26 de agosto de 2011

Amar

Por estes dias, voltei a lembrar-me deste episódio. Tudo porque a minha irmã ofereceu-me recentemente uma gama de cremes de beleza, só por eu ter comentado que ganhei algumas manchas no rosto, devido à gravidez. A primeira vez que fui a um culto na igreja baptista foi pela mão do meu avô materno. Levou-me a mim e à minha irmã a um culto de Natal. Tinha 10 anos de idade, salvo erro. A minha irmã devia ter 14. Gostámos muito. No final do culto, ofereceram às crianças uns saquinhos com doces, como prenda de Natal. Uns saquinhos maravilhosos, se bem me lembro. Tinham de tudo: chocolates, rebuçados, bombons, tudo! Recordo-me que guardámos aqueles saquinhos para comer em casa, como se de um tesouro se tratasse. Porém, quando vínhamos a pé para casa, passámos por um menino que estava sentado no chão, ao frio, a pedir esmola. A minha irmã, tocada pela mensagem de Natal que tinha acabado de ouvir na igreja, e sem pensar duas vezes, entregou o saco de doces ao menino. Era tudo o que tinha, pois não andava com dinheiro. Fiquei boquiaberta com o seu gesto. Ela não lhe deu um ou dois chocolates, ela deu-lhe o saco todo! O menino fez um ar radiante! Talvez não fosse a oferta que os seus pais mais gostariam que ele levasse ao final do dia, mas foi, sem dúvida, a oferta que o menino mais gostou. E, como se não bastasse, a minha irmã, vendo a alegria do menino, olhou para mim e disse:"Dá-lhe também o teu!" Mas, isso já era demais! Disse-lhe que o meu saquinho ficava para nós as duas, que era uma divisão mais justa, que tantos doces iriam fazer mal ao menino, enfim, não dei o meu saco. Viemos embora, comemos os doces as duas, mas a verdade é que a cada doce que comia pensava naquele menino. Não teve o mesmo sabor. E até hoje me recordo deste episódio e do gesto da minha irmã. Ainda hoje ela faz destas coisas. Com o passar dos anos, também eu aprendi a amar desta forma. Quanto mais nos achegamos a Deus, mais amor temos pelas pessoas que nos rodeiam. Sem nada esperar em troca. É obra de Deus.

3 comentários:

Patrícia disse...

Ai Didi... eu nunca mais me lembrei disto, até agora... Deus é muito bom!

Quem me dera ter muitos saquinhos desses para dar a todos os meninos que precisassem!

Obrigada por partilhares :)

Mário Durão disse...

Conhecendo a sua irmã como conheço, sei o quão feliz ficou por ter feito alguém feliz. Ela é, de facto, um ser humano extraordinário! Foi das pessoas que mais gostei de conhecer e que mais enriquecem a minha vida! Patrícia, obrigado por fazeres parte do meu mundo!
Beijinho do Super

Patrícia disse...

Vocês esmagam-me com mimos! Obrigada.
Mas sei bem que nada sou sem a presença de Deus na minha vida. Toda a glória pertence a Ele e oro para que nunca me retire da Sua presença.