3 de janeiro de 2012

2011 - testemunho

2011 foi um ano que não iremos esquecer. Deus permitiu que passássemos por situações muito difíceis para aprendermos mais sobre dependência e sobre a Sua fidelidade. Depois de termos ponderado muito e orado sobre o assunto, candidatei-me a um novo emprego, pois o meu contrato de trabalho ía caducar e não existiam garantias de renovação. Foi uma decisão difícil, pois estava há 5 anos no mesmo emprego e gostava imenso do que fazia. Fiquei selecionada, acordei a data em que iria começar e despedi-me do antigo trabalho. Estava, na altura, grávida de 8 meses. Foi então que aconteceu algo absolutamente inesperado. Aquilo que estava certo e acordado, de repente, por uma série de complicações que não vale a pena aqui descrever nem recordar, foi dado como não dito e só me foi permitido assumir novas funções 6 meses depois. Ou seja, à data em que o bebé nasceu eu não tinha nenhuma entidade patronal, perdendo assim todos os direitos relativos à maternidade. Perdi, igualmente, o acesso à proteção no desemprego, pois fui eu que tive a iniciativa de me despedir. Foi uma situação muito injusta. Assim, durante seis meses, vivemos apenas com o ordenado do meu marido. Nunca aqui falei disto. Aliás, não partilhámos esta situação com muita gente. Mas hoje podemos dar testemunho de que nunca nos faltou nada e que, pela graça de Deus, cumprimos sempre todos os nossos compromissos. Ao longo daquele tempo, Deus tocou no coração de diversas pessoas para nos abençoar, as quais nem imaginavam o que estavamos a passar. Todas as semanas, alguém nos batia à porta e partilhava connosco peixe, carne, legumes, até ofertas em dinheiro recebemos. Um dia, deixaram-nos um cabaz à porta de casa. Não sabemos quem foi, mas tinha de tudo, até coisas melhores do que as que costumamos comprar. Foi uma experiência muito forte de confiança na providência do Senhor. E, desde o início, algo que sentimos no coração foi o desejo de continuar a dar o dízimo como se nada tivesse acontecido. E até isso Deus nos ajudou a concretizar. Em Setembro comecei a trabalhar e, entretanto, no último mês do ano, dado o agravamento do estado de saúde da minha mãe, decidimos passar o Natal no Continente. Não tínhamos previsto esta despesa, mas comprámos as passagens (já só havia passagens pela tarifa mais alta) e lá fomos nós, por impulso do coração, com total desapego ao dinheiro. Pois bem, no dia 31, mesmo para terminar o ano, já nós tínhamos regressado aos Açores, uma pessoa que nos devia uma determinada quantia (há cerca de dois anos) pagou-nos esse valor e outra pessoa ofertou-nos, como prenda de Natal, mais algum dinheiro, perfazendo praticamente o total das passagens. Em 2011, aprendemos a viver de outra forma. Como alguém disse, “não ter dinheiro é muito libertador”. Tornámo-nos melhores mordomos daquilo que Deus nos dá. E percebemos que Deus é fiel e que a medida que ele usa é sempre abundante.

14 comentários:

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

Amén! Deus é bom e recompensa quem é fiel.

Vilma disse...

Deus é Fiel! E na verdade, são em situações assim que podemos ver a sua mão agir e colocar em prática a nossa confiança e dependencia Nele!
Obrigada por esta partilha!
Que Ele vos continue a abençoar! e a suprir!

Patrícia disse...

Maravilhoso...

Avozinha disse...

Deus continue a abençoar-vos!

Anónimo disse...

Esquecemos a graça de Deus. Eu também tive o privilégio de ter umas vida abundante quando estive desempregada.Sem bem o que sentes.

erva doce

Dulce disse...

Eu já disse que gosto muito de ti? E cada vez que leio estes teus textos percebo melhor porquê. Quando nos conhecemos?

Raquel Henriques disse...

Vivem-se coisas tão parecidas por cá... o Senhor é o mesmo, não é?
beijinhos

susana fraga disse...

Obrigado por este testemunho...eu sei, eu também teria o que contar quanto à sua fidelidade...Ele é fiel.

Adriana disse...

:) Dulce, vamos mesmo ter de combinar esse encontro. Talvez nas férias de verão... :)! Beijinhos, querida.

Patrícia disse...

Eu também quero ir conhecer a Dulce!!!

Sara Freitas disse...

Obrigada pela partilha, querida! Como é bom sentir a fidelidade do Senhor com tanta força e intensidade! (e apesar de todos os contras dessa situação tiveste um bónus maravilhoso: poder desfrutar mais do Tomás, se calhar mais do que aquilo que foi possível com qualquer um dos outros filhos bebés... como isso é precioso também!)

Adriana disse...

É verdade. Em tudo dai graças :)

Dulce disse...

Vem, Patrícia! Podemos combinar isso para Março, que tenho férias! Manda-me um mail para luzluzluz4@hotmail.com

Dulce disse...
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