22 de julho de 2010

Ilhéus

Certa vez ouvi alguém dizer que todos vivemos em "ilhas" e é verdade. Mesmo quem não vive numa ilha de facto, acaba por viver o seu dia-a-dia numa determinada zona, ter uma teia de contactos mais ou menos delimitada, criar as suas rotinas e é nessa "ilha" que se movimenta. Por vezes penso que os meus filhos, por viverem numa ilha, não têm acesso a shoppings (não existem por aqui), não podem ir a um MacDonald's (ídem), não têm rios, não vêem/não andam de combóio (também não os temos), etc, e fico um pouco preocupada. Há tempos, o meu filho fez-me um pedido impensável para uma criança do Continente: pediu-me que, um dia, o levasse a um "Pingo Doce", após ter ouvido pela 45ª vez aquele jingle agudérrimo da dita cadeia de supermercados. Porém, ao ler, por estes dias, no blogue de uma amiga minha (do Continente) que ofereceu à filha, como prenda pelo seu 5º aniversário, uma viagem de combóio (a sua 1ª viagem), respirei de alívio. Afinal, vivemos mesmo todos em "ilhas".

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