.
-"Como é que se chamava a mulher?" - interrompe-me.
-"Não sei, a Bíblia não diz o nome dela."
-"Não diz?"
-"Não, não diz. Mas, vá, deixa-me continuar!" E lá continuo. "Aquela mulher vivia apenas com o filho, pois o seu marido já tinha morrido."
-"Mas ela também tinha um bebé na barriga." - acrescenta ele como se conhecesse perfeitamente a história.
-"Um bebé na barriga? Não tinha nada. Ela tinha apenas aquele filho."
-"Tinha um bebé na barriga, sim senhor. A Bíblia é que não conta." - diz-me muito convicto.
-"Ó filho, mas tu queres ouvir a história como ela é ou vais estar sempre a interromper a mamã?"
-"Continua lá, mamã! Eu não digo mais nada."
-"Pois bem, aconteceu então que essa mulher e o filho não tinham nada para comer, apenas um pedaço de farinha e um pouco de azeite. Foi então que..."
-"Já sei! - interrompe-me bruscamente com um ar de felicidade. E acrescenta: "Misakiriki!"
-"O quê? O que é isso?" - pergunto estupefacta.
-"Misakiriki, era o nome da mulher!"
(Lol)

Coração bom

Há uns bons tempos atrás, o meu filho achava que toda a gente acreditava em Deus. Entretanto, começou a aperceber-se que os meninos da sua escola não oram antes de comer, que alguns deles dizem piadas quando se fala de Jesus e que não vão à igreja. Curiosamente, isto preocupa-o. "A nossa igreja tem tão pouquinhas pessoas" - disse ele há dias, consciente de que muitas pessoas que fazem parte do seu quotidiano não frequentam a nossa igreja. E nós que até andamos satisfeitos por ter sempre os cultos tão bem compostos, por vezes sem muitos lugares vagos, ficámos boquiabertos com a visão missionária do nosso filho. "Ainda somos tão pouquinhos". Há dias, partilhou connosco que perguntou a duas meninas se acreditavam em Deus e que elas lhe responderam que não. "Não? Mas assim vocês vão ter uma vida muito triste e pouco dinheirinho!" - respondeu-lhes na sua inocência. Acho muita graça a este pormenor do dinheirinho. Vou explicar. Nós ensinámos o nosso filho que é Deus quem nos dá todas as coisas, incluindo o sustento. Pois bem, desde então ele pede sempre dinherinho nas suas orações. Mesmo quando agradecemos pelos alimentos, ele sussura-nos sempre "...e pelo dinheirinho!" Certa vez, perguntámos-lhe porque é que ele pedia sempre "dinheirinho" e a resposta dele foi imediata: "É que se Deus nos der mais dinheirinho nós podemos ajudar mais os outros". Enternecedor. Que Deus lhe conserve este coração bom, que tantas vezes tem sido como que a voz de Deus para as nossas vidas.

Pormenores

Acho muita graça a este cão cavalgador. Vejo este cavalo passar, diversas vezes, sempre com o cão montado em cima dele. Desta vez o cão ía sentado, mas por vezes vai de pé, rigorosamente equilibrado sobre as suas 4 patas, muito direitinho. Delicioso...

3 de março de 2011

Preparativos


8 anos

Oito anos depois, hoje voltámos a ver o dvd do nosso casamento. Encantador. Éramos uns meninos. No sofá, os nossos dois filhos acompanhavam o filme impressionados com a beleza do vestido da noiva e os cabelos negros do avô. No final do filme, ficou em nós um sentimento de profunda gratidão a Deus pelo que se passou de lá para cá. Resumindo, hoje a história é ainda mais bonita e mais rica do que há oito anos atrás. O meu marido é um presente do Céu que me surpreende a cada dia. Um coração bom e raro que eu amo muito. Ainda mais do que há oito anos atrás.
(Parabéns para nós)