2 de novembro de 2015

Jorge

Não sei o que lhe deu naquele dia, mas depois de jantar já me tinha pedido comida por diversas vezes. Ora era uma bolacha, ora uma banana. A certa altura, disse-lhe que ía dar-lhe leite e que depois ele ía para a cama sem mais comida. Ficou calado. Dali a pouco, entrou devagar na cozinha, olhou para mim e, na sua sabedoria de 4 anos de idade apenas, começou esta conversa:
"- Mamã, sabes, eu tenho um cavalo...".
"- Eu sei que tens um cavalo." - respondi-lhe.
"- Sabes, o meu cavalo chama-se Jorge." - continuou ele.
"- Ai é? Está bem, Jorge é um bom nome." - respondi-lhe, sem perceber muito bem onde é que ele queria chegar.
Até que ele avança: "- Mamã, o Jorge quer uma tosta!"

Brincar às lojas no séc. XXI

Os meus filhos gostam muito de brincar às lojas. Qualquer canto da casa é bom para montar uma loja, com diversos artigos em exposição e uma caixa registadora a postos. Eu e o meu marido, como sempre, somos os clientes. Por estes dias, o meu filho mais novo (de 4 anos) montou uma loja de motas. Como de costume, comprei-lhe um artigo, dei-lhe o dinheiro (imaginário) e fiquei a aguardar pelo troco. Foi então que ele me fez uma pergunta inesperada. Enquanto marcava os números na registadora, perguntou-me com um ar muito seguro de si: "-Quer com contribuinte?"