Quando andava a tirar a carta de condução, a minha instrutora perguntava-me muitas vezes: “Está a olhar para o que se está a passar à frente do carro ou está a olhar para o que se passa lá à frente, ao fundo na estrada?” Eu, coladinha ao volante, estava naturalmente a olhar para o que se passava mesmo ali à frente do carro. Mas, não é assim que se conduz. Há que olhar para longe. Todos sabemos que estamos neste mundo de passagem. “A morte é certa”, como se costuma dizer. No entanto, a tendência humana é a de viver focados nesta vida terrena, como se fosse eterna. Até os cristãos, que creem que a vida eterna não é aqui, mas no Céu, deixam-se levar muitas vezes por esta tendência. Investem o seu tempo, sentimentos, o trabalho das suas mãos e as suas finanças em tudo o que vai ficar nesta terra quando um dia morrerem. Até a promessa de que Jesus um dia vai voltar parece, por vezes, esquecida ou adormecida nas mentes. Os meus filhos estão desejosos pela volta de Jesus. Ao ver a forma como eles recebem a Palavra de Deus e a aceitam, sem restrições, com grande entusiasmo, percebo a razão de Jesus ter dito que devíamos ser como as crianças. Há alguns anos atrás, faleceu um amigo da nossa família. Era ainda novo, foi de repente. Um bom crente. A minha mãe, tentando consolar a viúva – também crente - disse-lhe que um dia ela iria estar novamente com o marido, no Céu. Nunca esqueci a resposta que a viúva deu à minha mãe. Ela disse-lhe assim: “Não consigo ver as coisas dessa forma. Estou muito agarrada a esta vida.” Foi, certamente, sincera. Mas é uma resposta triste, sem esperança. Quando temos a perspectiva bíblica da vida, o modo como vivemos neste mundo será diferente, cheio de bons investimentos, não naquilo que a traça e a ferrugem consomem, mas em tesouros eternos. (Mt.6:19-20)
Sem comentários:
Enviar um comentário