Eu já o tinha lido na minha adolescência e pude agora lê-lo mais uma vez. Foi um dos livros que herdei da minha mãe. “Cuidado! Aí vêm os pentecostais!”, de Peter Wagner. O livro é bem velhinho. O autor, que assume-se como não-pentecostal, e que foi missionário na Bolívia durante 15 anos, faz uma apresentação bastante imparcial sobre o avivamento pentecostal na América Latina, nos anos 60/70. O relato é acompanhado de dados estatísticos e testemunhos incríveis, levando os leitores (não-pentecostais) a refletir sobre o que poderão aprender com os pentecostais. Relembro que o livro é dos anos 70 e que, nessa altura, o relacionamento entre pentecostais e não-pentecostais era bastante diferente do dos nossos dias. No final do livro, o autor conta uma história que não me sai da cabeça. Um pastor boliviano (não pentecostal) decidiu convidar um pastor chileno (pentecostal), que estava de visita à Bolívia, para pregar no culto de domingo de manhã (nota: no livro diz o nome da igreja e os nomes dos dois pastores). A pregação costumava demorar 20 minutos, mas naquele dia a congregação ouviu atentamente o pastor durante uma hora. A dada altura, o pastor preguntou à igreja “Acredito que os irmãos costumem orar para que Deus acrescente vidas a esta igreja, certo?” Na congregação, várias cabeças movimentaram-se dizendo “sim”. Nisto, o pastor mudou de expressão, franziu as sobrancelhas, esticou o dedo para a congregação e disse num tom de voz elevado: “Pois, essa oração é um pecado! Jesus disse para irem e anunciarem o Evangelho! É tarefa vossa! E, em vez de fazerem o que têm a fazer, dão meia volta e pedem a Deus que o faça!” Pois bem, aparte as opiniões sobre esta abordagem, o certo é que aquela igreja começou a falar cada vez mais de Jesus às pessoas e a convidá-las para irem aos cultos. Começaram a organizar apresentações musicais nas ruas, com testemunhos e uma breve palavra. (nota: era isto que os pentecostais faziam na América Latina, um evangelismo "agressivo" como lhe chama o autor do livro) Resultado: A igreja encheu-se de novas vidas! Os baptismos passaram de anuais a mensais (entre 1 a 27 pessoas por mês). Novos trabalhos foram começados. E tudo isto mantendo as suas doutrinas não-pentecostais. Muito interessante.
1 comentário:
A obra é Dele, por Ele e para Ele. Obedecer-lhE, independentemente da ênfase doutrinária, faz uma diferença brutal.
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