Como de costume, todas as 2ºs feiras, depois de sair do emprego, vou para a igreja para reunião de oração de mulheres. Vamos todas, só faltam mesmo as que possam estar doentes. Aqui, as pessoas têm tempo para a igreja, mesmo durante a semana. Damos as mãos e oramos, uma a uma, durante cerca de uma hora. Desta vez calhou-me dar a mão a uma irmã que, por acaso, nunca tinha ficado ao meu lado. Ela deve ser da minha idade, talvez um pouco mais nova. Mas não pude deixar de me comover interiormente com a aspereza da sua mão. Mãos de trabalho pesado. Mãos de imigrante. Também aqui há muitos. São oito mil, só nos Açores.
Desde que passei a trabalhar diariamente com imigrantes que os vejo de outra forma. Sempre convivi com emigrantes bem de perto. Da parte do meu pai, onze em cada dez familiares são emigrantes em França. Mas eu só conhecia o lado do emigrante que vem a Portugal de férias, bem na vida e com um sotaque cómico. Hoje, conheço o lado negro desta história. Aquilo que eles não contam à família que está no país de origem. Eu própria me sinto um pouco “imigrante”, aqui nos Açores. Não é mesmo nada fácil. Estas pessoas estão numa busca fervorosa de algo (uma vida melhor). Que nós, cristãos, os possamos a ajudar a perceber que Jesus é essa “vida melhor” e o resto vem por acréscimo. E que um dia possam voltar para os seus países mais ricos, em todos os sentidos.
2 comentários:
São uns corajosos! Desejo que tudo lhes corra bem!
Uma linda homenagem!
se sei do k falas....
a parte dificil da historia so se vive,nao se conta.
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