Depois de uma semana a viajar pelo Oceano Atlântico,
finalmente havia chegado aos Açores o contentor com o recheio da casa da
família pastoral que nos substituiu. Ainda lá estávamos quando chegou a carga e
pudemos acompanhar a abertura dos caixotes. Uma das primeiras coisas a abrir foram
as caixas com as coisas de cozinha. Eram tudo coisas bonitas e novas, pois este
casal ainda tem pouquinhos anos de casados. Alguns pratos tinham sido até
pintados à mão pela esposa do pastor. Mas, quando ela começou a retirar as
coisas dos caixotes estavam muitas coisas partidas… uma e outra… e mais outra…
e outra… (até me doía o peito… era peça atrás de peça, tudo em caquinhos). Sei
bem o que custa, também já perdi e estraguei coisas em mudanças… e quando são
novas é uma dor. Mas, curiosamente, a Liliana, muito serena, ía depositando os
cacos no lixo e dizia que não fazia mal, que não era apegada às coisas… e
sorria… e lá depositava mais uns quantos cacos no lixo. Que delícia! Nunca
esquecerei este episódio e do pensamento que tive naquele momento “Ela tem apego
àquilo que realmente importa...um coração no sítio certo".
3 comentários:
Mesmo!
Prendada como é a Liliana, é uma desculpa para pintar mais pratos...
Lá isso é verdade, que mãos abençoadas!
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