29 de dezembro de 2010

O Amor Maior

Recordo-me como se fosse hoje. O meu filho era ainda um bebé de colo, bem pequenino. Fomos visitar um casal da nossa igreja e eu ía sentada no banco de trás do carro, com o meu filho. Quando chegámos a casa daquele casal, o meu marido abriu a porta de trás do carro e eu saí com o bebé ao colo, tapado com uma mantinha. Porém, ao tentar apoiar o meu pé direito no passeio, escorreguei e percebi claramente que ía cair no chão. Lembro-me de apertar o bebé contra o meu peito, cobrindo a sua cabeça e costas com os meus braços (tipo-concha) e concentrei todas as minhas forças nos meus dois joelhos, que bateram naquele passeio de cimento com uma força brutal, em seco, sem quaisquer reservas. Ali caída, de joelhos, com uma rigidez que não me conhecia, passei o bebé ao meu marido e, com dificuldade, lá me levantei para ver o estrago. Os meus joelhos metiam dó. Andaram roxos durante vários dias. Mas, recordo-me que nem me importei muito, o importante era o meu filho ter saído intacto daquele incidente. Naquele dia, percebi um pouco mais do que é amar alguém a ponto de nos entregarmos voluntariamente para sofrer no seu lugar. É muito profundo. É um amor que se satisfaz por si só, sem contrapartidas. Parecido (só parecido) com o perfeito amor de Deus por nós. Um amor irretribuível.

“Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei.” Is.49:15-16

3 comentários:

Dulce disse...

É maravilhoso saber que o Amor Maior me inclui. A mim. Egocêntrica me confesso.

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

foi o que me aconteceu quando há dois meses caí escada abaixo com o carrinho do Caleb na mão...

Adriana disse...

Pelas escadas abaixo... e magoaram-se? Está tudo bem?