29 de novembro de 2013

Exemplo

Enquanto caminhávamos pela rua, um indivíduo que estava parado a distribuir folhetos, estica o braço e entrega um pequeno folheto ao meu marido. Este recebe-o, olha para o folheto e apercebe-se de imediato que se trata de publicidade a um vidente. Dá um passo atrás, esboça um sorriso terno e, num tom muito amável, diz àquele indivíduo: "Sabe, isto é um engano. Quem tem Deus não precisa disto." O homem, concordando com o meu marido, encolhe os ombros e diz que o mandaram distribuir aquilo, mas ele que deite fora. E eu que observava esta cena, fiquei muito tocada pela atitude do meu marido. Recebo tantos folhetos destes quando ando na rua, destruindo-os de seguida. Outras vezes apenas digo um mero: "Não, obrigada". Mas nunca dei um passo atrás, para dizer o que o meu marido disse. Como eu amo este homem! Desejo ser mais e mais como ele, a cada dia.

Fri-fu-ri-fu

A minha filha gosta muito de fazer desenhos e de os afixar no frigorífico. Por estes dias, entro em casa e ela (que estava em casa com o pai), aparece-me de rompante na entrada, com um ar muito feliz, de quem diz "Fiz algo espetacular, nem te passa!", e, com os olhos a brilhar e os braços a gesticular, diz-me assim: "Mamã, vai depressa ver o desenho que pus no fri-fu-ri-fu!!" (lol)

28 de novembro de 2013

Padrões altos

No fim-de-semana passado, tivemos o Pastor Jaime Kemp em Queluz. Da parte da manhã, falou-nos sobre comunicação e relacionamentos entre casais. Da parte da tarde falou-nos sobre sexualidade. Temas importantíssimos nos dias que correm. Gostámos imenso de o ouvir, foi muito edificante. E, principalmente, da parte da tarde, Jaime Kemp fez um apelo que nos ficou gravado no coração: “Pastores, elevem bem alto os padrões! Ensinem estas coisas!“ Que assim seja.

Uma dor no coração

Quando passávamos pela bilheteira do expresso, os nossos filhos entregavam o dinheiro ao cobrador. Para isto, precisavam esticar o braço sobre o meu ombro e, de vez em quando, as moedas caíam e era preciso recuperá-las. Alguns cobradores ficavam muito irritados. Quando nos afastávamos, as crianças comentavam sobre a raiva deles. “Sabem porque é que aquela pessoa ficou tão furiosa connosco?” – eu perguntava. “É porque ela tem uma dor no seu coração. Aquela é a sua maneira de dizer Por favor, alguém me pode compreender?” Algumas vezes, orávamos pelo cobrador, o que ajudava as crianças a entender que não deviam tomar as raivas dos outros como algo pessoal.
(Gary Smalley, em “A chave para o coração do seu filho”)

27 de novembro de 2013

Cuidado! Aí vêm os pentecostais!

Eu já o tinha lido na minha adolescência e pude agora lê-lo mais uma vez. Foi um dos livros que herdei da minha mãe. “Cuidado! Aí vêm os pentecostais!”, de Peter Wagner. O livro é bem velhinho. O autor, que assume-se como não-pentecostal, e que foi missionário na Bolívia  durante 15 anos, faz uma apresentação bastante imparcial sobre o avivamento pentecostal na América Latina, nos anos 60/70. O relato é acompanhado de dados estatísticos e testemunhos incríveis, levando os leitores (não-pentecostais) a refletir sobre o que poderão aprender com os pentecostais. Relembro que o livro é dos anos 70 e que, nessa altura, o relacionamento entre pentecostais e não-pentecostais era bastante diferente do dos nossos dias. No final do livro, o autor conta uma história que não me sai da cabeça. Um pastor boliviano (não pentecostal) decidiu convidar um pastor chileno (pentecostal), que estava de visita à Bolívia, para pregar no culto de domingo de manhã (nota: no livro diz o nome da igreja e os nomes dos dois pastores). A pregação costumava demorar 20 minutos, mas naquele dia a congregação ouviu atentamente o pastor durante uma hora. A dada altura, o pastor preguntou à igreja “Acredito que os irmãos costumem orar para que Deus acrescente vidas a esta igreja, certo?” Na congregação, várias cabeças movimentaram-se dizendo “sim”. Nisto, o pastor mudou de expressão, franziu as sobrancelhas, esticou o dedo para a congregação e disse num tom de voz elevado: “Pois, essa oração é um pecado! Jesus disse para irem e anunciarem o Evangelho! É tarefa vossa! E, em vez de fazerem o que têm a fazer, dão meia volta e pedem a Deus que o faça!” Pois bem, aparte as opiniões sobre esta abordagem, o certo é que aquela igreja começou a falar cada vez mais de Jesus às pessoas e a convidá-las para irem aos cultos. Começaram a organizar apresentações musicais nas ruas, com testemunhos e uma breve palavra. (nota: era isto que os pentecostais faziam na América Latina, um evangelismo "agressivo" como lhe chama o autor do livro) Resultado: A igreja encheu-se de novas vidas! Os baptismos passaram de anuais a mensais (entre 1 a 27 pessoas por mês). Novos trabalhos foram começados. E tudo isto mantendo as suas doutrinas não-pentecostais. Muito interessante.

Açores

Ontem, o meu filho foi à biblioteca. Qual o livro que escolheu? :)

19 de novembro de 2013

Jovens

Entro na copa do meu serviço e apercebo-me que a C. estava a falar ao telemóvel em francês fluente. Fico boquiaberta. Ela apercebe-se da minha presença, encurta a conversa e termina a chamada. Cheia de curiosidade, pergunto-lhe onde aprendeu a falar francês daquela forma. Envergonhada, diz-me que estudou francês e que chegou a viver algum tempo em França. Diz-me que também fala espanhol fluente, pois também viveu e estudou em Cuba. E, enfim, também fala também inglês. "Mas o que estudaste tu?" A C. é médica veterinária de formação. Neste momento, a C. é quem limpa temporariamente as instalações onde trabalho. Está a pensar seriamente em emigrar. Disse-lhe que apreciava muito a sua atitude de agarrar todo o trabalho que lhe aparece, mesmo tendo ela mais qualificações. Disse-lhe que também já passei pelo mesmo e que foi um tempo muito importante na minha vida. Encorajei-a a confiar o seu futuro a Deus e, no tempo certo, a sua oportunidade chegará. Esta situação mexeu comigo. Que Deus abençoe a C. e tantos outros jovens que se encontram na mesma situação, no nosso país.

18 de novembro de 2013

Cardeal

O trabalho de casa consistia na elaboração de um texto que começasse a partir da seguinte ideia: “Estás em casa e ouves um barulho no sótão…”. Texto do meu filho: “Numa bela noite, ouvi um barulho estranho no sótão. Fiquei preocupado. O que seria? Um rato? Um morcego? Um cardeal?” (LOL)

Gerar filhos

Há uns bons anos atrás, quando ainda se usavam retroprojetores, recordo-me de me ter oferecido para passar a computador as letras dos cânticos da minha igreja (estamos a falar de 2 dossiers A4 dos largos). Pois bem, andava eu nessa azáfama quando recebi a visita de um primo, que volta e meia vinha a nossa casa. Esse meu primo diz-se ateu, porém, caiu no erro de me perguntar se eu precisava de ajuda. Resultado: o meu primo esteve umas boas horas a ditar-me as letras dos cânticos. Confesso que me consolei a ouvir o meu primo dizer “Santo, santo, santo!” “Não há Deus como tu!” “Quebra a minha vida e fá-la de novo” “Dou-Te o meu coração e todo o meu ser, para Ti quero viver!” “Jesus, eu Te amo!” “Aleluia! Aleluia!” Recordo-me que, a dada altura, a minha mãe foi espreitar para ver o que se estava a passar, pois ouviu de longe a voz do meu primo e teve de ir confirmar se era mesmo ele que estava a dizer tais coisas (lol). Recordo-me que quando o meu primo se levantou para ir embora, até estava com outra expressão, meio atordoado… que ‘tareia’ espiritual! Nunca esquecerei este episódio. Pois bem, por estes dias o meu marido ofereceu os meus préstimos para fazer correção de texto de um material de discipulado. Pois, enquanto corrigia os textos (escritos por um estrangeiro), Deus falou profundamente ao meu coração. Só me lembrava do meu primo a “levar nas orelhas”. E uma frase que mexeu muito comigo e que não me sai do coração é a definição de discípulo. O que é um discípulo de Jesus? “Um discípulo é um seguidor obediente de Jesus e que se reproduz.” É esta última palavrinha que me anda a fervilhar no coração: “…que se reproduz”. Não há esterilidade no Reino de Deus, todos podemos gerar filhos! Que assim seja. Não queiramos o Senhor só para nós mesmos.

13 de novembro de 2013

Confiar os nossos filhos a Deus

Já li e ouvi a história de Samuel diversas vezes, mas nunca tinha reparado neste pormenor. Foi através da autora Marylin Hickey que me apercebi dele. Ana, mãe de Samuel, em obediência ao voto que tinha feito a Deus, entregou o seu filho, assim que deixou de ser amamentado, ao Sumo-sacerdote Eli, para que este fosse por ele educado. Agora o pormenor: Eli, segundo nos conta a Bíblia, foi homem temente ao Senhor, mas foi também um mau pai. Repito: um mau pai. Eli não teve mão nos seus dois filhos: Finéias e Hofni (estes nomes fazem-me logo lembrar uma outra dupla de irmãos malandrecos, muito em voga na programação infantil: o Finéias e o Ferb). Os filhos de Eli, diz-nos a Palavra, não queriam saber do Senhor e praticavam pecados atrás de pecados. O mal de Eli foi não repreender devidamente os filhos (Deus tinha-lhe dado essa autoridade e ele não fez bom uso dela). Ora, foi a este homem que Ana confiou o seu amado e único menino. O fruto de anos de oração. O milagre de Deus operado no ventre de uma estéril. Como eu admiro Ana! Mais: foi também com Finéias e Hofni que Samuel cresceu e partilhou o dia-a-dia. Com estes dois! Isto dá que pensar... E agora a parte curiosa desta história: a Bíblia diz que Samuel cresceu como homem e como servo do Senhor, sendo por todos estimado e reconhecido pelo seu temor a Deus. E, ao seu lado, Finéias e Hofni praticavam ofensas atrás de ofensas a Deus, acabando ambos assassinados numa luta contra os filisteus. Samuel não se deixou influenciar. Tremendo! Agora, há outro pormenor importante nesta história: Ana era uma mulher de oração. Ninguém consegue ficar indiferente à forma fervorosa como Ana orou a Deus pedindo que lhe desse um filho. É uma episódio que marca. Acredito que, depois de Samuel nascer, Ana continuou a orar da mesma forma pelo seu filho. A Bíblia conta também que Ana visitava o filho todos os anos e ofertava-lhe sempre uma túnica nova, feita de linho. Que mãe dedicada! E mais: Samuel foi usado pelo Senhor, ainda em menino, para entregar uma importante palavra de Deus a Eli (uma palavra bem dura). Esta mensagem encheu-me o coração e ando constantemente a pensar nela. Ainda não entendi tudo o que o Senhor me quer ensinar, mas prossigo nessa busca. Que o Senhor guarde os meus filhos do mal, como guardou Samuel, e os faça crescer com um coração que teme e ama a Deus, que sabe reconhecer o mal e afastar-se dele. Que os meus filhos possam marcar a diferença e ser usados por Deus para abençoar outros, inclusive adultos. E que nós, pais, tenhamos a sabedoria de entregar os nossos filhos em oração diária a Deus, não desprezando a repreensão e preocupando-nos em vesti-los com ‘capas de linho’. Que Deus nos ajude nesta tarefa.

11 de novembro de 2013

Um coração missionário

Conta-nos a Bíblia que, um dia, enquanto Jesus passava na rua, a sua atenção fixou-se num cobrador de impostos, de seu nome Mateus. Ele era um homem de péssima reputação na sociedade, um grande pecador. Os fariseus, que se consideravam pessoas puras, só queriam distância de homens como Mateus. Mas, Jesus, movido de amor pelas almas perdidas, aproximou-se daquele homem e convidou-o para ser um seguidor de Cristo. Mateus aceitou de imediato. E mais: logo após a sua conversão, Mateus organizou um banquete na sua casa, para o qual convidou Jesus. Nesse banquete estava presente a família e os amigos (pecadores) de Mateus. Desta vez, foi Jesus que aceitou o convite. Mateus não quis guardar Jesus só para si, mas proporcionou um encontro entre os seus amigos e o Salvador! É esta a atitude certa. Partilhar Cristo é uma responsabilidade que o Senhor deixou à Igreja. De certa forma, todos somos chamados para ‘missões’. Como crentes, podemos – e devemos – orar, apoiar e contribuir para missões. E isto é tão importante! Mas, devemos também pedir ao Senhor que nos dê sempre um coração cheio de compaixão pelos que não O conhecem. Um coração como Jesus, que viu Mateus, foi ao seu encontro e fez-lhe um convite que mudou toda a sua vida. Que Deus nos dê um coração missionário, para que muitas vidas possam participar do Grande Banquete! (texto do marido, no boletim de novembro da Igreja Evangélica Baptista de Queluz)

7 de novembro de 2013

:)

Mariana: “- Mamã, já sei o que gostava de receber no Natal.”
Eu: “- Ai sim? E o que era?”
Ela: “- É o Nenuco que tem um braço partido e varicela!” :)
(Fui procurar e descobri que este boneco existe mesmo: é o “Nenuco vai à médica”; e no mesmo pacote vem também uma “Nenuca” que é estrábica e precisa de óculos de correção)

6 de novembro de 2013

Eternidade

Por estes  dias, conversava com uma querida irmã da nossa igreja, cujo marido partiu recentemente para Jesus. Este casal era muito unido, eram dois ‘namorados’. Viveram toda uma vida um para o outro. Crentes fiéis. A dada altura da conversa, aquela senhora pegou-me nas duas mãos, apertou-as com muito carinho e, num tom muito emocionado e muito genuíno, deu-me este conselho: “Aproveite muito bem enquanto tem o seu marido consigo! Aproveite bem! Porque se Jesus o chamar primeiro, sabemos que vai para o Senhor, mas custa muito ficar sem ele.” Hoje, terminei a leitura do livro de Dave Harvey sobre casamento e, curiosamente, o último capítulo deste livro aborda um tema pouco falado: a morte de um dos cônjuges. Não estava à espera de ver este tema num livro deste género, mas ler a história de Jere (viúva, mãe do autor do livro), foi muito tocante. E recomenda-se. Aqui (a partir da pg. 164).  

5 de novembro de 2013

Coração puro

Você já considerou a razão por que não existem relatos que nos mostram Jesus ‘batendo uma porta’ devido a frustração furiosa ou infligindo o ‘tratamento do silêncio’ em alguém que o magoou? Porque Jesus não ficava irritado, ou amargurado, ou hostil? A resposta simples, mas espantosa é esta: quando o seu coração era aquecido pelas circunstâncias, manifestava-se o que havia ali: amor, misericórdia, compaixão, bondade. Cristo não reagia pecaminosamente às circunstâncias de sua vida – até mesmo uma morte atormentadora, imerecida e humilhante – porque o seu coração era puro. O que estava em seu coração transbordava. Era amor!

(“Quando pecadores dizem Sim”, de Dave Harvey)

Diálogos 2

No outro dia, vira-se para mim e pergunta: “- Mamã, qual é a profissão que dá muito, muito dinheiro?” Eu: “- Assim de repente, sei lá, talvez jogador de futebol.” Ele (escandalizado): “- O quê? Um jogador de futebol?” (com ar de quem está a pensar algo do género ‘mas eles nem têm de estudar muito!’) E pergunta logo de seguida: “- Então e os pilotos de avião?” Eu: “- Bem, esses também ganham bem.” Ele: “- Pois, mas eu não gostava de ser piloto. É uma profissão que é uma grande chatice!” Eu: “- Uma grande chatice? Mas porquê?” Resposta dele: “- É uma grande chatice porque eles têm de aguentar muito tempo sem poder fazer xixi!”

Diálogos 1

Miguel: “- Mamã, a Dona F. deve ganhar muito dinheiro, não é? Cada dia trabalha numa casa diferente e ainda trabalha na farmácia ao final do dia!” (nota: esta senhora é empregada de limpeza)
Eu: “Olha que não, antes pelo contrário. Ela ganha pouco em cada sítio onde trabalha, por isso é que tem de trabalhar em tantas casas e ainda na farmácia. Só juntando tudo é que consegue fazer um ordenado mais ou menos bom.”
Passado uns tempos, alguém comentava que o seu filho trabalhava numa farmácia (nota: com licenciatura).
Comentário do meu filho: “Então, ele ganha pouco; a minha mãe é que disse.”
(que vergonha, lol)

4 de novembro de 2013

Cabacos

Pego no último número da revista “Lar Cristão” e pergunto ao meu filho mais novo: “Quem é que está aqui na capa da revista?” Esboça um grande sorriso e responde de imediato: “Xami!” (Sami) Abro a revista e começo a folhear. Dali a pouco, mostro-lhe uma foto mais pequenina, a preto e branco, também do Samuel Úria, que vem no interior da revista, mas em que este aparece com um corte de cabelo mais curtinho. Pergunto: “E quem é este?” O meu filho fica a olhar por uns segundos…hesita…e lá responde muito depressa: “Cabacos!” (Cavaco)