30 de abril de 2007

Uma surpresa

Tiro uma panela do armário para fazer o jantar e dou de caras com isto: um Yoco já comido e uma colher ainda suja de iogurte...
(Os armários da cozinha continuam a atraí-lo com muita força)

Adeus, maravilhosa vista da janela do quarto...


Últimos cartuchos

Estamos a "queimar os últimos cartuchos" na casa do vale. Novamente, a minha casa está toda empacotada. As paredes nuas, o eco e a nostalgia dos momentos que aqui se viveram. Desta vez, está a custar-me deixar as minhas vizinhas. "O que é bom acaba depressa", disse-nos a vizinha da casa do lado direito. A do lado esquerdo ficou com os olhos marejados quando lhe disse que hoje vinha a camioneta da mudança. Foi a primeira casa do nosso filho. Olho para cada cantinho e lembro-me de episódios como a primeira sopa, os primeiros passos, as esquinas onde deu cabeçadas... Não é fácil estar sempre a começar de novo. Na verdade, é muito difícil. Mas há que continuar, de cabeça erguida e olhos no Senhor. Novos vizinhos nos esperam. Novas paredes para testemunhar as nossas histórias. E o desenrolador de fita adesiva vai ficar bem guardado, pois desconfio que ainda não nos vamos ficar por aqui.

Kit de sobrevivência

Esta é uma das peças fundamentais do "Kit de Sobrevivência do Missionário": um desenrolador de fita adesiva. Já não sabemos viver sem ele.

28 de abril de 2007

Podium

Ter um passatempo que nos dá prazer e receber um prémio por isso, é ouro sobre azul. Foi isso que me aconteceu, pela mão da Avozinha. O meu blogue ganhou um Thinking Blogger Award, o que representa um estímulo enorme. E o que mais me emocionou foi o facto de ter sido a Avozinha a atribuir-mo (autora de um dos meus blogues preferidos).
Agora, cabe-me a tarefa de escolher outros 5 blogues para distinguir e vou nomear aqueles que me dão mais prazer de ler:

.Por aqui e por ali - um blogue que dá vontade de não parar de ler. Pequenas partilhas de uma jovem mãe, muito bem escritas, com simplicidade e humor. Um blogue muito bonito.

.Quezia - foi o 1º blogue que conheci. Já tem 4 anos de existência, o que só por si já merece uma distinção. É um blogue edificante, não fosse ele escrito por uma das pessoas mais bonitas que conheço.

.Amar-Ela - a autora deste blogue é a responsável por eu ter criado o meu. É minha irmã, é muito inteligente e é das poucas pessoas que me faz rir a bom rir. É um blogue bem escrito, que fala um pouco de tudo, sempre com muito humor.

.Adolescentes IBON/Alê - é o blogue de um grupo de adolescentes brasileiros cristãos, com breves meditações, muito simples, e que me fazem sempre pensar. Esta distinção é uma homenagem ao povo brasileiro que, nos últimos anos, tem emigrado em massa para Portugal e que nos está a ajudar a construir o nosso País e as nossas igrejas (reconheçamo-lo sem embaraços).

.Blog d'Avozinha - não sei se se podem repetir prémios, mas este é o 1º blogue que eu vejo quando entro na net. Gosto imenso da escrita da avozinha e, principalmente, da experiência de fé por detrás das palavras. Há dias, quando vi estes prémios no blogue da Dulce, pensei assim: se eu tivesse de atribuir este prémio dava-o à avozinha. Por isso, não ficava satisfeita se não o fizesse agora.
Em relação aos que não mencionei, podem ter a certeza que vos leio igualmente e que aprendo com todos vós. Se pudesse, dava o prémio a todos os meus favoritos. E, em jeito de conclusão, quero deixar aqui uma constatação muito minha: os blogues das senhoras são muito mais giros do que os dos senhores ;)!

27 de abril de 2007

Um gesto de amor

Esta é uma cesta com um pequeno-almoço completo. Tem um bule com duas chávenas, panquecas frescas, manteiga, doce, bolinhos, chá, café, leite, sumo, um boião de fruta para o nosso filho, uma caneca do Benfica para ele beber leite, uma bola de brincar e um postal com palavras de amor genuíno. A cesta foi deixada à porta da nossa casa, numa manhã de domingo. Tocaram-nos à campainha e fugiram. Foi a surpresa que os irmãos da nossa igreja nos fizeram no “dia do pastor”.
Que dizer deste gesto? Como não amar estas pessoas tão queridas? É uma igreja que já esteve anos a fio sem pastor. Talvez por isso saibam tão bem estimar estes homens de Deus. Que Deus nos ajude a ser como este povo insular: a saber estimar e honrar os nossos pastores.

Sotaque entranhado

Filho, repete comigo: "Pa-pá!, Pa-pá!"
Ele: "Pa-paiii!"
(Desisto, já não há nada a fazer...)

Preferências

Pomos-lhe o prato com a papinha ou com a sopa à frente e ele responde-nos:
- "Caninha!"
(tradução: ele preferia carninha)

Os últimos dias antes da mudança...


Vou ter saudades deste vale...

26 de abril de 2007

Mic Mac



Conhecem? Sumo de maracujá dos Açores. Uma delícia. Este pacote de 1litro anda na casa dos 80/90 cêntimos.

A nº1

A melhor manteiga dos Açores não é a "Milhafre", nem a "Loreto". A melhor é a "Ilha Azul", fabricada no Faial. Pena é que, tanto quanto sei, não se vende no Continente.

Falta de chá

Já me arrependi mil vezes de ter comprado os meus óculos novos. Não é que não goste deles (antes pelo contrário), mas não são o modelo mais indicado para quem tem um filho de um ano e meio. Recentemente, e depois de várias ameaças, ele conseguiu partir-me a armação. Dirigi-me a uma casa de óculos para os tentar concertar, mas a solução mais imediata foram umas lentes de contacto descartáveis. A certa altura, o empregado da óptica perguntou-me o meu nome completo. Mal acabei de o dizer, olhou para mim e disse-me com o maior dos à vontades: “Que nome tão estranho!”. Eu, profundamente indignada, mas a tentar manter a calma, respondi-lhe que, de facto, os meus apelidos são um pouco fora do vulgar. Mas o dito senhor, voltou à carga e rematou com a seguinte frase: “É que os seus nomes não têm mesmo nada a ver uns com os outros!” Comecei, então, a sentir uma coceira na ponta dos dedos da mão (para lhe apertar o pescoço), mas, entretanto, o senhor da óptica disse-me que as lentes eram de graça. E assim tudo terminou em paz.
(Haja paciência…)

Agradecimento

Há 5 meses e tal que tenho este blogue e tem-me feito muito bem. É muito mais fácil para mim expressar-me escrevendo do que a falar (quem me conhece pode confirmar). Tem sido muito recompensador saber que sou lida por pessoas que muito estimo e admiro. Tem sido igualmente recompensador receber o feed-back de pessoas que não conhecia (e que hoje é como se já fossem parte da família). O meu principal objectivo é que as histórias que vos conto possam servir para ficarem a conhecer melhor esta nossa realidade e o ministério do Senhor no Faial. E, sempre que se lembrarem, não se esqueçam de orar por nós.
Muito obrigada, queridos amigos!

25 de abril de 2007

Alargamento de conceitos

Quando eu era solteira, um dia de sol era simplesmente um dia de sol. Hoje, um dia de sol é um dia de sol e um dia bom para secar roupa.

Confusão de conceitos

Na TV estava a passar o filme sobre o 25 de Abril e, a certa altura, o povo grita, efusivo:"Vi-tó-ri-a! Vi-tó-ri-a!" O meu filho, no embalo, levanta os bracinhos e grita de alegria "Go-lo", "Go-lo"!!

Indiferença

Mal acabei de sentir o sismo, perguntei (meio assustada) à minha colega de gabinete: "Sentiu o sismo?"
Resposta dela (sempre sem parar de teclar): "Foi fraquito."
Depois, ouço uma outra colega gritar no corredor: "Vocês sentiram o sismo?"
Todos (sem parar de teclar): "Hum, hum..."
(que frieza...)

24 de abril de 2007

!

Estou no emprego e acabei de sentir a minha secretária tremer e o meu armário a fazer “pum, pum”…
Sim, foi um sismo.

O carro de sonho do pai

O carro de sonho da mãe


O carro de sonho do filho


22 de abril de 2007

Respeitinho

Na igreja, quando está com as outras crianças, trata o pai por "patô" (pastor).
(Nada de confianças! lol)

20 de abril de 2007

Ontem foi um dia em que aprendi muito. Ouvir os relatos daqueles emigrantes equivaleu a um curso intensivo de experiência de vida. Aquilo que mais me marcou foi o facto de, quase todos eles, terem esta história em comum: um dia, deixaram tudo para ir para a América e Canadá, tendo lutado, lutado, lutado, durante anos a fio, para conseguir reunir algumas (boas) economias que investiram numa “casa de sonho”, nos Açores. E depois, em poucos segundos, o sismo de 98 reduziu tudo a pó.
Enquanto os ouvia, na minha cabeça soava esta passagem bíblica: Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o päo de dores, pois assim dá Ele aos seus amados o sono. (Sl. 127)

Yupiiiiii! (parte 2)

Os inquéritos podem ser muito bons, mas não se ganha para o susto com os cães, nos quintais. Livra! Não me apanham noutra tão cedo...

19 de abril de 2007

Yupiiiiii!

Finalmente! Hoje vou fazer inquéritos!

18 de abril de 2007

"Puique" (Pico)

Todos os dias, quando abro a janela do quarto, tenho um quadro diferente. Há dias em que o Pico está completamente descoberto, imenso. Outras vezes está "de saias" (como dizem por cá), ou seja, vê-se o cume, depois estão as nuvens, e, mais abaixo vê-se a base da montanha. Ontem, por exemplo, não o consegui ver durante quase todo o dia (tal era o nevoeiro). As pessoas daqui conseguem antever o tempo que vai fazer no dia seguinte consoante o "quadro" que o Pico apresenta (mas isso já é demais para mim, uma pobre continental). Ultimamente, o Pico tem estado com neve no cume. Para mim, esta é umas visões mais lindas daquela montanha.

Descobertas

Foi preciso vir morar para os Açores para descobrir que sou “continental” e que tenho pronúncia “do Continente”.
Nunca tinha pensado nisto antes.

17 de abril de 2007

16 de abril de 2007

A prenda mais desejada

Certa vez, a minha irmã e eu (ainda crianças) tivemos uma ideia genial. Decidimos guardar todos os doces que os nossos pais nos deram (durante meses) numa caixa de cartão. No Natal, forrámos a caixa (que tinha sido de umas botas) com um papel bonito e oferecemos aqueles doces todos à minha mãe. Claro está, quem comeu os doces fomos nós as duas!
Hoje, lembrei-me desta história a propósito de uma compra que o meu marido fez. “Comprei-te uma máquina de lavar louça!” Numa família onde tenho a bênção de ter com quem dividir as tarefas, esta é, de facto, uma prenda maravilhosa: quer para mim, quer para ele!

Festa no Céu - parte 3

Lembro-me de ser bem pequena e de ir ao culto com os meus saudosos avós (pentecostais) e de ouvir um hino que dizia "Nós hoje vamos sair daqui alegres porque Jesus vai derramar o Seu poder". E é exactamente assim que me sinto quando saio dos cultos: ALEGRE!
(Hoje, salvou-se mais uma alma. Uma senhora que já vinha assistindo aos cultos há mais de um ano.)

Educação paterna

Com 18 meses: Já sabe que tem ao peito um "papiu" (águia) e grita "golo benquique"!

Abril de 2006: o 1º ovo de Páscoa.

Setembro de 2005: a 1ª prenda que recebeu na maternidade.

14 de abril de 2007

Mistério desvendado

Quando estivemos no Continente, o nosso querido amigo Jónatas perguntou-nos, intrigado, o que é o nosso filho queria dizer com qualquer coisa como "bula", pois não parava de repetir essa palavra no bar do acampamento. Seria bola, seria água?
Pois bem, já descobrimos o que significa. Desde então, sempre que entramos num café com ele, repete-se a cena. "Bula" significa exactamente isto.
Como se não bastassem já os "tétés" (ovos kinder) e as "bá-tá-ta" (batatas fritas), agora temos mais esta dor de cabeça...

13 de abril de 2007

Está a ficar sério

A meio da noite, o pai deu com ele a balbuciar: "Bia", "Bia".

Olhar para o chão

Gosto do da sensação (e do som) de conduzir sobre estas pedras: grrrrrrr, grrrrrr...

Cemitério da Bela Vista

Há dias, fui pela 1ª vez a um funeral no Faial e fiquei impressionada com a vista do cemitério. Fica num monte e as campas acompanham a inclinação, estando mesmo de frente para o mar e para a majestosa montanha do Pico. Não é que isso aproveite alguma coisa a quem lá está sepultado, mas que é bonito é.

12 de abril de 2007

Deus proveu

Dizia eu para o meu marido: “Aquilo que procuramos não é muito fácil de encontrar: uma casa no centro da cidade, nova ou semi-nova, com uma renda dentro das nossas posses e só com parte da mobília.”
Mas, realmente, o nosso Deus é um Deus de pormenores! Deu-nos uma casa no centro da cidade (bem perto da igreja) e nova (ainda estão a acabar as obras). O senhorio vai pôr na casa apenas as mobílias que lhe pedimos. Teve muito gosto em arrendar-nos a casa por ser para um pastor! Contou-nos que, há vinte e muitos anos atrás, o pai dele também arrendou uma casa a um pastor (o que, na altura, lhe trouxe problemas com o padre da freguesia) e que esse pastor era uma pessoa muito correcta e honesta. Por coincidência, esse foi também o pastor que me baptizou, no Continente.
Assim sendo, vamos ficar muito melhor do que estávamos (e já estávamos muitíssimo bem).
(Para Deus nada (mesmo nada) é impossível!)

11 de abril de 2007

A dificuldade

Enquanto lhe preparo o banho, ele vai pondo brinquedos e mais brinquedos dentro da banheira. Por vezes, a minha dificuldade é encontrar algum espaço livre para ele tomar banho.

Hospitalidade

As pessoas daqui são amorosas no que toca a dar coisas e a receberem-nos bem nas suas casas. Porém, isto não é imediato. O açoriano precisa de conhecer bem primeiro a pessoa em causa para depois acontecer a aproximação. O nosso filho tem uma ama desde os 4 meses. Há um ano e pouco que passa os dias com aquela senhora (e mais 4 meninos). Ao longo deste tempo, temos desenvolvido uma relação de amizade com a ama. Esta semana, convidou-nos para lanchar lá em casa (ela tinha feito anos no dia anterior). Sentámo-nos em frente a uma mesa, com uma toalha a cobrir a comida. De repente, ela levantou a toalha e – tchan, tchan – os nossos olhos brilharam com tamanho banquete. Não nos deixou levantar sem que provássemos o pudim de maracujá, o bolo de caramelo e nozes, o bolo de coco e a massa sovada caseira!
“E para beber: querem café, chá, sumo?” – perguntou-nos.
“Pode ser café, obrigada!” - respondi.
“Mas não gosta de sumo?” – perguntou ao meu marido.
“Gosto” – respondeu ele.
“Então, vai beber café e sumo!!”
No final, ela ainda queria ir buscar língua e digestivos (mas conseguimos travá-la).
Conclusão: ficámos jantados.
(Seria tão bom que esta senhora se convertesse. Ela é o meu braço direito. Orem por ela, por favor).

Crise de meia idade – parte 2

Quando estivemos no Continente, fui com o meu marido ver Bíblias. Hoje em dia, a variedade da oferta é impressionante. Há Bíblias de todas as cores e feitios. Até já há Bíblias que trazem uma bolsa para pôr o telemóvel! Mas o que me deixou em “crise” foi dar por mim a responder à pergunta “qual é que gostas mais?”, apontando para uma Bíblia que dizia assim na capa: “letra gigante”. A explicação é óbvia: aquela era a Bíblia que me dava mais vontade de ler (fala-vos uma míope com 12 anos de carreira). No entanto, é estranho constatar que eu já prefiro uma “letra gigante” à “porta-telemóveis”.

10 de abril de 2007

Lugar de encontro - parte 2

Hoje, partem mais cinco. Um deles, depois de seis anos a viver no Faial, regressa ao Brasil. Os restantes quatro são uma das famílias de açorianos mais queridas da nossa igreja. Uma das filhas é a "minha amiga açoriana". Vão emigrar.
Entretanto, no espaço de um mês chegaram outras cinco pessoas na TAP. Tudo mulheres.

9 de abril de 2007

Saudades

Pego no telefone do meu filho e digo bem alto: "Trim, trim.. Está lá? Sim... um momento, eu vou chamá-lo! Filho, é uma chamada para ti!"
Ele vem a correr, pega no auscultador e diz: "Tou? Vôvô?"
(de cortar o coração)

Desabafo

A luta é muito grande. A entrega ao trabalho é absoluta. Os horários de trabalho e de descanso acabam sempre por se misturar. Os fins-de-semana são os dias de trabalho mais intenso. A paciência é a área que mais tem sido trabalhada por Deus nas nossas vidas. O amor pelas pessoas daqui é a âncora que nos prende à terra. Mas, pesadas todas estas coisas, consola-nos constatar que a nossa maior dificuldade é a falta de espaço e que aquilo que mais nos incomodou no domingo passado foi ver três pessoas a assistirem ao culto de pé.

7 de abril de 2007

O segundo amor


Mais do que um quadro

Este quadro tem uma história. Mais do que um elemento decorativo da sala de estar dos meus sogros, ele tem sido um precioso instrumento para ajudar a dar de comer aos bebés da família. A táctica foi descoberta pelo meu sogro que pegava nos filhos e lhes contava histórias sobre o cavalinho, a menina, a casinha, o rio e o lenhador que ía buscar troncos à floresta, enquanto lhes enfiava colheres de sopa pela boca. A técnica resultou na perfeição com o neto. Há coisas que nem o Brazelton imagina que se podem fazer para que um bebé abra a boca...

A festa das festas

No domingo passado, pedi aos adolescentes que desenhassem o significado da Páscoa. Houve um desenho que me marcou especialmente. O autor do desenho tem 11 anos e está a frequentar a igreja apenas há alguns meses. Desenhou um senhor a pagar uma série de ovos de Páscoa, na caixa do híper. Os ovos eram para o filho, segundo me explicou. Mas desenhou isto com todos os pormenores, incluindo os alarmes verticais que se encontram junto às caixas registadoras e a máquina de pagamento por multibanco. Aquele desenho não podia ser mais sincero. De facto, a Páscoa é isto mesmo para muita gente.
A seguir, expliquei-lhes o significado da Páscoa. Lemos juntos algumas passagens e depois pedi-lhes que desenhassem novamente o significado da Páscoa. Desta vez, aquele menino fez um desenho muito parecido com a imagem acima. Uma gruta vazia por Jesus ter ressuscitado.
Este ano, ele vai comemorar a Páscoa no seu verdadeiro sentido. Que Deus nos ajude a explicar a cada vez mais pessoas que Páscoa é a festa das festas!

5 de abril de 2007

Má nota a moral

Aqui, nas escolas primárias, as crianças têm religião e moral católica, dada por um padre. Na verdade, é comum aliar as actividades da escola às festividades católicas.
Há dias, uma amiga contou-me uma conversa que teve com a professora da filha no sentido de que esta não frequentasse aquelas aulas (por ser evangélica), tendo a professora respondido que “nas aulas de moral o senhor padre apenas ensina às crianças as tradições dos açores, nada demais!” (Nada demais?)
Há uns tempos atrás, uma outra amiga, mostrou-me (indignada) um bilhete que recebeu da escola, informando os encarregados de educação que no último dia de aulas, antes das férias de Natal, as crianças iam ter um programa especial que começava com uma missa logo às 8h30, seguida de actividades de que já não me lembro no que consistiam e um almoço no valor x. No bilhete da escola, apenas era pedido aos pais que autorizassem a ída ao almoço. (E a ída à missa? É indiscutível?)
Esta semana, uma terceira amiga (nova convertida) contou-me que ainda não tirou o filho das aulas de moral por causa da pressão social. No entanto, o menino (de 9 anos) é aluno da Escola Bíblica Dominical há cerca de um ano. Ao receber agora a avaliação escolar do filho ficou perplexa (e achou até uma certa graça) ao ler que o filho “não revela muito interesse pelas actividades desenvolvidas na aula de religião e moral”.

3 de abril de 2007

Nómadas

Ainda há dias, no flickr, comentei uma foto de uma amiga, que estava a mudar de casa, dizendo que a mudança mais difícil é a 1ª e que eu e o meu marido (tais ciganos) já mudámos quatro vezes de casa. Pois bem, tenho a comunicar que avizinha-se a quinta mudança! Ontem, a nossa senhoria chamou-nos para nos pedir a casa (por motivos de índole pessoal perfeitamente atendíveis). No final da conversa, o meu marido diz-me com um ar satisfeito: “Olha, até já tinha saudades de mudar de casa, há dois anos que não mudávamos!” De facto, a mudança mais difícil é mesmo a primeira. Por isso, até ao final do mês, vamos voltar aos pacotes (já temos técnica apurada) e sorriso nos lábios que Deus há-de prover!
(orem por nós)

2 de abril de 2007

O primeiro amor

Enquanto estivemos no Continente, o nosso filho repetiu vezes sem conta a seguinte pergunta: A Bia?
Até o avô me chegou a perguntar, intrigado, “O que é que ele quer dizer com Bia-Bia-Bia?”
A Bia é uma colega dele. É um pouco mais velha (já fez 3 anos) e tem uma atitude protectora em relação a ele. O “amor” entre os dois despoletou no dia em que ela o libertou da cadeirinha, abrindo-lhe o cinto de segurança. Ele ficou-lhe muitíssimo grato (para desespero da ama).
Hoje de manhã, deu-se o emocionante reencontro, com direito a sorrisos, beijinhos e muita emoção.
(Fico a pensar no seguinte: se com apenas um ano e meio, ele já sente saudades dos amigos, como é que será no dia em que Deus nos chamar de volta para o Continente?...)

De novo em casa

Depois de uma semaninha no Continente, regressámos ao nosso “paraíso”. Soube tão bem gozar estes dias junto da família (e dos shoppings)! Desta vez, as despedidas não nos custaram tanto como nas férias de verão ou no Natal. No entanto, deparámo-nos com uma nova (e complicada) dificuldade. É que o nosso filho (que já está mais crescido e mais esperto) percebeu claramente que os senhores com quem passou estes dias são os mesmos que costuma ver na internet e tratou-os, pela primeira vez, por “vovô” e “vovó” (para baba geral). A parte menos boa desta história, foi o ar desolado e o beicinho com que ficou quando os viu ir embora do aeroporto. Desta vez, as minhas lágrimas foram mais por ele do que por mim.