Na última semana, vi-me confrontada com duas situações em que “ou falava ou calava-me para sempre” no que se refere à defesa da fé cristã evangélica. Os ambientes em que surgiram essas oportunidades de testemunho não foram propriamente fáceis, pois estavam presentes muitas pessoas, algumas delas com cargos públicos muito importantes. Na primeira situação, a pergunta foi-me feita directamente, pelo que respondi, mas apenas falei 1% de tudo o que queria dizer. Faltou-me coragem. A pressão da oposição que teria de enfrentar e o pensamento de que “eles vão odiar o que vou dizer”, fez-me calar. Da segunda vez, assim que percebi que a oportunidade estava a surgir de novo, comecei a orar em silêncio. E Deus ajudou-me. De forma muito clara, serena, mas incisiva, alertei para o favorecimento que se faz de uma determinada religião cristã em detrimento de outras igualmente cristãs, que também têm desenvolvido um importante trabalho. Chamei a atenção para a ideia pré-concebida, mas profundamente errada, de que toda a gente pertence a determinada religião. Alertei para a relação de especial cuidado e separação que deve existir para com a Igreja. E, pela graça de Deus, aquilo que disse foi compreendido por todos e aceite, ou pelo menos tolerado, pela generalidade das pessoas. As sugestões apresentadas irão ser superiormente ponderadas e poderão vir a marcar a diferença num acontecimento que iria ser bastante discriminatório. Depois de falar todas aquelas coisas, recostei-me na cadeira, tirei um rebuçado de mentol do bolso e, durante alguns segundos, não o consegui desembrulhar, de tanto que me tremiam as mãos. Ninguém reparou, mas eu tremia como varas verdes. Não foi apenas uma descarga de tensão, eu senti mesmo uma pressão muito grande. Respirei fundo, agradeci a Deus por ter sido comigo e lá comi o rebuçado, com um sentimento de missão cumprida. De facto, Deus não merece o meu silêncio. Tenho aprendido que mais importante é o que Deus pensa de mim, do que o que os homens pensam de mim.
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