30 de maio de 2013

Pessoas bonitas 2

Depois de uma semana a viajar pelo Oceano Atlântico, finalmente havia chegado aos Açores o contentor com o recheio da casa da família pastoral que nos substituiu. Ainda lá estávamos quando chegou a carga e pudemos acompanhar a abertura dos caixotes. Uma das primeiras coisas a abrir foram as caixas com as coisas de cozinha. Eram tudo coisas bonitas e novas, pois este casal ainda tem pouquinhos anos de casados. Alguns pratos tinham sido até pintados à mão pela esposa do pastor. Mas, quando ela começou a retirar as coisas dos caixotes estavam muitas coisas partidas… uma e outra… e mais outra… e outra… (até me doía o peito… era peça atrás de peça, tudo em caquinhos). Sei bem o que custa, também já perdi e estraguei coisas em mudanças… e quando são novas é uma dor. Mas, curiosamente, a Liliana, muito serena, ía depositando os cacos no lixo e dizia que não fazia mal, que não era apegada às coisas… e sorria… e lá depositava mais uns quantos cacos no lixo. Que delícia! Nunca esquecerei este episódio e do pensamento que tive naquele momento “Ela tem apego àquilo que realmente importa...um coração no sítio certo".

Pessoas bonitas 1

A minha avó era uma pessoa única. E uma das coisas giras que recordo dela era uma frase que costumava dizer e que revela bem o que é uma pessoa grata, simples e satisfeita com o que Deus lhe dá. Com um ar orgulhoso, dizia assim: “Gosto muito da minha casa, pois consigo aspirar a casa toda com o aspirador sempre ligado na mesma tomada!” 

26 de maio de 2013

Queluz

Lembro-me de o meu marido e eu termos partilhado diversas vezes, ainda nos Açores, que dificilmente iríamos ser tão amados e tão estimados como fomos naquele lugar. "Nunca mais iremos encontrar uma igreja assim". Mas nunca se deve dizer nunca. Sei que ainda só estamos em Queluz há menos de quatro meses, mas o amor, a amizade e o carinho destes irmãos para com a nossa família chega a ser comovente. Somos muito felizes em Queluz. E damos muitas graças a Deus por isso. É tão maravilhoso ver este amor crescer de parte a parte. Muitas vezes, enquanto escuto os irmãos, ou mesmo apenas enquanto os observo sem que se apercebam, sinto-me como Jesus naquela passagem do jovem rico "Jesus olhou para ele e o amou". Só Deus pode dar-nos este amor tão profundo pelas vidas. Um amor consciente, que sabe que as pessoas não são perfeitas (como o jovem rico não o era), mas que sabe que as pessoas precisam tanto de Jesus como eu. Se há coisa em que desejo crescer mais e mais à semelhança de Jesus é neste olhar, neste amor pelas vidas. E que a igreja de Queluz possa também continuar a crescer muito neste amor que faz querer juntar, abraçar, unir corações a Jesus e deixá-Lo transformar-nos à Sua semelhança. 

21 de maio de 2013

Estudo "acompanhado"


Por força das circunstâncias, voltei a ter de estudar. Mas estudar aos 35 anos e com filhos a circundar-me dá nisto... Uns sublinhados muito originais :)

18 de maio de 2013

Pati

Enquanto estive nos Açores, uma das coisas que mais me custava era ouvir a minha irmã dizer-me que tinha muita pena de viver longe de mim e que os nossos filhos não pudessem crescer juntos. Doía-me coração quando ela dizia isto. Mas quis Deus que nos voltássemos a reunir. A minha irmã fez 40 anos por estes dias e amanhã, se Deus quiser, vou poder vê-la soprar as velas, junto da restante família. São momentos que não têm preço. Que Deus te abençoe sempre muito, mana. Continuas uma menina :)

17 de maio de 2013

Isaac

Durante anos aquele homem esperou que Deus que lhe desse um filho. A sua mulher era estéril e, entretanto, já avançada em idade. Mas Deus fez um milagre na vida daquele casal e deu-lhes Isaac. Imagino o que este menino representava para os pais... Tão amado que ele devia ser! Um dia, Deus pediu a Abraão que lhe desse o seu filho Isaac. Às vezes, Deus toca nas coisas mais preciosas da nossa vida. Não é nada fácil, nem simples de entender. Mas é sempre por um bom propósito, percebemos mais à frente. Abraão, surpreendemente, pôs o Seu filho à diposição da Vontade do Senhor. Afinal, o amor que tinha por Isaac - e que era tão imenso - não era maior do que o amor que tinha por Deus. Mas Deus não queria Isaac, só queria ver onde estava o coração de Abraão. Deus devolveu-lhe o filho (e quando Deus devolve uma coisa ainda acrescenta bençãos). Tenho-me lembrado muito desta história ultimamente, pois Deus tem-me pedido alguns "Isaacs" da minha vida. Alguns deles tenho esperança que me sejam devolvidos (mas, se assim não for, aceitarei a Sua soberana vontade), outros "Isaacs" o Senhor quis mesmo e quer mesmo tomar para si (é porque é melhor assim). "Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito", diz a Bíblia. E esta verdade, por vezes  tão dura de viver na prática, é tremenda e transforma-nos completamente. Ainda bem que Deus nos pede os nossos "Isaacs" e não nos deixa acomodar. Pois é no centro da Sua vontade que encontramos a verdadeira felicidade.

16 de maio de 2013

Imaginação fértil

Há algum tempo atrás, o meu filho mais velho, muito angustiado, dizia-nos não saber o que escrever quando lhe pedem para fazer uma composição. Explicámos-lhe que devia descontrair e deixar a imaginação fluir. Pois bem, por estes dias o trabalho de casa era escrever um postal. Quando olhei para o postal que ele escreveu, dizia assim: "Olá Tomás! Estou de férias na selva e vi um leão a dançar um tango..." Ontem, o trabalho de casa foi novamente um postal. Quando li o que escreveu, eis que dizia: "Caro José, estou a escrever-te das zonas frias do Ártico. Os pinguins são lindos e muito disparatados. Volto amanhã às 15h53. Um abraço." 
Haja imaginação! (lol)

Continentalização

Oito anos longe da vida continental é muita coisa. Ainda me estou a adaptar às novidades que vou descobrindo aqui e ali. Por exemplo, no Pingo Doce só se paga com multibanco partir de 20 euros em compras. Sacos já quase ninguém dá, só vendem. Enfim, uma série de pormenores que no Faial inexistem. Mas ontem aprendi uma nova, num café do Parque das Nações. A dada altura, apercebi-me que alguém pediu um "café sem princípio". Sem princípio? O que é isso? A explicação imediata que me deram foi esclarecedora: "Então, um café sem princípio é um café sem o princípio!" Fiquei um pouco baralhada, mas depois de pensar uns segundos, lá percebi "Ah! É um carioca!" Mas, não. A minha conclusão estava totalmente errada. É que não tem nada a ver. Um carioca é o resto do café, é fraquinho. Um café sem princípio é um café igual aos outros, mas em que a pequena chávena só é colocada debaixo da bica da máquina depois de já ter corrido o primeiro jacto de café, que se despediça. Tem a sua arte! Enfim, e foi assim que aprendi que em Portugal continental já há cafés sem princípios.
(Estamos sempre a aprender)

1 de maio de 2013

Famílias

Quando sabemos que o fim dos nossos dias está próximo, somos levados a fazer um balanço do que foi a nossa história e reconhecemos aquilo que é realmente importante na vida. Há mais ou menos um ano atrás, estava eu sentada à cabeceira da cama da minha mãe, ouvindo-a falar sobre a sua experiência como mãe de três filhos, quando, a certa altura, disse-me muito emocionada que lutou muito, mas que gostava de poder ter feito ainda mais pelos filhos. As mães pensam todas assim. Mas, no caso da minha mãe, aquilo que é mais importante nesta vida ela conseguiu dar aos filhos. "Mamã, tu fizeste um bom trabalho. Deus deu-te três filhos e todos eles são crentes". Senti o seu assentimento no sorriso emocionado que me devolveu. Uma das coisas que gosto muito na Igreja de Queluz é de ver pais, com os filhos e netos juntos nos culto, partilhando bancos. Mais ainda, alguns desses pais são também eles filhos e até netos de crentes fiéis, que já partiram para o Senhor. Isto é uma bênção muito grande, ver as crianças e os jovens a crescer sob o ensino bíblico, inseridas em famílias cristãs. Há exceções, é certo. Mas as famílias da igreja começaram, há cerca de uma semana atrás, a orar umas pelas outras. Cada família ora por outra família. Cá em casa oramos pela família do irmão Vicente. Por isso, acredito que Deus há-de completar a obra que iniciou em cada lar. E, no Seu tempo, mais vidas serão alcançadas pelo amor transformador de Jesus.

Nova etapa

Há sete anos e meio que tínhamos o berço no nosso quarto. Nunca o chegámos a desmontar pois havia sempre um novo bebé para o ocupar. Esta semana, o nosso filho mais novo passou para o quarto dos irmãos (a pedido destes). Ainda pensámos que ía ser "sol de pouca dura" e que, logo, logo, voltaria a querer dormir no nosso quarto. Qual quê! É o primeiro a adormecer e dorme a noite toda com os irmãos. No sítio do berço ficou um vazio, mas no quarto do lado a lotação está esgotada. Creio que passámos para uma nova fase: a fase dos filhos crescidos.