Certa vez, li num pequeno livro de devocionais que, certos crentes, ao domingo, gostam de almoçar “Pastor no forno” (penso que a tradução é mais ou menos esta). Quer isto dizer, o assunto do almoço de domingo é o Pastor e as gafes que possa ter dito na sua pregação matinal, ou o fato démodé que trazia vestido, com uma gravata que não passa pela cabeça de ninguém, os sapatos mal engraxados, ou até o facto de ter cumprimentado certa pessoa e não ter dado grande importância a uma outra pessoa, tudo coisas absolutamente erradas e condenáveis. Um péssimo pastor, resumindo. É triste, mas acontece. Eu própria já cheguei a estar em almoços em que se serviu este prato.
Já aqui tenho partilhado que, nos Açores, sentimo-nos muito acarinhados pelas pessoas. Não digo que sejamos perfeitos e que as opiniões sejam unânimes a nosso respeito. Nem Jesus teve essa unanimidade, como se costuma dizer. Mas, podemos dizer abertamente que o trato, o respeito e amor que recebemos deste povo é algo de muito singular, raro e precioso. Chegamos a ficar emocionados perante as constantes e inexcedíveis manifestações de carinho, amizade e cuidado, ao longo destes quase 6 anos.
Nestas últimas duas semanas, a nossa filha esteve bastante doente. Não se conseguia descobrir o que tinha, pensava-se numa virose, tendo chegado a estar a soro no hospital. Finalmente, as análises relevaram uma intoxicação alimentar, que hoje se encontra ultrapassada. Ora, certa noite, estavamos nós, mais uma vez, no hospital, com a menina sem melhoras, a aguardar que chegasse a pediatra, quando vimos uma irmã da nossa igreja a sair das urgências, coxeando, com uma receita na mão. Tinha um pé muito inchado e negro. Conversámos um pouco e despedimo-nos dela, desejando-lhe melhoras. Pois, dali a um bocado, o marido daquela senhora, voltou ao nosso encontro, com um saco. Dentro daquele saco havia um termo com leite com chocolate, sandes de pão de leite com doce de figo caseiro, um outro termo com chá e uma papa de arroz para a minha filha. Ora, aquela irmã, com a ajuda do marido, vendo que a hora de jantar já havia passado e que estávamos ali sem comer, preparou-nos um farnel, mesmo estando também ela doente. Ficámos sem palavras. Que o Senhor possa retribuir em dobro a estas pessoas todo o amor que nos têm dado. E, graças a Deus, que não apreciam “Pastor no forno”.
Já aqui tenho partilhado que, nos Açores, sentimo-nos muito acarinhados pelas pessoas. Não digo que sejamos perfeitos e que as opiniões sejam unânimes a nosso respeito. Nem Jesus teve essa unanimidade, como se costuma dizer. Mas, podemos dizer abertamente que o trato, o respeito e amor que recebemos deste povo é algo de muito singular, raro e precioso. Chegamos a ficar emocionados perante as constantes e inexcedíveis manifestações de carinho, amizade e cuidado, ao longo destes quase 6 anos.
Nestas últimas duas semanas, a nossa filha esteve bastante doente. Não se conseguia descobrir o que tinha, pensava-se numa virose, tendo chegado a estar a soro no hospital. Finalmente, as análises relevaram uma intoxicação alimentar, que hoje se encontra ultrapassada. Ora, certa noite, estavamos nós, mais uma vez, no hospital, com a menina sem melhoras, a aguardar que chegasse a pediatra, quando vimos uma irmã da nossa igreja a sair das urgências, coxeando, com uma receita na mão. Tinha um pé muito inchado e negro. Conversámos um pouco e despedimo-nos dela, desejando-lhe melhoras. Pois, dali a um bocado, o marido daquela senhora, voltou ao nosso encontro, com um saco. Dentro daquele saco havia um termo com leite com chocolate, sandes de pão de leite com doce de figo caseiro, um outro termo com chá e uma papa de arroz para a minha filha. Ora, aquela irmã, com a ajuda do marido, vendo que a hora de jantar já havia passado e que estávamos ali sem comer, preparou-nos um farnel, mesmo estando também ela doente. Ficámos sem palavras. Que o Senhor possa retribuir em dobro a estas pessoas todo o amor que nos têm dado. E, graças a Deus, que não apreciam “Pastor no forno”.
3 comentários:
:)
Até fiquei com lágrimas nos olhos... há pessoas com um coração que não tem fim.
Faço minhas as palavras da Débora. Tb quanto às lágrimas.
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