31 de dezembro de 2006

Balanço

2006 foi um ano bom! Iniciámo-lo com um bebé de três meses nos braços e terminámo-lo com um rapagão de 15 meses que já corre, salta, fala imensas coisas, come de tudo, risca os móveis, parte molduras e afins. Deus foi-nos ensinando a cuidar dele, longe das nossas famílias. Na verdade, é Deus quem tem cuidado deste menino e nós temos dado uma mãozinha.
Em 2006, Deus deu-me o melhor emprego que já tive na vida. Comprámos um carro de cinco lugares. Nasceram dois bebés na nossa igreja e quatro senhoras engravidaram. Converteram-se almas. O amor de Jesus contagiou pessoas (e que 2007 possa ser o ano da sua conversão). Criei um blogue. Fui pela 1ª vez ao Estádio da Luz e vi o Benfica ganhar 3-0 (se eu não escrevesse esta o meu marido não me ía perdoar). Enfim, aconteceram tantas coisas...
Que 2007 possa ser um ano muito bom para todos nós e para todos vós que passam por aqui!

30 de dezembro de 2006

É constrangedor...

...ver o nosso filho receber prendas lindíssimas e, para desânimo do ofertante (e para nosso constrangimento), vê-lo a dar mais importância ao papel de embrulho ou à etiqueta do presente, do que à prenda em si. Pior ainda, é quando ele despreza completamente o presente e vai mas é brincar com a colher de pau da avó.

29 de dezembro de 2006

Destinos de férias

Não queremos saber de sítios sossegados, nem de passeios à beira-mar. Sempre que vimos de férias ao continente passamos grande parte do nosso tempo a passear nos shoppings e nos hipermercados. Consolamo-nos a ver as lojas, a confusão dos centros comerciais e os preços (tão) baixos de todas as coisas. Regalamo-nos a conduzir nas estradas de cá e a poder andar a mais de 90km/h em certos sítios.
A diferença é que nos cansamos mais depressa. Cansamo-nos de ver tantas pessoas juntas, de ter de esperar em filas para tudo, do trânsito e da dificuldade em arranjar lugar para estacionar.

26 de dezembro de 2006

A nossa surpresa

Não dissemos nada aos meus sogros, foi surpresa absoluta. Depois do culto de domingo, apanhámos "a TAP" (como se diz no Faial) das 13h45 e voámos rumo ao continente. Desta vez, o nosso filho já comeu da sandes que nos servem durante a viagem. Gostou.
Quando chegámos ao aeroporto, o amigo Tiago estava à nossa espera, para nos levar até à casa dos meus sogros.
Quando a família nos viu, foram muitas as lágrimas, os abraços sentidos e as gargalhadas que soaram naquela casa. "Seus malandros! Não disseram nada!"..."Que bom ter-vos cá! É a melhor prenda de Natal que podíamos receber!". Escusado será dizer que o nosso filho foi mais mimado e apaparicado numa só noite do que em muitos meses de vida. A certa altura, perdi a conta às fantasias de Natal que ele já tinha comido. "Deixem lá o menino comer à vontade, o chocolate faz-lhe bem!" "Queres uma filhós, meu amor?" "Queres uma broazinha?" Às duas e meia da manhã, ainda se ouviam as gargalhadas dele. Nessa noite, adormeceu a cheirar a beijos.
Quando vivemos longe da família, aprendemos a dar-lhe mais valor. Essa é uma das coisas boas que temos aprendido a 1700 Km de distância deles. Vamos ficar por aqui uns dias.
Até breve!

23 de dezembro de 2006

Ele está entre nós!

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz". Isaías 9:6

Feliz Natal!

22 de dezembro de 2006

Quando eu não estou em casa..


... o meu marido não passa fome.
(haja imaginação)

21 de dezembro de 2006

Festa no Céu

Sempre gostei muito de uma passagem que diz que quando alguém se torna filho de Deus há festa no Céu. Mas também há uma outra passagem acerca de alguém que já era filho, mas que um dia saiu da casa do pai e, alguns anos mais tarde, voltou para fazer as pazes com ele, e que relata que também neste caso houve uma enorme festa! Fico a pensar qual das duas festas será melhor. Acho que são ambas de arromba!
Ontem foi o dia da "festa" da minha amiga açoriana. Foi uma festa do tipo dois. Em assembleia, declarou querer voltar para "casa" e a família recebeu-a de braços abertos.

20 de dezembro de 2006

Estarei a ouvir bem?

Ele está a passar uma fase giríssima. Todos os dias, faz montes de descobertas! Só nesta última semana, aprendeu a dar beijinhos (dos repenicados), a dizer uma série de palavras novas (saliento o “Nó”, de “Noddy”), come de tudo (como gente grande), mas aquilo que mais me encantou foi ouvi-lo tentar CANTAR!
Estavamos a ver os anúncios na TV, quando, de repente, começo a ouvi-lo balbuciar “ai-ó-é”, “ai-ó-é”… (da música “Ai-olé, ai-olé, é Natal no Intermarché”). Passado uns minutos, ouço-o novamente: “é-i-é-i-é…é-i-é-i-é” (da música da novela da Estrelinha, a “Doce Fugitiva”).
É certo que os seus gostos musicais ainda não estão muito apurados, mas foi um momento delicioso!

19 de dezembro de 2006

Já lá vão 23 anos

Finalmente, tinha chegado o grande dia! Pela mão do meu pai e da minha irmã, fui até à maternidade conhecer o meu irmão mais novo. Com a sua chegada, eu perdia a titularidade de seis anos do estatuto de “filha mais nova”, para passar a ser “a do meio”. Lembro-me que subi as escadas da maternidade num ápice, ansiosa para ver o rosto do meu “irmão rapaz”. Quem já o tinha visto dizia que era um “matulão” e que tinha uns “pés muito grandes” (até hoje…). Era a minha prenda de Natal antecipada.
Recordo-me que vivi intensamente aquela espera de nove meses até ao seu nascimento. Todas as noites, antes de me deitar, dava um beijinho na barriga da minha mãe. Ainda hoje consigo visualizar aquela barriga redonda, enorme! Depois de duas raparigas, Deus abençoava-a agora com um “varão”!
“Queres vê-lo? Anda cá!” – disse-me a minha mãe num sussurro. Entrámos sorrateiramente no berçário e, no meio de muitos berços, lá estava ele… o “matulão”! A minha mãe pegou-lhe ao colo e aproximou-o de mim para eu o poder ver bem. “Ele é um bocadinho roxo”, disse baixinho. “É normal, isso passa!”, explicou-me.
A minha vida nunca mais foi a mesma desde então. Assumi o meu papel de irmã do meio com unhas e dentes, e cuidei daquele menino como nunca tinha cuidado do meu Nenuco (o que ele sofreu nas minhas mãos, tadinho…). Tantas brincadeiras, tantas recordações… até inventámos uma linguagem só nossa! “Ronobotxorobolono”!!
Hoje, é o seu aniversário, o segundo em que eu não posso estar presente. É nestes momentos que dava jeito ser “Moisés” para ir ter com ele num instantinho, dar-lhe um abraço e voltar.
Parabéns, meu querido!
(A mana ama-te muito)

17 de dezembro de 2006

"Volto já"



Pior que uma amigdalite...
... é a recaída de uma amigdalite.

14 de dezembro de 2006

De comer e chorar por mais

Abre-se o goraz ao meio, grelha-se com sal e vai-se borrifando o peixe com vinagre enquanto está na brasa. Depois de grelhado, retira-se a espinha (de preferência).
À parte, fritam-se alhos com azeite, que no fim se despejam sobre o goraz.
(o da foto foi feito pelo marido)

Constrangedor

O meu filho é obececado por bolas. Acorda a dizer 'bola' e deita-se a dizer 'bola'. Repara em todas as bolas que existem: as bolas dos candeeiros de rua, as bolas dos enfeites de Natal, as bolas dos colares das senhoras, etc.
Desta vez, ele viu uma bola onde eu não estava à espera. Apontou o dedo para a barriga de 8 meses de uma rapariga que foi pela primeira vez à nossa reunião de senhoras e gritou "bola"! Está bem visto, sim senhor!

13 de dezembro de 2006

Ainda me faz impressão...

... que os casais novos tenham quase todos uma horta e animais de criação (vacas, porcos, galinhas) em casa.
... que as pessoas daqui chamem "apartamento" à nossa casa (uma pequena vivenda geminada).
... que a minha colega de gabinete tenha um fumeiro em casa.
... que, na 2ªf passada, em resposta à minha pergunta "Como foi o seu fim de semana prolongado?", uma colega me tenha respondido o seguinte: "Estou muito cansada porque fizemos a matança do porco."
(É outra realidade
)

12 de dezembro de 2006

De pequenino...

Foi em criança que me falaram do amor de Jesus por mim e nunca mais me esqueci disto. Também foi em criança que o meu marido começou a despertar para esta Verdade, através de uma classe de Boas Novas. Não há melhor terreno para semearmos a preciosa semente do que no coração de uma criança.
Temos conhecido algumas pessoas aqui na ilha que, em criança, chegaram a frequentar a nossa igreja e que ainda hoje recordam essa experiência. Iam à escola bíblica dominical ouvir histórias e pintar desenhos. Recordam o nome do missionário que cá estava na altura e a casa onde eles moravam. Mais tarde, essas crianças deixaram de ir à igreja, até hoje. Há dias falei com uma rapariga que ainda tem em casa a “Bíblia evangélica” que lhe deram. Tem essa Bíblia aberta num altar que fez em casa, rodeada dos santinhos que herdou da avó. Também tem uma “Bíblia católica”, mas gosta mais de ler a outra. Hoje, é o filho desta rapariga (de 5 anos) quem vai à escola dominical. Começou a ir há quinze dias e já está perfeitamente integrado (as crianças são fantásticas nisto)!
Por vezes, damos menos importância às crianças do que deveríamos dar. Elas percebem mais coisas do que nós julgamos. Fico a pensar nas crianças que estão hoje connosco e desejo profundamente que nunca, mas nunca se desviem deste Caminho. Pois, não há caminho melhor.

11 de dezembro de 2006

Regalitos

Um fatinho de indiana, uma caixa de Guillian, uma bandeira de Cabo-Verde e, hoje, uma caixa de Ferrero Rocher. Prendas dos utentes do meu serviço (imigrantes) a quem Deus me permitiu ajudar. "Consola", como se diz por aqui.

10 de dezembro de 2006

Gracinhas novas

O meu filho pedia-me insistentemente para provar a bebida que estava no meu copo (Guaraná). Dei-lhe a provar. Ele bebeu e disse logo a seguir: "é bom!"
Estavamos a jantar e apercebemo-nos que o canal da TV mudou. Antes de pronunciarmos alguma palavra, o canal volta a mudar. Levanto-me para ver o que se passa e vejo o meu filho a apontar o comando para a televisão, todo entretido.
Nessa mesma tarde, aprendeu a ligar o DVD.

Hoje foi diferente

Muitas pessoas pensam que a vida aqui é de tal modo calma e pacata que temos tempo para tudo e mais alguma coisa. Que grande mentira! O ministério aqui passa muito por um relacionamento próximo com as pessoas - ora na nossa casa, ora na casa deles. Tudo começa pela amizade. Os açorianos precisam de conhecer primeiro quem somos, para depois confiar. Isto requer muito tempo.
Um dos primeiros açorianos com quem o meu marido fez amizade, converteu-se neste verão. Tudo começou pelo Benfica (os homens têm destas coisas). Viam os jogos juntos, depois começaram a ir ao andebol juntos e hoje são companheiros de pesca. Desde há largos meses que frequentamos a casa do pai desse açoriano, onde temos almoçado muitas vezes ao Domingo. Hoje, também lá fomos almoçar, mas foi diferente. O tal açoriano, hoje nosso irmão, pediu que o meu marido fizesse uma oração em voz alta antes de comermos. E o pai do rapaz (dono da casa) consentiu. Estavam 16 pessoas à mesa.
São momentos como este que consolam o nosso coração! Que o Senhor possa completar a obra que começou naquela família.

7 de dezembro de 2006

Avizinham-se tempos difíceis - parte III

Preciso de uma colher de pau e não encontro nenhuma. Vou à procura. Encontro uma no chão da sala, outra na minha mesa de cabeceira e mais outra... dentro da sanita! Entretanto, continuam duas desaperecidas.

6 de dezembro de 2006

Blusa bege

A festa de aniversário da nossa freguesia é das mais giras e animadas da ilha (das poucas que não tem cariz religioso). O palco das actuações musicais fica quase à porta da nossa casa. Este ano, fomos os três petiscar nas barraquinhas dos comes e bebes. Linguiça regional, bolo de milho e sandes de albacora fazem as nossas delícias. O ambiente é familiar e sereno. Depois da filarmónica, é o grupo de cantares quem anima a festa com a chimarrita. Faz-se tarde e pedimos a conta. Trazem-nos um papelinho com uma soma feita à mão e, no cimo da conta, lemos “blusa bege”. Blusa bege? O que é isto? Rapidamente desvendamos o enigma. O “blusa bege” é o meu marido, que estava com um casaco de malha bege vestido. Pois claro, no meio de tanta gente, o rapazinho que servia às mesas tinha de se orientar!

Das duas uma

De manhã, para ir para o trabalho (na Horta) tenho duas hipóteses: ou vou pelo caminho normal e corro o risco de apanhar uma fila de carros no semáforo (atenção: é mesmo “o” semáforo, pois não há mais nenhum em toda a ilha) e demoro cerca de 10 minutos a chegar ao emprego, ou vou por um atalho e demoro cerca de 5 minutos.

5 de dezembro de 2006

O bom marido

O bom marido é aquele que nos oferece um bolinho de Natal para comer no feriado!
Farinha, fruta, melaço, açúcar, ovos, canela, café, noz-moscada, vinho do Porto, aguardente e cacau.
O que eu não contava era ter um concorrente na corrida ao bolo. Aponta o dedinho para o bolo de Natal e pede um pedacinho a toda a hora. Está a engolir o bolo e já vai esticando o dedo novamente para pedir mais.
No Natal do ano passado só bebia leitinho e agora já me dá avanços no MEU bolo...estou feita.

4 de dezembro de 2006

O preço mais alto

Quando decidimos viver para servir, aprendemos a ser desprendidos dos bens materiais, dos empregos, dos lugares, dos hábitos, mas nunca das pessoas que amamos. Mesmo quando Deus nos traz para muito longe, essas pessoas vêm connosco, bem dentro do nosso peito. Este é o preço mais alto que temos de pagar: a saudade. Há dias em que é muito difícil. E Deus sabe disto, pois acredito que não é por acaso que nunca fomos tão acarinhados e tão estimados pelas pessoas, como aqui nesta pequena ilha. E esse amor é tão compensador! É nele que encontramos forças quando vemos o olhar emocionado dos nossos pais e irmãos, na internet.
Mas quando pensamos nas pessoas que hoje estão connosco a servir a Jesus, nas que se converteram, nas que estavam afastadas e voltaram, e nas que estão a ser evangelizadas, a balança tem de continuar a pender para este lado. Não é fácil, mas quando entregamos as nossas vidas para o ministério, a nossa alegria e realização passa a estar nestas coisas. Mesmo havendo um preço alto a pagar.

3 de dezembro de 2006

O inesperado

No culto de hoje, durante a celebração da Ceia, o meu marido diz: "Tomemos o pão!". Faz-se silêncio... e ouve-se o nosso filho dizer bem alto: "PÃ!"

A prova do crime

Ele sabe que não deve mexer nos armários da cozinha,
mas foi mais forte do que ele...

2 de dezembro de 2006

O meu jantarzinho de ontem

Lulas de Mostarda, Filetes de Peixe, Bacalhau à Abade, Vitela à Tailandesa, Lombo de Porco Assado, Escalopes de Frango Grelhados, Saladas Mistas, pudins diversos, frutas, vinhos branco e tinto, águas, sumos, café.
(Foi o jantar de Natal do meu serviço. O Governo Regional é amigo!)