30 de novembro de 2007

Haja imaginação!

O Natal está à porta e os anúncios de brinquedos já invadiram completamente os espaços publicitários da TV, em especial nos canais infantis. Como tantas outras mães deste país, a televisão da minha casa passa grande parte do tempo ligada no Panda e, à conta disso, tenho estado atenta aos spots que vão passando, nomeadamente os de brinquedos para rapazes. Toda a gente sabe que os brinquedos dos rapazes são intragáveis: carros, motas, camiões, bonecos feiosos meio-humanos/meio-animais, etc. Mas há um brinquedo que eu ainda não consegui compreender. Chama-se "T-Rex, da Hot Wheels: o dinossauro que come e cospe carros". Mas o que é isto?
(Haja imaginação...)

Cozinheiras da madrugada

Aos 30 anos, com família constituída, envolvida no ministério, com um emprego exigente e uma casa sem empregada doméstica, compreendi finalmente a razão do soar das varinhas mágicas e das panelas de pressão das minhas vizinhas às oito da manhã (o que, em miúda, fazia-me uma tremenda confusão...). Hoje também já faço parte do clube das cozinheiras da madrugada.

29 de novembro de 2007

Ainda não consigo entender...

...como é que as vacas açorianas não rebolam pelas encostas abaixo.

Palavras de pescador

"Aqui nos Açores não se pesca com rede. Pesca-se com anzol. E cada peixe que se consegue apanhar equivale a duzentos peixes pescados noutro lugar."
(Palavras do meu marido numa conversa a respeito do que é ser missionário nos Açores)

27 de novembro de 2007

Ser grato

Desde que o nosso filho começou a orar às refeições, temos agradecido a Deus por coisas pelas quais nunca tínhamos orado antes. Há dias, levou-nos a agradecer por uma salsicha (ele vai a estes pormenores).
Bem que Jesus disse para sermos como as crianças. Tão bons exemplos podemos tirar das mesmas!
(Obrigada, filhote)

Terra de partidas

No domingo passado despedimo-nos de mais uma irmã. Como tantos outros, veio do Brasil com o objectivo de passar uma temporada nos Açores para conseguir juntar algum dinheiro para si e para os seus 3 filhos que ficaram no Brasil. Um ano e sete meses foi o tempo que esteve entre nós. O curioso desta história de vida foi o facto de ter vindo de um país repleto de evangélicos para aceitar Jesus como seu Salvador e ser baptizada numa pequena ilha católica. Fico muitas vezes pasmada com a forma como Deus trabalha na vida das pessoas. Mais do que uma conta bancária recheada, esta irmã acumulou “tesouros no Céu”. Louvado seja o Senhor!
(Até um dia...)

Pormenores

Ao contrário do que acontece no Continente, aqui são as igrejas que ficam todas iluminadas pela noite dentro, enquanto que o comércio fecha às 18h.

Boa gente

Uma amiga açoriana contou-me que no dia do seu casamento, chamou um táxi para a levar ao Registo Civil. Quando o taxista chegou junto dela e deparou com uma noiva, ficou muito emocionado. Pediu-lhe desculpa por não estar vestido à altura do acontecimento e, no final, não lhe cobrou a corrida, fazendo votos de muitas felicidades.

22 de novembro de 2007

O helicóptero

Antes de virmos viver para os Açores, o som de um helicóptero era algo que nos era indeferente. Hoje não é assim. Sempre que ouvimos um helicóptero sentimos aquele desconforto semelhante ao de quem ouve uma ambulância passar. O helicóptero é sinónimo de alguém que está em aflição e que precisa de ser urgentemente evacuado para um hospital maior, na Ilha da Terceira ou em São Miguel. Há dias, ouvimo-lo chegar de madrugada. No dia seguinte, toda a gente comentava esse facto e questionavam-se sobre quem teria sido levado no helicóptero. Tinha sido uma bebé de poucos meses. Conheço alguns casos de pessoas que foram evacuadas. Um deles foi uma rapariga cujo parto se complicou e que tanto ela como o bebé teriam morrido na ilha se não tivessem sido levados para São Miguel.
Acho que mesmo que um dia o Senhor nos leve para fora da ilha, o som de um helicóptero nunca mais me vai ser indiferente.

Hajam molas!

Depois de vários dias seguidos de chuva, fez um dia de vento (MUITO vento). Menos mal. Olho pela janela e pondero se vou ou não estender roupa. A agressividade dos ventos fazem-me não arriscar. Constato, porém, que a minha vizinha, provavelmente em desespero de causa, foi mais corajosa do que eu e encheu o seu estendal de roupa. Sete molas prendem uma camisa e quinze molas um par de calças de ganga!! Começo a fazer contas às minhas molas e concluo que, seguindo esta média, só iria conseguir estender uma meia dúzia de peças.
(Fica para amanhã...ou depois...)

21 de novembro de 2007

Jonas vs Viky

Há quem entenda que Jonas foi engolido por uma baleia. Outros há que entendem que não se tratava de uma baleia, mas sim um "peixe grande". Na Igreja da Amadora havia até um menino que achava que quem engoliu Jonas foi um "atum". Agora, pela mão do meu filho, que recebeu há dias o livro "Joanas e a Baleia", surge uma nova tese: quem engoliu Jonas foi o "Viky"! E não adianta tentarmos demovê-lo desta ideia, explicando que era uma baleia ou um peixe grande, pois está convencidíssimo que foi o "Viky".
(Teólogos de todo o mundo: a discussão volta a estar em aberto.)

20 de novembro de 2007

19 de novembro de 2007

Festa no Céu

Começou a frequentar a nossa igreja em Fevereiro deste ano, a convite de uma amiga. Foi uma das senhoras que esteve presente neste jantar de amigas. Comentava muitas vezes connosco que ouvir a Palavra de Deus transmitia-lhe um bem-estar interior muito grande. Meses depois, dizia-nos que, para além do bem-estar interior, já sentia até como que um vazio, nos dias em que não podia ir à igreja pelo facto de trabalhar por turnos. Faltava-lhe, no entanto, coragem para assumir um compromisso com Deus. Cheguei-lhe a dizer algumas vezes que tudo tem o seu tempo certo e que haveria de chegar o dia em que ela iria sentir-se preparada. Quando regressámos do Continente, veio ter com o meu marido e, num misto de felicidade e acanhamento, confessou que a convidaram para um culto na Assembleia de Deus, em que esteve presente um pregador americano que estava de visita aos Açores, e nesse culto entregou a sua vida ao Senhor. Estava um pouco preocupada porque sempre ouviu a Palavra de Deus na Baptista, sendo nesta igreja que quer continuar, mas converteu-se na Assembleia. Ao perceber a nossa imensa alegria por ter tomado a decisão de seguir a Jesus, rapidamente compreendeu que a denominação em que tomou a decisão não era problema absolutamente nenhum. "Nós não somos os donos da Salvação", disse o meu marido. E é verdade. Deus faz como quer, quando quer e usa quem quer para cumprir os seus propósitos. Damos graças a Deus pela Assembleia de Deus e pelo ministério que desenvolvem aqui na ilha, algumas vezes, até em parceria connosco. Afinal de contas, o mais importante é que voltou a haver mais uma festa no Céu por causa de uma açoriana!
(E, pelo Faial, já foram 12 festas em 2007. Louvado seja o Senhor!)

16 de novembro de 2007

Dois pensamentos

Enquanto passeava pelas ruas do Continente, absorvia todo aquele ambiente urbano, olhava encantada para as muitas montras do comércio, apreciava o movimento, os automóveis, os prédios... Ao mesmo tempo, sentia em mim os abraços e beijos dos meus pais e irmãos, com quem tinha acabado de estar... E nisto, tive este pensamento:"Eu sou daqui, este é o meu lugar." Mas, logo a seguir, tive um outro pensamento: "Não, eu não sou daqui. Eu sou do Céu. Isto é uma passagem."
(Obrigada por me lembrares onde é a minha casa, Pai. E que, enquanto eu estiver por aqui, o meu lugar possa ser sempre aquele para onde me chamares. Apesar de ser difícil.)

No avião

Pela 1ª vez, o meu filho teve direito a um lugar só para ele no avião e a comer uma refeição (pois já paga meio bilhete...). Chegada a hora da refeição, a hospedeira trouxe-lhe a comida (as crianças são servidas em 1º lugar) e perguntou-lhe carinhosamente:"O que é que queres beber?". Ele espreita para as várias garrafas de bebidas que estavam no carrinho da hospedeira e responde muito convicto: "Có-có-ló-la!" (Coca-Cola). A hospedeira, perdida de riso, pergunta-lhe: "Mas tu já bebes Coca-Cola?" E ele responde muito ávido: "Xim!"
(E assim foi:)

12 de novembro de 2007

Já não vivo sem...

... desapertar o botão das calças quando me sento e voltar a apertá-lo quando me levanto.
(Calças de pré-mamã, já vos vi mais longe...)

Reflexos da educação paterna

À típica pergunta: "Preferes um menino ou uma menina?", o meu filho deu a inesperada resposta: "Ê qué um bebé benquica" (leia-se, "Eu quero um bebé do Benfica"). Isto, como quem diz: "O importante é que tenha saúde!"
(Enfim, homens...)

A República da Saudade

Vi esta designação num cartaz exposto na Associação Académica e achei-a adequadíssima a Coimbra: "República da Saudade" - cai-lhe como uma luva! Cheguei a Coimbra com 17 anos e um ar tão deslumbrado e inocente que fui praxada no primeiro instante. Já lá vão seis anos e tal que me despedi de Coimbra, com uma mão cheia de boas recordações. Voltar a Coimbra foi um presente caído do céu.
Na faculdade, tudo permanece intacto: o ambiente, os sons, os cheiros... só os estudantes é que me parecem agora todos muito novos e têm imensos portáteis. Outra diferença, foi espreitar para dentro de uma sala de aula e ver que o professor era um rapaz que foi meu colega de curso. Agora, no final das formações, tinha dois rapazainhes à minha espera, à porta da faculdade. Tinha também um/a outro/a filho/a que me acompanhou em todas as sessões. Muitas coisas mudaram... Coimbra, essa, está mais bonita, mais moderna, cheia de shoppings e novos espaços de lazer. Outra coisa importante a reter foi o facto da senhora do bar ainda me ter tratado por "menina" - foi, no mínimo, revigorante! Tenho muita gratidão para com Deus e para com os meus pais por me terem dado a oportunidade de ali viver e estudar. Foi bom rever-te, Coimbra!

10 de novembro de 2007

1 ano

E, entretanto, o Meus Rapazainhes fez um ano!
(Obrigada, Meggy, por me teres lembrado)

O Deus dos pormenores

Os últimos 5 meses foram esgotantes para nós. Trabalho intenso e algumas tribulações, hoje, graças a Deus, já ultrapassadas. Estavamos desesperados por uns dias de descanso, pois sabíamos que férias não conseguiríamos ter. Há poucas semanas atrás, o meu marido recebeu um convite para ir ao Continente participar numa conferência. Ficámos felizes, pois era uma oportunidade única e, pelo menos ele, iria poder estar uns dias com a família. Poucos dias antes da sua viagem, uma das minhas chefes perguntou-me se eu estaria interessada em ir a Coimbra fazer um curso, com a duração de uma semana. Fiquei felicíssima, pois o curso era na mesma semana em que o meu marido ía viajar. E, assim, lá fomos nós, com o nosso filho, usufruir de duas formações e ainda, apesar de por pouco tempo, rever os pais e os irmãos. Falta ainda contar que, apesar de nos terem pago as viagens, eu estava preocupada com o dinheiro que iríamos gastar no Continente. Mas até disso Deus cuidou. Não é que o Estado, de repente, lembrou-se de me pagar por dois trabalhos que eu fiz durante o meu estágio, há 4/5 anos atrás?
Que dizer sobre tudo isto? Fico sem palavras... Deus é bom, é amoroso em tudo o que faz (e de tudo cuida ao mais ínfimo pormenor).