31 de dezembro de 2007

2007/2008

O ano de 2007 foi o terceiro que passámos nos Açores. Como o tempo passa a correr... Ao olhar para trás, concluo que foi um ano de lutas profundas, mas também de vitórias tremendas. Só mesmo pela graça de Deus! Olhando para as fotografias deste ano, há duas que tocam-me profundamente: a porta para o apartamento por cima do templo da igreja e as escadas da entrada para o 1º andar. A primeira foto marca o milagre que Deus operou em 2007, disponibilizando aquele espaço à igreja da Horta, como resposta às orações dos Seus filhos. A foto das escadas para o andar de cima representa o futuro. Deus "estendeu as nossas tendas". Acredito profundamente que tudo isto é o começo de algo maravilhoso que Deus quer fazer neste lugar. Não sei se isso acontecerá enquanto aqui estivermos a servir ou se com os nossos sucessores. Mas a visão tem de ser esta: subir, crescer, construir, melhorar.
E 2008 já está nas Tuas mãos, Pai! Faz o teu querer.

29 de dezembro de 2007

Bernardo

Faz-me um pouco de confusão que muitas pessoas se refiram ao bebé que trago na barriga como sendo uma menina. Parece mesmo que já é um facto assente para muita gente. Não é que eu não gostasse de ter uma menina. Para mim é tão bom uma menina como um menino. Mas, não consigo sentir paz em tratar o bebé por "ela" antes de fazer a próxima ecografia. Também eu fui um "segundo filho" e durante nove meses fui um "Bernardo" assumido por todos. Até que o dia 12 de Setembro veio revelar que, afinal, os meus pais tinham era mais outro exemplar do sexo feminino...

27 de dezembro de 2007

A multiplicação dos cabazes

O objectivo era conseguirmos fazer, pelo menos, quatro cabazes de Natal. Todas as semanas, os irmãos da igreja foram ofertando, aos poucos, os alimentos para os cabazes. Farinha, arroz, massas, óleo, azeite, feijão, grão, batatas, açúcar, frutos secos e em calda, bacalhau, bolachas, chocolates, bolos, entre outras coisas. No final, conseguimos completar oito cabazes de Natal, fruto da generosidade dos irmãos. Com este gesto, o Natal de oito famílias foi um pouco mais feliz e o amor de Jesus foi manifesto em cada cabaz entregue.

Recordação

No ano passado, por esta altura, estávamos no Continente a passar as Festas junto da nossa família. Quando regressámos aos Açores, no início de Janeiro, um irmão da nossa igreja disse-nos o seguinte: “O nosso culto de passagem do ano foi muito bom, mas sem vocês não é a mesma coisa. Vocês fazem aqui muita falta.” Não podia imaginar que, este ano, seríamos nós a ter este mesmo sentimento por aquele irmão. Não porque ele se tenha ausentado em viagem, mas porque foi viver definitivamente para junto do Pai. Recordo também o dia em que nos mudámos para a nossa actual casa. A última descarga da mudança foi já perto da meia-noite. Esse irmão, que na altura passou a ser nosso vizinho, veio ajudar-nos a descarregar a carrinha e, quando se apercebeu de que íamos dormir no chão, disse: “O Pastor não vai dormir no chão!” Pegou numa chave de fendas e montou-nos a cama num instante. Não o recordamos com pesar, pois sabemos que está num lugar muito melhor do que esta paradisíaca ilha. Recordamo-lo apenas com saudades e com muita alegria por saber que partiu com o Senhor.
(Em memória do nosso querido irmão Natanael Cubas Siqueira)

Um Natal diferente

Este foi o primeiro Natal que passámos longe da nossa família e da nossa terra. Foi também a primeira vez que preparei uma Ceia de Natal (uma aventura). As deslocações ao Continente são puxadíssimas e com a família a aumentar torna-se cada vez mais complicado. Não é nada fácil passar esta quadra longe dos nossos. As prendas que trocávamos em mãos, este ano assumiram a forma de caixa postal. Ainda assim, foi um Natal muito feliz, passado junto da nossa outra família (a família açoriana) e, acima de tudo, Daquele que é o motivo desta Festa: Jesus.
(Um abraço muito apertado, cheio de saudades para a nossa família)

Cada vez mais açoriano

Passa um autocarro e eu digo: “Olha, fillho, um autocarro!”
Resposta: “Não é um ‘tócarro!”
Eu: “Ai não? Então, o que é?”
Resposta: “Uma urbana!”
(Por aqui, diz-se “urbana” em vez de autocarro)

25 de dezembro de 2007

Adolescentes

Este foi o ano do começo do ministério com os adolescentes. O jantar de Natal foi na passada 6ªfeira, na nossa casa. Foi um serão muito abençoado, em que pudemos agradecer a Deus pelo que aconteceu durante este ano e pedir-Lhe que continue a fazer este trabalho crescer no próximo ano. Os adolescentes são, sem dúvida, uma das grandes bênçãos de 2007 e louvamos muito a Deus por isso!
(Um abraço grande para todos)

Natal

Natal é Deus connosco!
Um Santo Natal para todos

21 de dezembro de 2007

A vida por um fio

Na minha primeira gravidez sofri um grande susto. Nesta gravidez, voltei a passar pelo mesmo, mas com uma diferença: desta vez, temi mesmo pela minha vida. Nunca tinha sentido que poderia perder a vida de uma forma tão real. Tudo aconteceu neste fim-de-semana. Fui a uma reunião de trabalho, noutra ilha. Éramos para regressar da parte da tarde do dia seguinte, mas as previsões de mau tempo fizeram-nos antecipar o regresso para a parte da manhã. Não nos valeu de nada. Alguns minutos depois de termos levantado vôo, o avião apanhou um conjunto de poços de ar seguidos e perdeu o controlo. Começámos a cair, a cair, a cair… Lembro-me de desapertar os botões do casaco, respirar fundo, apertar as mãos geladas com força, fechar os olhos e pedir socorro ao Senhor. Uma colega gritava assustada: “É desta! É desta!”. Os gritos dos passageiros ainda estão bem presentes na minha memória. Aqueles minutos pareceram-me horas. Não havia meio do avião se controlar! Até que o piloto avistou uma aberta e furou as nuvens, voando a uma altitude mais baixa. Antes de aterrarmos, ainda apanhámos ventos cruzados, mas o avião lá conseguiu travar na pista da Horta. Saímos brancos daquela “Sata”. Enquanto esperava pelas malas, ainda me tremiam as mãos. Mais uma vez, Deus cuidou de mim e pude sentir a Sua protecção de perto. Ele é o Deus a quem até os ventos obedecem! Obrigada por mais este livramento, Pai.

Mais uma lição

Hoje de manhã, quando saímos todos de carro, o nosso filho disse-nos que queria ir para a igreja connosco, em vez de ir para a ama. Expliquei-lhe que hoje não era dia de igreja e que eu tinha de ir trabalhar para lhe poder comprar algumas prendas. Ao ouvir esta explicação, fez-me a seguinte pergunta: “Prendas para pôr na Árvore de Natal?”. Disse-lhe que sim, confiante de que este argumento o vencesse. Porém, de imediato, deu-me esta resposta: “A Árvore já tem prendas!”
Fiquei a pensar nisto o resto do dia… A nossa árvore tem apenas duas pequenas prendas (as restantes estão guardadas num sítio que ele não sabe), mas para o nosso filho aquelas duas prendas são o suficiente.

Momentos

Depois de já o ter avisado uma série de vezes de que não deveria fazer uma determinada coisa, o meu filho voltou a repetir a asneira. Assim que o fez, chamou-me para eu ver. Respirei fundo e dei-lhe uma valente repreensão. Quando acabei, ele olhou para mim com um ar muito meigo e, compreendendo que eu tive uma paciência de elástico para com ele, disse-me carinhosamente: “Mamã, tu és boa!”
(sem palavras)

24

Parece que foi ontem que te tiramos esta brutal fotografia, numa manhã de "tubos" gigantescos, na rebentação da praia da Foz. O que eu me ria contigo e com as tuas brincadeiras doidas de pseudo body-boarder. Fizeste 24 anos, "Stallossos"! Mais um aniversário que passo longe de ti, com um mar imenso a impedir que te dê aquele abraço de mana velha babada. Parabéns, meu tesouro! És motivo de orgulho para mim e para toda a família pela pessoa linda que és. E que Deus continue sempre a fazer prosperar o teu caminho!

20 de dezembro de 2007

Faial...

Um ministério muito abençoado, mas um ministério regado com lágrimas.

14 de dezembro de 2007

Mais delícias dos Açores...

Polvo no forno à moda dos Açores (leva canela..)
Queijo de S. João, da Ilha do Pico

Massa sovada

Linguiça com inhames

Bolo de Natal

Feijão no forno à moda do Faial

Tudo começa com um refogado com cebola, alho e linguiça açoriana às rodelas. Junta-se a carne (entrecosto) cortada aos cubos e deixa-se cozinhar até ficar dourada. Junta-se tomate, vinho, massa de malagueta, cravinho, pimenta, e canela. Enquanto se deixa a carne cozinhar, vai-se juntando água, pois deve ficar com algum caldo. Quando a carne estiver bem tenrinha, mistura-se o feijão branco já cozido. Despeja-se tudo num recipiente de ir ao forno, previamente untado com melaço. Leva-se ao forno durante meia hora, até ficar com um aspecto caramelizado.
(De comer e chorar por mais...)

10 de dezembro de 2007

A "tataúga"

(É talvez uma das coisas do Continente de que ele sente mais saudades)

Dois quilos

Durante um dia e meio, o meu filho referiu por diversas vezes esta expressão: "dois quilos". Achei piada ao facto de estar a falar pela primeira em pesos. "Onde é que ele terá ouvido isto?" - pensei eu. Até que ele apontou para o computador e pediu, já desesperado, para ver o filme dos "dois quilos"! Foi então que se fez luz e compreendi o que me estava a pedir. Os "dois quilos" eram isto.

6 de dezembro de 2007

Apanhados RTP Açores

Retalhos da cultura católica açoriana

Apesar de não ser muito do meu feitio, já me habituei a conversar com aquelas pessoas que gostam muito de falar enquanto aguardam uma consulta médica. Hoje, calhou-me uma senhora do Pico. Veio fazer um doloroso exame ao estômago. Disse-me que preferia não pensar muito no que poderá ter de mal dentro de si e, em vez disso, agarra-se muito a Deus. "Antes de vir para aqui até prometi uma graça" - contou-me. "Uma graça" é um género de promessa que funciona do seguinte modo: se tudo correr bem com o exame, ela vai dar a alguém uma "oferta branca", que pode ser leite, pão, farinha, enfim, algo "branco". Se o exame correr mal, não vai dar nada.

Bom serviço público

Hoje, de manhã, fomos com o nosso filho a uma consulta de pediatria, no Hospital. Enquanto aguardávamos na sala de espera, passou uma funcionária a empurrar um carrinho que transportava café e leite quente, chá, bolachas doces e bolachas de água e sal. E, delicadamente, ía perguntando a todas as pessoas que ali estavam se eram servidas - gratuitamente - daquele pequeno almoço.
(Vivam as ilhas!)

Prémios

Os meus queridos amigos Alberto, Alê e os adolescentes da IBON, presentearam-me com dois prémios de uma vez só: Escritores da Liberdade e Blog Cabeça. É sempre bom receber estes prémios e saber do vosso apreço pelas coisas que aqui vou escrevendo. Obrigada, amigos! Cabe-me agora entregar estes dois prémios a outros blogs. Desta vez, vou entregá-los a um blog que tenho vindo a acompanhar desde há um ano e de que gosto muito: o Canto do Jo. Um canto muito edificante e que vale a pena visitar!

4 de dezembro de 2007

Haja imaginação - parte 2

Ainda a respeito dos brinquedos para o Natal, ontem vi um anúncio que me surpreendeu completamente: uma pista de carros para meninas. Nunca tinha pensado em tal coisa! Mas há um pormenor neste brinquedo que o distingue das comuns pistas dos rapazes: tem um shopping incluído. Trata-se da pista da Polly Pocket "Corrida ao Centro Comercial". Nesta perspectiva, já consigo imaginar que as meninas possam gostar de receber uma pista de carros. Então, se se tratar de um centro comercial como este em S. João da Madeira, parece-me que será a escolha certa para este Natal.
(Haja mesmo imaginação...)

Mais um dia...

Previsão para hoje do Instituto de Meteorologia:
Grupo Central: "Períodos de chuva, que poderá ser forte durante a madrugada, passando a aguaceiros. Vento sudoeste muito fresco a forte (40/65 km/h), soprando temporariamente muito forte (65/75km/h), com rajadas até 90 km/h, rodando para oeste e tornando-se gradualmente moderado (20/30 km/h). Estado do mar: mar grosso a alteroso ou tempestuoso, tornando-se cavado. Ondas sudoeste de 4 metros, passando a oeste."
(Estes adjectivos fazem-me cá umas cócegas...)