31 de agosto de 2011

Hoje, meu último dia em casa com o meu bebé. Amanhã, de volta ao trabalho. "Em tudo, dai graças."

26 de agosto de 2011

Amar

Por estes dias, voltei a lembrar-me deste episódio. Tudo porque a minha irmã ofereceu-me recentemente uma gama de cremes de beleza, só por eu ter comentado que ganhei algumas manchas no rosto, devido à gravidez. A primeira vez que fui a um culto na igreja baptista foi pela mão do meu avô materno. Levou-me a mim e à minha irmã a um culto de Natal. Tinha 10 anos de idade, salvo erro. A minha irmã devia ter 14. Gostámos muito. No final do culto, ofereceram às crianças uns saquinhos com doces, como prenda de Natal. Uns saquinhos maravilhosos, se bem me lembro. Tinham de tudo: chocolates, rebuçados, bombons, tudo! Recordo-me que guardámos aqueles saquinhos para comer em casa, como se de um tesouro se tratasse. Porém, quando vínhamos a pé para casa, passámos por um menino que estava sentado no chão, ao frio, a pedir esmola. A minha irmã, tocada pela mensagem de Natal que tinha acabado de ouvir na igreja, e sem pensar duas vezes, entregou o saco de doces ao menino. Era tudo o que tinha, pois não andava com dinheiro. Fiquei boquiaberta com o seu gesto. Ela não lhe deu um ou dois chocolates, ela deu-lhe o saco todo! O menino fez um ar radiante! Talvez não fosse a oferta que os seus pais mais gostariam que ele levasse ao final do dia, mas foi, sem dúvida, a oferta que o menino mais gostou. E, como se não bastasse, a minha irmã, vendo a alegria do menino, olhou para mim e disse:"Dá-lhe também o teu!" Mas, isso já era demais! Disse-lhe que o meu saquinho ficava para nós as duas, que era uma divisão mais justa, que tantos doces iriam fazer mal ao menino, enfim, não dei o meu saco. Viemos embora, comemos os doces as duas, mas a verdade é que a cada doce que comia pensava naquele menino. Não teve o mesmo sabor. E até hoje me recordo deste episódio e do gesto da minha irmã. Ainda hoje ela faz destas coisas. Com o passar dos anos, também eu aprendi a amar desta forma. Quanto mais nos achegamos a Deus, mais amor temos pelas pessoas que nos rodeiam. Sem nada esperar em troca. É obra de Deus.

Soltas das férias IV

A tentar perder o medo da água (e perdeu!)

23 de agosto de 2011

Pormenor

O meu marido chamou-me para ver um vídeo, no site da Ford, de um carro a estacionar sozinho. Ver aqui (tem de se clicar no vídeo intitulado "sistema de estacionamento automático"). Achei fantástico. Ficou-me, porém, este pormenor atravessado: porque é que puseram uma mulher ao volante? Enfim.

21 de agosto de 2011

Missões e família

Numa das últimas lições de escola dominical que dei aos jovens antes das minhas férias, falámos sobre missionários e, a dada altura, dizia a revista algo como isto: "os missionários abdicam de viver com os seus familiares para cuidar dos nossos familiares". Esta frase bateu-me no fundo do coração. Conheço-a bem. E não é apenas no momento em que o missionário parte para o campo missionário que esta separação dói. Eu pensava que era apenas nesse momento, mas não. Com o passar dos anos, vemos os nossos pais envelhecer, com tudo o que esse processo envolve, e não podemos estar lá, não podemos cuidar deles. Por vezes somos tentados a pensar que "se estivessemos lá... talvez não acontecesse isto ou aquilo". Com o passar dos anos, a separação agora não é apenas entre nós e a família, mas também entre os nossos filhos, nascidos no campo missionário, e a família. É difícil. Mas, em obediência ao Pai, perseveramos onde Ele nos quer e oramos pela família. Fielmente, com todo o amor, o Senhor tem cuidado da nossa família. Certamente melhor do que nós cuidariamos se o fizessemos com as nossas mãos. Vi, por exemplo, a Mão do Senhor quando a minha mãe adoeceu com um cancro que, entretanto, foi milagrosamente extinto há cerca de um ano e pouco. Vejo novamente a Mão do Senhor quando soube que foi aberto um trabalho missionário no bairro dos meus sogros e que a minha sogra, católica, tem ído aos cultos. E sente-se bem, diz gostar muito. Arrepiante. Deus cuida. E com muito amor. Oramos para que esta separação dos nossos familiares seja apenas por um punhado de anos e que todos eles venham a viver, um dia, eternamente connosco, na presença do Senhor.

Soltas das férias III

Numa loja de telemóveis, o meu filho, sem que nos apercebessemos, pega num telemóvel que estava no expositor e, de imediato, soa bem alto um estridente alarme. A empregada da loja, apressada, desliga o alarme e diz: "Este alarme é muito sensivel, dispara logo!". Estupefacto, o meu filho responde: "Vocês têm um bom desparasitante!"

(lol)

12 de agosto de 2011

Soltas das férias II

A minha filha chega a uma praia do continente e diz com um ar muito surpreendido: "Esta areia é castanha!"

(nos Açores as praias são de areia preta)

Soltas das férias I

Os meus filhos apenas estão com os nossos familiares quando vão ao continente de férias. Durante os poucos dias de férias, conhecem diversos primos, tios...e como são pequeninos, acabam por fazer confusão com os parentescos. Por exemplo, quando estiveram com as primas, no meio da alegria e da confusão da brincadeira, dei com a minha filha a chamar o irmão mais novo por "ó primo!"

Noutra ocasião, fomos a casa de uns amigos e, antes de entrarmos, o meu filho, precavendo-se, perguntou-me: "Esta senhora também é nossa tia?" (lol)E por falar em tios, se há coisa boa nas férias é ouvir as minhas sobrinhas chamarem-me "tia"... momentos raros que apenas posso viver de quando em quando...tão bom.

Férias

Deitados, luz apagada, a minha pequenina (de 3 anos) avança: "Vou orar!". Num tom muito fervoroso diz: "Obrigada Jesus por este dia!" (lol) e continua... "Obrigada porque fomos à praia... e porque apanhei pedras... com o pai... e pus as pedras no balde e ...e...molhei um pé...e depois molhei o outro pé... e...e...apanhei outra pedra... e fomos pra casa e comemos e arrumámos e fomos pra cama. Em nome de Jesus, Àmen."

10 de agosto de 2011

Tomás

Fez hoje 4 meses que nasceu o nosso Tomás. Era domingo. A noite tinha sido mal dormida, com o desconforto próprio de quem já passou das 40 semanas de gestação. Quando me levantei, percebi que naquele dia já não ía à igreja. "Deixa-me no hospital e vai para a igreja. Se for para nascer, eu telefono-te." - disse ao meu marido. Eram praticamente dez da manhã quando entrei nas urgências, pelo meu pé, sem dores, mas com sinais daquilo que vim depois a saber tratar-se de um descolamento da placenta.O bebé estava bem, mas mandaram-me ficar deitada em repouso e em jejum para o caso de vir a ser preciso fazer uma cesariana. A parteira que estava de serviço era a mesma que fez os partos dos meus dois outros filhos. Não era ela que estava na escala para aquele dia, mas, por acaso, tinha feito uma troca com uma colega. Quando a vi, pensei logo: "É hoje". Foi então que mandei uma mensagem ao meu marido a contar do descolamento da placenta e a pedir oração. O meu marido já não pregou naquele dia, entregou os trabalhos e veio para junto de mim. Chegou perto das 11h30 e não mais larguei a sua mão. A pouco e pouco comecei então a sentir dores. E a igreja orava por mim. Com o passar das horas, percebi que não iria precisar de uma cesariana. Foi tudo muito rápido, mas, desta 3ª vez, muito doloroso também. Por volta das 14h30 disse ao meu marido para chamar a enfermeira e ele, muito aflito, foi até à porta do quarto e gritou para o corredor: "Ela diz que o bebé vai nascer!" (agora dá-me vontade de rir). Pelas 14h43 nascia o Tomás David, lindo, rechonchudo, a chorar muito e a calar-se no mesmo segundo em que o encostaram ao meu peito. "Um bebé como o dos manuais", como costumamos dizer aqui em casa. Sereno, de sorriso fácil, muito dócil. Já não conseguimos imaginar a nossa família sem o Tomás. É tão amado, tão querido por todos. Dou muitas graças a Deus por este meu filho. Um maravilhoso presente do Pai. Que a sua vida seja sempre para honra e glória de Deus!