12 de janeiro de 2012

Vacas magras

A primeira vez que ouvi a história de José foi através da Guida, uma empregada da sapataria da minha mãe. A Guida pertencia à Assembleia de Deus. Um dia, no armazém da loja, enquanto experimentava sapatos de salto alto (uma das minhas brincadeiras predilectas de criança), a Guida contou-me a história de José. “Sete vacas gordas e sete vacas magras”, nunca mais me esqueci. Em especial, ficou-me marcado que foi durante o período das “vacas magras” que aconteceu a parte mais bonita da história – o reencontro de José com os irmãos e a reconciliação.
Os dias que correm são de “vacas magras”. Os efeitos da crise que o país atravessa são sentidos de uma forma muito especial nos meios pequenos, como o Faial. Algumas famílias da igreja ponderam sair da ilha, em busca de melhores condições de vida. O trabalho escasseia, o número de desempregados aumenta, os preços são elevados, o ambiente de depressão emocional vai-se alastrando. O número de suicídios e de tentativas de suicídio que têm ocorrido nesta ilha tão pequena é inquietante. Mas é curioso, que é quando as coisas não nos correm bem, que percebemos que somos apenas “pó” e que nada está nas nossas mãos. E é nestes momentos de quebrantamento que Deus se revela. Não há volta a dar, fomos feitos para ter um relacionamento com Deus e enquanto não o tivermos seremos incompletos, insatisfeitos.
No domingo passado, a igreja estava completamente cheia. Praticamente todos os membros e congregados estavam presentes, para além de alguns visitantes. Que 2012 possa ser o ano da reconciliação de muitas vidas com Deus. Um ano rico espiritualmente, em tempo de vacas magras.

3 comentários:

Vilma disse...

Amem, Adriana!
É essa a visão que devemos ter. Que Ele abra os nossos olhos espirituais!

Beijinhos e que a Sua graça encha o teu coração!

Patrícia disse...

Lindo!

susanafraga disse...

Àmem àmem