30 de janeiro de 2014

Podes entrar...

“- Mamã, conta-me uma história!” – pede-me a minha filha, já deitada na cama.
“- Queres sobre quê? Sobre grávidas?” (este é um dos seus temas prediletos)
“- Sim!”
Aproveitando o interesse dela, contei-lhe a história de Isabel e Zacarias, casal sem filhos, já avançado em anos, a quem Deus ouviu as orações, dando-lhes um filho - João Baptista.
“- E João veio a ser um servo de Deus tremendo! Sabes, foi ele quem baptizou Jesus!”
"- Porque é que Jesus se baptizou?” – pergunta-me ela, com aquele olhar vivo e inteligente, de quem gosta de aprofundar o porquê das coisas.
“- Para nos dar o exemplo.” - respondo.
“- Que exemplo?” – insiste ela.
“- O exemplo de que quem decide deixar Jesus entrar e habitar no seu coração, abandonando o pecado, deve assumir essa decisão perante todos, sendo baptizado nas águas.”
Ficou pensativa.
Decido então, continuar a explicação: “- Sabes, Jesus deseja muito habitar nos corações vazios e tristes, cheios de pecado. Quando lhe abrem a porta desses corações, ele entra, fecha a porta, e fica lá a morar. O coração fica limpinho e nós tornamo-nos pessoas diferentes, mais bonitas, que amam a Deus. Passamos também a querer afastarmo-nos das coisas más. E temos uma felicidade muito, muito grande dentro de nós!”
Com uma expressão diferente, preocupada talvez, de quem entendeu o sentido do que lhe acabava de ser explicado, diz-me assim: “- Eu nunca fiz essa oração para abrir a porta a Jesus…”.
“- Não?”- pergunto-lhe eu, enquanto começo a sentir o coração a acelerar e a emoção a tomar conta de mim…  “-Queres fazê-la agora?”
“-Ele está aqui à porta do meu coração?” – pergunta-me ela.
“-Está sim…”
Ela inclina a cabecinha, olhando em direção ao seu peito, e sussurra com carinho: “- Jesus, podes entrar…”
Delicioso este momento! Aqui, não retive as lágrimas.
Fizemos uma oração e ela dormiu profundamente, enquanto eu gravava mais esta doce memória no meu coração de mãe.
Que Jesus possa ser sempre o Senhor da tua vida, filha. E que o teu coração possa ser conhecido como um coração cheio e transbordante do amor de Jesus.

24 de janeiro de 2014

Opinião

Na 2ªf passada, estive na Livraria Baptista, a convite dos amigos Tiago e Ana Rute Cavaco, para falar da minha experiência de leitura do seu livro "Felizes para Sempre e outros equívocos acerca do casamento". Partilho convosco as anotações que levei comigo naquela noite (algumas destas coisas posso não ter chegado a dizer e outras mais que aqui não estão foram ditas). A explicação é simples: quando eu olhava para as minhas anotações só via uma aglomerado de letras, tal era o estado de nervos :) Foi uma experiência que me marcou tão profundamente pela positiva que acho que nunca a esquecerei (mas disto poderei falar um dia noutro post). 
O livro é bom, muito útil e recomenda-se. Aqui fica a minha cábula:
"Li o livro do Tiago com muito interesse, pois o casamento é um tema que me atrai, desde logo porque sou uma mulher casada, mas também porque sou esposa de um pastor e acompanho o meu marido no aconselhamento matrimonial.
Conheço o Tiago há muito tempo e sei que é uma pessoa com um bom conteúdo, um pensador. Sei também que é muito bem casado com a Ana Rute e que eles têm um bom casamento, o que credibiliza muito o seu escrito.
O Tiago é cristão e, desde logo, esclarece que a sua visão do casamento é baseada na sua fé e que não consegue dissociar o casamento da fé que tem. No entanto, creio que ele consegue que a mensagem do livro esteja acessível tanto aos que professam a fé cristã como ao público que não tem essa visão. Aliás, o Tiago tem uma capacidade pouco comum no meio evangélico que é a de conseguir comunicar muito bem quer com os que estão na igreja, quer com os que não pertencem à igreja.
Ao contrário de outros livros acerca deste tema, que falam mais de regras do bom funcionamento dos casais, com muitos exemplos pessoais e histórias, este livro procura ir à essência do que é o casamento. O casamento foi inventado por Deus, que também fez as suas regras de funcionamento. Este livro tem a clareza de conseguir mostrar o alvo que Deus tem para o casamento e as expectativas reais que devemos ter do mesmo. Ao ir à origem da questão, o livro faz-nos pensar no verdadeiro propósito do casamento, nas dificuldades e virtudes do mesmo.
Com isto, o Tiago desmistifica um conjunto de equívocos que a sociedade actual foi criando acerca do casamento e  também desconstrói as expectativas erradas com que muitas pessoas entram no casamento.
Há duas palavras que ressaltam no livro quando se explica o sentido do casamento: escola e processo. O casamento é uma escola e um processo de transformação. A nossa individualidade, tal como era enquanto solteiros, termina no dia em que casamos. O Tiago diz que quando casamos "deixamos de ser um indivíduo e passamos a ser uma metade".
Uma das partes que mais gostei do livro foi esta que passo a citar: "A felicidade do casamento parece estar enraizada na capacidade que ele tem de nos transformar, de ser tudo menos inócuo para aqueles que o experimentam. O casamento faz-nos novos. E é a partir daqui que podemos dizer que mais que nos querer fazer felizes, o casamento quer fazer-nos novos."
No final do livro, percebemos que afinal aquilo que hoje em dia desmotiva as pessoas em relação ao casamento não tem razão de ser, pois são  equívocos, coisas que o casamento não deve ser. O casamento vale a pena, funciona e traz felicidade, quando vivido da forma que o seu inventor (Deus) o pensou.
Espero, sinceramente, que este seja o primeiro de mais livros do Tiago, pois precisamos de mais conteúdos de qualidade e fiéis à Palavra de Deus como este, na nossa literatura cristã evangélica portuguesa."

16 de janeiro de 2014

Os olhos das crianças

Ao descarregar as fotos do meu telemóvel, não posso deixar de aqui partilhar esta. Estavamos a passear num shopping, com o meu pai, por altura do Natal. Naquele dia havia uma agitação enorme no shopping, estava mesmo à pinha. Não apenas por causa das compras de Natal, mas essencialmente por causa da presença do modelo Pedro Guedes. Estava acompanhado das mascotes do filme Madagáscar, para delírio das crianças. Naquele dia, podia-se tirar uma foto com o Pedro Guedes de um lado e com o "rei Julian", o lémure, do outro, e ainda ganhar dois beijinhos do Pedro Guedes no final. Bastava aguardar na lonnnnnga fila constituída, basicamente, por mulheres. O meu filho mais velho, a vibrar com todo aquele ambiente, vira-se para mim e pede-me o telemóvel para tirar uma foto. Mal sabia eu o que ele ía fazer a seguir. Muito apressado, fura aquela fila enorme, coloca-se mesmo em frente ao Pedro Guedes e 'zás', tira uma foto ao lémure! Todo contente, corre para me mostrar a foto que conseguiu tirar ao animal. Achei muita graça. Eu e todas as pessoas que repararam na cena. São assim as crianças.

15 de janeiro de 2014

Mais pintinhas

E a varicela está de volta a nossa casa... agora foi a vez do Tomás.

13 de janeiro de 2014

Desejar a plenitude de Deus

Infelizmente, na maioria das vezes, queremos um Deus suficiente para nos fazer felizes, mas não para nos transformar. Essa foi a postura que Wilbur Rees tinha em mente quando escreveu: "Gostaria de comprar US$3 de Deus, por favor; não o bastante para explodir a minha alma ou perturbar o meu sono, mas apenas o equivalente a uma xícara de leite quente ou a uma soneca à luz do sol. Não quero uma quantidade dele que me faça amar um homem negro ou colher beterrabas com um imigrante. Quero êxtase, não transformação; desejo o calor do útero, mas não um novo nascimento. Quero meio quilo do Eterno Deus num saco de papel. Gostaria de comprar US$3 de Deus, por favor."
(da obra "$3.00 Worth of God", de Wilbur Rees, citado por Joanna Weaver em "Como ter o coração de Maria no mundo de Marta")

10 de janeiro de 2014

Feliz

Que saudades deste sorriso bom e desta boa disposição :) É assim que gosto de recordar a minha mãe. É assim que a imagino no Céu, com Jesus. 
 

9 de janeiro de 2014

Ajudem-me! Ajudem-me!

Naquele final de tarde, estava sozinha com os meus filhos. Tínhamos saído de casa e dirigiamo-nos para o carro, quando ouvimos um grande barulho e, logo de seguida, uma voz de criança a gritar: "Ajudem-me, ajudem-me!" Viro-me para trás e vejo um menino, um pouco maior do que o meu filho mais velho, com a boca e o rosto muito ensanguentados. Corro para ele, com os meus filhos pela mão, e vejo que estava muito ferido no rosto, com os dentes partidos. No chão, estava caída a sua bicicleta. A roda da frente tinha-se soltado e estava um pouco mais à frente. Ele tinha descido a rua em alta velocidade e, no momento em que caiu, estava a passar por umas escadas. Loucuras de criança. "Tem calma!" - disse-lhe eu. "Diz-me uma coisa, onde moras? És daqui? Quem são os teus pais?"- perguntei-lhe com o coração a bater muito depressa, mas a tentar parecer calma. Mas o menino só dizia: "- Dê-me um lenço de papel para eu me limpar..." e não me queria dizer onde morava. Eu dei-lhe o lenço e continuei a insistir: "Diz-me qual é a tua casa!" Mas o menino não queria responder, só queria limpar-se e ir embora. Ele estava com medo da reação dos pais. Foi então que o olhei nos olhos e disse-lhe: "Escuta! Tu não tens noção  de como estás! A tua cabeça parece um melão! Tu precisas de ajuda!" Virei o menino contra o vidro da porta de entrada do prédio e ele conseguiu ver o reflexo da sua face. Nesse momento, caiu nele e aceitou a minha ajuda. Entrou no carro e comecei a dirigir-me até ao estabelecimento dos seus pais. Estavamos mesmo quase a chegar, quando avistámos a mãe do menino a correr ao nosso encontro (uma outra criança que viu a cena tinha ído contar aos pais do menino). Mas ao contrário do que o menino pensava, a expressão da mãe era de preocupação extrema, amor profundo. Ele saiu do carro e a mãe abraçou-o logo. Agradeceu e seguiu com ele para o médico. Voltei depois a passar algumas vezes no estabelecimento para saber do menino e a mãe ía-me dando conta das melhoras. A expressão daquela mãe fez-me logo lembrar uma outra história: a do filho pródigo. Também este tinha feito asneira e tinha receio da reação do pai quando voltasse para a casa. E isto é uma realidade. Muitas pessoas têm vergonha de se aproximar de Deus depois de tudo o que têm feito. Mas, não há que ter vergonha. Deus conhece-nos melhor do que qualquer homem e qualquer mulher. Mesmo aquilo que mais ninguém sabe, Deus viu. Nada lhe é oculto. E ainda assim espera por nós, com amor. E mesmo sujos e esfarrapados, se percebermos que o nosso estado é lastimável e que precisamos de ajuda, Deus vai acolher-nos com o seu abraço e vai sarar-nos. O medo e a vergonha amarram-nos de  avançar para para este abraço transformador. A minha oração é que muitos possam discernir esta verdade e correr, arrependidos, para os braços do Pai. 

6 de janeiro de 2014

Um povo que ama

“Eu sei quem são vocês.” Os olhos do presidente chinês estavam serenos e calmos enquanto falava num inglês meticuloso. O seu comentário interrompeu a conversa que já durava há quase uma tarde inteira. O Dr. Argue olhou o homem, não sabendo o que ele queria dizer. Estávamos em 1998. Como presidente da Associação Nacional Evangélica, o Dr. Argue havia sido convidado para conhecer o presidente da República Popular da China, Jiang Zemin, com a finalidade de discutir a posição do país sobre a liberdade religiosa. Dez mil cristãos foram perseguidos por causa da sua fé, mais alguns milhares foram presos ou executados. O Dr. Argue logo apresentou o motivo para se permitir aos cristãos a prática da sua fé. “Eles serão os seus melhores trabalhadores”, disse ao presidente. “São honestos e confiáveis”. Mas a conversa distanciou-se do assunto, que foi engolido pela postura política e gentilezas diplomáticas. “Eu sei quem vocês são”, repetiu Jiang, agora em voz baixa, enquanto se inclinava em direção ao Dr. Argue. Com o auxílio de um intérprete, ele contou a sua história: “Quando era jovem estive muito doente num hospital. Uma enfermeira cristã cuidou de mim. Mesmo ao final de um longo e atarefado dia, ela não ía embora antes de atender às nossas necessidades.”O presidente Jiang sorriu e acenou com a cabeça. “ Eu sei quem são vocês”.
(Sermão e entrevista gravada com o Dr. Donald Argue, Billings, Montana, março de 1999)

Precisão

Sentado à mesa, preparado para começar a escrever uma composição intitulada “A passagem de ano”, o meu filho começa a pensar alto:
“No dia 31 de dezembro, as famílias... Não!… Ah! Já sei!... 'No dia 31 de dezembro, as pessoas…' Não! Já sei! 'No dia 31 de dezembro, as cidadãs e os cidadãos…” (lol)

3 de janeiro de 2014

2013

O ano de 2013 será sempre por nós recordado como o ano em que deixámos os Açores e viemos para Queluz. Um ano de profundas mudanças. Mas, é incrível, que olhando para trás, vemos claramente a Mão de Deus em todo este processo. No dia 8 de fevereiro, descolávamos da pista da ilha do Faial, de mãos dadas e cabeças curvadas em oração, agradecendo a Deus pelos 8 abençoados anos de serviço naquele lugar. Enquanto a ilha ía desaparecendo entre as nuvens, lágrimas caíam do nosso rosto, as quais tentávamos disfarçar, por causa dos nossos filhos. Foram anos muito felizes aqueles oito. Grandes coisas fez o Senhor e sabíamos que iria continuar a fazer. Volvidos quase onze meses, temos notícias tremendas sobre a obra que o Senhor continua a fazer no Faial. O pastor Ismael Couto realizou quatro baptismos este ano e novas vidas têm sido acrescentadas àquela igreja, nomeadamente a vida do bebé Eli, filho do pastor Ismael e da sua esposa Liliana, nascido em dezembro. Quando aterrámos em Lisboa, um grupo de irmãos de Queluz esperava por nós no aeroporto, para nos abraçar, apoiar, demostrar amizade e carinho. E tem sido assim até hoje. Minto. Tem aumentado cada vez mais. Queluz é uma igreja muito querida. E falo de coração aberto. Damos muitas graças a Deus por esta igreja. Temos sido muito felizes aqui, servindo ao Senhor, servindo estes irmãos e a comunidade. Deus tem cuidado de nós, das crianças e até do meu emprego Ele cuidou (um milagre). Amamos já muito estes irmãos e à medida que os vamos conhecendo melhor, as suas especificidades e as suas lutas,  ainda sentimos mais amor por eles.   Deus fez coisas tão lindas ao longo deste ano. E acredito, sinceramente, que melhor está para vir. Que 2014 seja um ano de grande colheita para glória de Deus!