5 de novembro de 2009

Testemunho

Naquele dia, quando aquela mulher entrou no meu gabinete, eu não podia imaginar o que me vinha contar. Pensava eu que vinha tratar de assuntos meramente profissionais, como fez tantas outras vezes. Mas, não. A sua expressão estava diferente do habitual. Mais triste. Sem me olhar nos olhos, muito constrangida, confidenciou-me que se tinha separado, pelos piores motivos. Estava profundamente magoada. “Onde me devo dirigir para tratar do divórcio?” O meu trabalho passa muito por isto: ser ouvidos de quem precisa de desabafar. Não lhe respondi logo. Detesto aquela pergunta. Durante algum tempo, ouvi aquela mulher de coração despedaçado. Senti tanta pena... Queria muito falar-lhe de Jesus e convidá-la para ir ao culto, mas apenas lhe disse algumas palavras de esperança e conforto, dentro do que um ambiente profissional me permite fazer. Depois que foi embora, fiquei com aquela mulher e a sua família no meu pensamento. Porém, confesso, nunca orei por ela. Esqueci-me sempre. Mal imaginava eu o que estava para acontecer. Num destes domingos, a meio do culto, ao olhar para a congregação, vejo o marido daquela mulher, sentado num dos bancos do fundo, cabisbaixo, com os olhos rasos de água. “Quem o terá convidado?”, foi o meu pensamento imediato. Nunca soube quem o convidou, mas, naquele momento, percebi que a “pena” que eu senti daquela família não é nada (mesmo nada…) perto da “pena” que Deus sentiu. Percebi também que Deus é tão poderoso que, mesmo quando nós não fazemos bem o nosso “trabalho”, Ele não deixa de alcançar os que ama. Que profunda lição Deus me deu acerca do Seu amor!... Agora, a minha oração é que a Palavra que aquele homem ouviu possa gerar frutos, para honra e glória do Senhor. Agora, a minha oração é que Deus me dê mais amor, em vez de pena.
(estamos sempre a aprender)

1 comentário:

susana fraga disse...

este blog, que eu sigo, me tem maravilhado e feito louvar e dar Graças a Deus, pelas maravilhas que Ele faz, e vai fazer, e dar Graças por voces, meus irmãos...