28 de março de 2007

A quem de direito

Os moinhos vermelhos que aparecem na telenovela "Ilha dos Amores" não são de São Miguel. São os moinhos típicos do Faial, de inspiração flamenga. Lindíssimos.

Meu rico Faial

Tenho acordado por volta das 7:00. Apanho o combóio (lugar sentada é mentira), o metro (ìdem) e, passado uma hora, chego ao lugar onde estou a ter a formação. Já não tenho paciência para estas andanças...

27 de março de 2007

Coincidências

Há uns tempos atrás, uma das minhas melhores amigas convidou-me para o seu casamento, marcado para Março. Expliquei-lhe que ía ser praticamente impossível poder ir ao casamento, pois só tínhamos hipótese de ir ao Continente no verão. Foi com muita tristeza que tive de declinar este convite, pois trata-se de uma grande amiga. Porém, inesperadamente, marcaram-me uma formação para esta semana, em Lisboa. Conclusão: fui ao casamento e com a viagem paga.
(O nosso Deus é um Deus de pormenores)

21 de março de 2007

Para ti, mi hermano


Lembro-me de vermos juntos os Masters of the Universe e de eu te meter medo com o Skeletor (era tão má..). Hoje estás a caminho de ter tornares um Master e eu não caibo em mim de orgulho (e baba). Que Deus te abençoe muito nas terras do Flamenco. E não te esqueças de me trazer "aquele" recuerdo ;)!

20 de março de 2007

A mulher do pastor

Onde é que está a mulher do pastor? A discrição é a sua nota forte. A sua figura dilui-se no meio do rebanho. É ela quem cuida do pastor. Ela é, em boa medida, a culpada pela sua saliente barriguinha. Ela também tem o dever de velar pela saúde espiritual do pastor. Tem o trabalho da casa, tem filhos, tem um emprego, mas também ajuda a cuidar do rebanho. Muitas vezes, fica até tarde a ver o pastor a fazer um curativo a uma ovelha que se magoou. Alegra-se e festeja o nascimento de uma ovelha bebé. Outras vezes, foge-lhe o sono pela preocupação com uma ovelha que não anda bem. Há dias em que o cansaço quase a vence, mas, nesses momentos, o 'Sumo-Pastor' renova-lhe as forças. Ainda assim, a discrição é a sua nota forte…
Oremos por estas mulheres.
(Elas agradecem)

19 de março de 2007

Dia do Pai

Neste dia, quero homenagear quatro pais:
1 - O meu pai. Dele herdei o feitio, em especial, a minha “falsa-timidez” (como ele lhe chama) e as mãos (que é uma coisa que as senhoras não gostam muito de herdar do pai, mas quando olho para as minhas mãos gordinhas lembro-me dele e sinto-o perto de mim – o que dá muito jeito, quando temos a Espanha a separar-nos). Quando eu tinha apenas alguns dias de vida, dedicou-me ao Senhor e estou-lhe eternamente grata por isso.
2- O meu outro pai (não lhe chamo ’segundo pai’ propositadamente). Dele também assimilei o feitio, a tal ponto que as pessoas dizem “A Adriana saiu ao pai”, referindo-se ao meu padrasto. Com ele aprendi a gostar de música, a dar valor aos estudos, a comer maçã de boca fechada, a dar atenção aos diferentes tons de verde de uma paisagem, entre outras coisas.
3 - O meu marido. É pai apenas há 18 meses, mas é um excelente pai. Quando eu não estou, ele cuida do nosso filho tão bem ou melhor do que eu cuido. Quando ele não está, o nosso filho pergunta-me três mil vezes “o papá?”. Dele o nosso filho parece que já herdou o gosto pelo “Ben-qui-que” (Benfica) e a característica de ser um bom garfo.
4- O Pai perfeito. O meu Deus, meu Senhor. Que me amou desde o ventre da minha mãe. Que me tem ajudado a mudar muitas coisas no meu coração. A Ele dedico este dia e lhe agradeço por me ter dado a honra de me tornar Sua filha.

18 de março de 2007

Festa no Céu (continuação)

A pregação do culto de hoje foi muito simples. Foi sobre o oficial do rei a quem Jesus curou um filho. É uma história tão genuína e tão profunda que não precisa de grandes explicações adicionais do Pastor para nos tocar o coração. Terminada a mensagem, fez-se o convite para receber Jesus como Salvador. O convite surgiu com muita naturalidade, no mesmo tom de voz da pregação, sem música de fundo (nem deu tempo). Ficou um silêncio (arrepiante) no salão de culto. E para espanto de todos, vimos uma... duas... três... quatro pessoas a levantarem-se e a irem à frente receber a Salvação. Quatro!
Escrevo este post ainda impressionada com o PODER do nosso Deus...
(Muito obrigada pelas vossas orações pelo ministério aqui no Faial)

16 de março de 2007

O meu petisco

Uma taça de cereais (a minha perdição).

O petisco dele

Orelha de porco (feita por ele), acompanhada com 3 golos do Benfica.

15 de março de 2007

Mateus

Nasceu esta manhã, com 3.600 Kg. Açoriano de genes, alfacinha de nascimento. Filho de um dos pilares da nossa igreja, uma serva do Senhor. Seria o 6º bebé que o meu marido dedicaria ao Senhor, não tivessem os pais "emigrado" para o Continente. Que Deus vos abençoe, querida família (estão no nosso coração).

Acho piada...

... que no bar do hospital se venda pão. Assim, enquanto esperamos pela nossa vez para pedir um café, ouvimos outras pessoas pedirem “seis papo-secos, por favor”, “quatro integrais e oito normais”.

14 de março de 2007

Lugar de encontro

Hoje, pela 4º vez desde que estamos no Faial, fomos ao aeroporto despedirmo-nos de mais uma família da nossa igreja que deixou a ilha para regressar ao seu país. Em breve, uma outra família de açorianos vai partir, mas para emigrar. Por mais difícil que isto seja, os Açores são assim mesmo: um lugar de partidas e de chegadas. Isto faz com que os Açores não se confinem às nove ilhas, mas estejam também presentes nos destinos de emigração onde se fixaram milhares de açorianos. Hoje, os Açores são também um destino de imigração. No domingo passado, chegou na TAP mais uma família de imigrantes crentes. Depois, há também o caso dos jovens, que vão estudar para o Continente e que acabam por arranjar lá emprego ou casamento, não regressando mais. No final do ano passado, partiram seis membros da igreja, em menos de dois meses. Mas depois, outros juntaram-se à igreja. E assim continuamos os nossos dias, procurando dar a conhecer o Evangelho aos que estão, aos que chegam e aos que hão-de partir.

13 de março de 2007

Um só pedido

Há dias em que a ilha me parece deste tamanho...
Que Deus nos renove as forças, é tudo o que eu peço hoje.

12 de março de 2007

À vontadinha

Quando vamos à igreja, mal ponho os olhos em cima do meu filho. Durante a escola dominical, estou na classe de adolescentes e ele vai para a classe das crianças. No culto, enquanto cantamos, eu estou no piano e ele anda de colo em colo. Às vezes, entre os cânticos, ouço-o dizer “mamã” ou “papá” e aponta para nós, todo contente. É quando começa a pregação, que, finalmente, lhe consigo pegar ao colo, mas, nessa altura, já costuma estar a dormir. Ontem, adormeceu ao colo de uma senhora, na casa dos sessenta anos. Ele estava tão consoladinho a dormir que nem eu nem ela tivemos coragem de o passar do colo dela para o meu. Sentei-me ao lado daquela irmã e, de vez em quando, olhava para o meu filho, que dormia profundamente. A certa altura, quando dei conta, a irmã estava a sorrir, meio constrangida. Olho para o meu filho e vejo que tinha a mãozinha a deslizar pelo decote da senhora. Só visto…

10 de março de 2007

Crise de meia-idade

Uma das primeiras coisas que aprendi na igreja (sem que ninguém me tivesse ensinado) foi que as pessoas mais velhas tratam-se por "irmão" e "irmã".
Desde que cheguei aos Açores, para quase todos, deixei de ser a Adriana para passar a ser a "irmã Adriana". E não são apenas as crianças que me tratam assim. Os irmãos mais velhos tratam-me todos por "irmã Adriana". Eu sei que é um respeito e sei que a causa deste tratamento é, em grande parte, o facto de ser casada com quem sou. Mas quando olho para a prateleira dos meus produtos e vejo o meu creme anti-rides, fico a pensar em toda a dimensão do "irmã"...

9 de março de 2007

Coça-gengivas açoriano

O mordedor de eleição do nosso filho: a casca da bola de queijo Ilha Azul.

8 de março de 2007

Louvor

Apesar de ser muito comum falar mal dos funcionários públicos (até há anedotas sobre eles), quero expressar o meu profundo reconhecimento pelo trabalho dos funcionários das Finanças. Eles não se limitam a receber as declarações de IRS. Os mais idosos, chegam às Finanças daqui com um saquinho com todas as facturas que juntaram no ano anterior e entregam-no ao funcionário. Este, por sua vez, separa as facturas por assuntos, soma os valores numa calculadora, preenche os impressos e, por fim, dá entrada com a declaração de IRS.
Querem melhor?

7 de março de 2007

Surpreendente

Sentados no sofá a ler um livro infantil sobre os meios de transporte, o pai aponta para um helicóptero e diz em tom de gozo: "Vá lá, filho, diz lá com as letrinhas todas: helicóptero!"
Resposta: "He-qui-có-po-ro"!
(Toma lá que já almoçaste)

6 de março de 2007

Palavras que vendem

Como dona de casa que também sou, costumo estar mais ou menos atenta aos novos produtos que vão surgindo no mercado. E se há coisa a que acho muita piada é aos nomes que os publicitários 'inventam' para nos convencerem a comprar os seus produtos. Aqui há um tempo atrás, não resisti em comprar um champô que tinha as seguintes palavras mágicas: efeito gloss. O champô já acabou e, sinceramente, fiquei sem perceber que efeito era aquele.
Agora, ando intrigada com outra publicidade: Alguém me sabe explicar o que é Woolite com Procare?

5 de março de 2007

Haja gente séria!

Para comemorar o aniversário do nosso casamento, fomos jantar fora. O critério de escolha do restaurante não foi a qualidade da comida, o ambiente romântico, nem a vista para o mar (se bem que por aqui não é muito difícil encontrar restaurantes com vista para o mar), mas sim o ter ou não ter cadeirinha para o nosso filho. Como não temos cá os avós para dar uma mãozinha, ele tem a sorte de poder estar em todos os acontecimentos. No final do jantar, a empregada de mesa deu-nos a constrangedora informação: “Não temos miultibanque!”

“Qual é o Multibanco mais perto daqui?” - perguntei embaraçada.

“Na Horta!” (tradução: a 4 Km de distância) (tradução 2: aquela freguesia inteira não tem Multibanco!)

“Olhe, nós vamos ter de ir levantar dinheiro…” – disse o meu marido.

“Sim, sim. Tudo bem.”

Quando saímos do restaurante comentei com o meu marido: “Reparaste que a rapariga não nos perguntou o nosso nome, morada ou telefone. Simplesmente disse: ‘Sim, sim. Tudo bem!”

Quando lá voltámos para pagar, a rapariga disse-nos com toda a serenidade que acontece muitas vezes as pessoas não saberem que o restaurante não tem Multibanco, mas que voltam sempre para pagar. Às vezes, voltam um ou dois dias depois, mas que nunca ninguém ficou a dever.

4 de março de 2007

Pela 5ª vez



Hoje, no culto da manhã, o meu marido dedicou ao Senhor o 5º bebé que nasceu na nossa igreja, em apenas dois anos. Isto está a passar-se numa comunidade de cerca de 50 pessoas. Neste momento, já vêm mais dois rapazes a caminho...

3 de março de 2007

Bons brinquedos

Este é outro dos brinquedos preferidos do meu filho.
É um prato de papel do Noddy, que ele trouxe da festa de anos de um amigo.
O prato já perdeu a forma, está super gasto, mas continua a ser um dos seus brinquedos predilectos.

Banana

Estava na cozinha a preparar-lhe a papa. Ele entra e, muito decidido, aponta o dedinho para a cesta da fruta e diz "ba-na-na"!
"Queres uma banana?" - pergunto-lhe.
"Qué!" (quero)
Descasco-lhe a banana, dou-lha e ele corre para a sala, todo contente.
Alguns segundos depois, o meu marido chama-me para eu ir ver o que o nosso filho estava a fazer. Em frente à TV, oferecia banana aos actores da novela da TVI.
(Nem vou falar do estado em que ficou o ecrã...)

1 de março de 2007

E assim foi

Faz hoje quatro anos que dissemos o “sim” perante Deus e os homens.
Chovia a potes. Disseram-nos que “casamento molhado é casamento abençoado”.
E assim foi.

Imigração

Como de costume, todas as 2ºs feiras, depois de sair do emprego, vou para a igreja para reunião de oração de mulheres. Vamos todas, só faltam mesmo as que possam estar doentes. Aqui, as pessoas têm tempo para a igreja, mesmo durante a semana. Damos as mãos e oramos, uma a uma, durante cerca de uma hora. Desta vez calhou-me dar a mão a uma irmã que, por acaso, nunca tinha ficado ao meu lado. Ela deve ser da minha idade, talvez um pouco mais nova. Mas não pude deixar de me comover interiormente com a aspereza da sua mão. Mãos de trabalho pesado. Mãos de imigrante. Também aqui há muitos. São oito mil, só nos Açores.
Desde que passei a trabalhar diariamente com imigrantes que os vejo de outra forma. Sempre convivi com emigrantes bem de perto. Da parte do meu pai, onze em cada dez familiares são emigrantes em França. Mas eu só conhecia o lado do emigrante que vem a Portugal de férias, bem na vida e com um sotaque cómico. Hoje, conheço o lado negro desta história. Aquilo que eles não contam à família que está no país de origem. Eu própria me sinto um pouco “imigrante”, aqui nos Açores. Não é mesmo nada fácil. Estas pessoas estão numa busca fervorosa de algo (uma vida melhor). Que nós, cristãos, os possamos a ajudar a perceber que Jesus é essa “vida melhor” e o resto vem por acréscimo. E que um dia possam voltar para os seus países mais ricos, em todos os sentidos.