23 de abril de 2012

Festa no Céu

Os últimos seis meses têm sido especialmente difíceis de viver a 1.700 km de distância da família, devido ao rápido avançar da doença da minha mãe. Na semana passada, tivemos a oportunidade de passar uma semana no Continente, por ocasião do casamento do meu irmão, e foi muito bom poder passar aqueles dias junto dela. A despedida foi naturalmente dolorosa. Regressámos aos Açores, cumprindo o nosso dever de missão, pedindo ao Senhor fortalecimento e ânimo. E o Senhor é muito bom e fiel. No culto de ontem, três vidas entregaram as suas vidas a Jesus, na sequência de um apelo do pastor à Salvação. Um casal e uma jovem que foi mãe há apenas 8 dias. Três vidas que muito amamos e que temos acompanhado e clamado ao Senhor por conversão a Cristo. Uma alegria sem par, muitas lágrimas nos rostos de todos os que estavam presentes naquele abençoado culto. Festa rija a de ontem. Deus seja louvado e engrandecido!

20 de abril de 2012

Ser forte

Por estes dias, já a iniciar a noite, estava nas urgências com o meu filho mais novo, quando presenciei este episódio. Uma das pessoas que estava à espera de ser atendido era um homem, ainda vestido com a roupa do trabalho - nas costas do seu blusão, lia-se em letras grandes o nome da empresa que faz o transporte de passageiros, por barco, entre as ilhas do Faial e do Pico. De repente, aquele homem recebeu uma chamada no telemóvel. Falou pouco, desligou logo e dirigiu-se apressadamente ao guichet de admissão de doentes. “Vou ter de ir embora, estão a chamar por mim. Tenho de ir fazer uma evacuação de uma pessoa do Pico.” (Nota: a Ilha do Pico não tem hospital, apenas tem 3 centros de saúde, pelo que os casos graves têm de ser evacuados para o hospital do Faial). Enquanto dizia isto, ouve-se a médica a chamá-lo. Correu para a entrada das urgências e disse à médica: “Vou ter de ir embora, tenho de fazer uma evacuação! Tenho de ir já!” E já a caminhar para a rua, muito apressado, disse: “Conte comigo daqui a mais ou menos uma hora!”
Ao ver aquele homem sair a correr das urgências, pronto para ir salvar uma vida, ele que também estava doente, mas cujo sentimento de missão o fez esquecer de si próprio e lhe renovou energias, fiquei a admirar aquela atitude tão nobre. Ao mesmo tempo, lembrei-me também do exemplo de Jesus, que depois de ter recebido a notícia de que o seu primo João Baptista tinha sido assassinado, retirou-se para um lugar isolado, mas foi seguido por uma multidão e, em vez de se concentrar na sua dor e mandar aquelas pessoas embora, sentiu-se comovido por aquelas vidas, tendo curado os que estavam doentes e ainda os alimentou, de forma miraculosa. É assim o coração de Deus. É este coração que desejo ter. Um coração que é forte na fraqueza, pois a sua força vem do Senhor. “Porque quando estou fraco, então é que sou forte”. 2 Coríntios 12:10