A singularidade desta ultima ída ao continente começou logo no aeroporto da Portela. Desta vez, a avó não estava à nossa espera nas chegadas. Os meus filhos começaram por não aceitar bem esta diferença, mas depois de lhes explicar com calma que a avó estava doente e que os esperava em casa, compreenderam bem. O reencontro com a avó foi muito emotivo. A satisfação da minha mãe era notória. As vozes e agitação dos netos (que para mim eram uma preocupação) soube-lhe a renovo de forças para continuar a sua luta. Ao longo do fim-de-semana, perguntei-lhe diversas vezes se queria que encostasse a porta do seu quarto (por causa do barulho das crianças), mas respondia-me sempre que a deixasse aberta, pois queria muito ouvir aquelas vozes. Os meus filhos enfiavam-se na sua cama e pediam-lhe histórias. Acedeu sempre, apesar do cansaço. O bebé encostava-se ao seu peito, como se lhe estivesse a dar um abraço, enquanto ela o beijava sem fim. Apesar do pouco apetite, comeu profiteroles com baba de camelo, como boa apreciadora de doces que é. Deu-me um casaco de padrão leopardo (bem ao seu gosto) e pediu-me que fosse mais vaidosa :). São momentos que trouxe comigo e guardo no coração. Desde então, sempre que lhe telefono, a sua voz é outra. Diz que o Natal lhe devolveu a vontade de viver. Continua em tratamentos intensivos. Acredita que vai correr tudo bem. Continuo a pedir orações pela minha mãe (Celeste). Que o Senhor a fortaleça nesta luta. Foi um Natal inesquecível.
4 comentários:
Continuo a orar. Um beijinho
Continuo a orar pela mãe Celeste. Senhor abençoe e fortaleça.
Beijinho, querida Adriana. Oramos todos os dias pela tua mãe, os miúdos já nãos e esquecem da Celeste!
Continuamos convosco, Adriana.
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