31 de janeiro de 2012

Casas dos Açores



Casa feitas de pedras vulcânicas e portas com uma janelinha quadrada. Gosto muito.

30 de janeiro de 2012

Festa no Céu

Ontem, durante a pregação, fiquei a tomar conta das crianças (a nossa igreja tem muitas crianças pequenas), no piso superior da igreja. A dada altura, já perto do final do culto, ouvi uma salva de palmas. Estremeci... Que se estaria a passar? Certamente não estariam a aplaudir o pastor... Quando desci com os meninos, um irmão que estava logo à entrada do salão de cultos, emocionado, contou-me que o José tinha recebido Jesus como seu Senhor e Salvador! Ainda ouvi a sua esposa a orar, visivelmente emocionada, pela concretização de um pedido que vinha fazendo a Deus há vários anos: a conversão do marido. O José, a seu lado, chorava. Há vários anos que assiste regularmente ao culto, mas nunca tinha tomado uma decisão. Louvado seja Deus! Mais um açoriano cujo nome foi inscrito no Livro da Vida! A Deus toda a Glória!

Sinceridade

Por estes dias, o meu filho trouxe umas palavras cruzadas como trabalho de casa. Cada palavra correspondia a uma imagem e uma das imagens era um retângulo preto com seis estrelinhas. Que palavra seria aquela? Estrelas? Estrelado? Seis? Nada encaixava, pois a palavra tinha de ter na sua composição “na-ne-ni-no-nu”. Vendo a tristeza do meu filho, que só lhe faltava aquela palavra para acabar o trabalho, fui à internet e pus-me a pesquisar palavras com “na-ne-ni-no-nu”… uma tarefa interminável…. Passado um bom bocado, já com os olhos a doer, descobri a palavra certa: NOITE! Foi uma festa, ficámos felicíssimos e o meu filho lá concluiu o trabalho. No dia seguinte (esta parte foi-me contada pelo meu filho), quando a professora perguntou se alguém tinha descoberto aquela palavra, o meu filho, todo contente, disse: “É noite!” A professora confirmou que era essa a palavra correta e o meu filho respondeu entusiasticamente: “Boa! A minha mãe acertou!” :)

24 de janeiro de 2012

Boas notícias

A comunidade baptista assinalou este fim-de-semana a consagração de um novo pastor, o Tiago Cavaco, um bom amigo nosso, e a passagem da Missão em São Domingos de Benfica a Igreja.
Já agora, permitam-me completar a notícia, aqui fazendo jus à “classe” a que pertenço :) dizendo que este fim-de-semana fica também marcado pelo surgimento de uma valiosa esposa de pastor, uma mulher de Deus que muito aprecio: a querida Ana Rute.
Estamos todos mais ricos.
(Que Deus muito abençoe a vossa família e Igreja)

23 de janeiro de 2012

Mãe

…e duas semanas depois, os valores das análises da minha mãe voltam a permitir-lhe retomar a quimioterapia. Foi hoje novamente internada no IPO. Agradeço a todos os que oram connosco por ela. Um dia de cada vez.

20 de janeiro de 2012

:)

Depois de 2 filhos que celebraram ambos o seu 1º aniversário absolutamente desdentados, o nosso mais novo quebrou a tradição e eis que, aos 9 meses de vida, revelou o seu 1º dente! Venham os bifes!

16 de janeiro de 2012

Filhos do coração (muito bonito)

- Mãe, se eu tivesse estado na tua barriga, gostava mais de mim?
- Não, meu filho, porque haveria de gostar? Tu estiveste dentro de mim, no meu pensamento e no meu coração.
- O meu desejo de te ter, de te pegar, de ver o teu rosto era tão grande como uma barriga de grávida.


- O Pai não engravida, no entanto, ama os filhos desde o primeiro momento, e para sempre.


(Tirado de: "Grávida no Coração", de Paula Pinto da Silva / Ilustrações de Gémeo Luís)

13 de janeiro de 2012

Tudo a Seu tempo

Por estes dias, estava a trabalhar e, de repente, apercebi-me desta feliz coincidência. Já nem me lembrava disto, mas, há sete anos atrás, quando cheguei à Ilha, fui dar o meu nome para efeitos de emprego. Recordo-me de estar sentada numa pequena sala, com um funcionário desse serviço, a dar-lhe os meus dados e currículo. A sua resposta foi a seguinte: “Ficamos aqui com os seus dados, mas digo-lhe de antemão que dificilmente irá ser chamada, pois tem habilitações a mais.” Uma resposta nada animadora. Hoje, passados todos estes anos, a sala onde se passou aquele episódio (e que entretanto já não é daquele serviço) é precisamente a sala onde eu trabalho. E tenho as habilitações exatas e ajustadas para o trabalho que desenvolvo. Como a vida dá voltas…

Pormenores




Meia-cortina em janelas de guilhotina. Gosto muito. (casas típicas dos Açores)

12 de janeiro de 2012

Vacas magras

A primeira vez que ouvi a história de José foi através da Guida, uma empregada da sapataria da minha mãe. A Guida pertencia à Assembleia de Deus. Um dia, no armazém da loja, enquanto experimentava sapatos de salto alto (uma das minhas brincadeiras predilectas de criança), a Guida contou-me a história de José. “Sete vacas gordas e sete vacas magras”, nunca mais me esqueci. Em especial, ficou-me marcado que foi durante o período das “vacas magras” que aconteceu a parte mais bonita da história – o reencontro de José com os irmãos e a reconciliação.
Os dias que correm são de “vacas magras”. Os efeitos da crise que o país atravessa são sentidos de uma forma muito especial nos meios pequenos, como o Faial. Algumas famílias da igreja ponderam sair da ilha, em busca de melhores condições de vida. O trabalho escasseia, o número de desempregados aumenta, os preços são elevados, o ambiente de depressão emocional vai-se alastrando. O número de suicídios e de tentativas de suicídio que têm ocorrido nesta ilha tão pequena é inquietante. Mas é curioso, que é quando as coisas não nos correm bem, que percebemos que somos apenas “pó” e que nada está nas nossas mãos. E é nestes momentos de quebrantamento que Deus se revela. Não há volta a dar, fomos feitos para ter um relacionamento com Deus e enquanto não o tivermos seremos incompletos, insatisfeitos.
No domingo passado, a igreja estava completamente cheia. Praticamente todos os membros e congregados estavam presentes, para além de alguns visitantes. Que 2012 possa ser o ano da reconciliação de muitas vidas com Deus. Um ano rico espiritualmente, em tempo de vacas magras.

11 de janeiro de 2012

Mãe

As pessoas do Faial conseguem antever o tempo que irá fazer no dia seguinte, olhando para o aspecto da montanha da Ilha do Pico. Se tem nuvens a tapar, ou se está destapada, se está “perto” (vista muito nítida), tudo isto tem um significado. São antevisões meteorológicas muito do âmbito do senso comum, creio eu, mas por vezes até bate certo. E uma das coisas que se diz é que quando o Pico tem um chapéu de nuvens (como na imagem acima), vai estar mau tempo no dia seguinte. E é verdade. Pode estar um dia de sol a raiar, e nós a vermos esta imagem lindíssima da montanha com o chapéu, que no dia seguinte lá vem o mau tempo. Falo desta imagem porque é assim que me tenho sentido nos últimos dias, com um “chapéu de nuvens” sobre a minha cabeça. Peço a Deus que essas nuvens não se precipitem sobre mim, mas que se dissipem pelo céu, para que o dia de amanhã seja de bom tempo.
(A minha mãe teve de fazer uma paragem forçada na quimioterapia porque os valores das análises não lhe permitem, para já, continuar. Oramos por fortalecimento, ânimo e uma reviravolta.)

9 de janeiro de 2012

Sinceridade 1

Na consulta de ortopedia, o médico chama o meu filho para entrar. Este levanta-se, acompanhado do pai, e dirige-se para o gabinete do médico. “Já tinha chamado uma vez, mas não estavam.” – disse o médico. Resposta do meu filho: “Ah, nós fomos só fazer um lanchinho!”

Sinceridade 2

Há dias fui ao dentista e levei o meu filho comigo. Quando o dentista se preparava para começar a fazer o tratamento, coloca uns óculos de proteção todos bonitos, e vai o meu filho e diz muito depressa: “Olha, tens uns óculos iguais aos do rapaz que nos vai cortar a relva!”

3 de janeiro de 2012

2011 - testemunho

2011 foi um ano que não iremos esquecer. Deus permitiu que passássemos por situações muito difíceis para aprendermos mais sobre dependência e sobre a Sua fidelidade. Depois de termos ponderado muito e orado sobre o assunto, candidatei-me a um novo emprego, pois o meu contrato de trabalho ía caducar e não existiam garantias de renovação. Foi uma decisão difícil, pois estava há 5 anos no mesmo emprego e gostava imenso do que fazia. Fiquei selecionada, acordei a data em que iria começar e despedi-me do antigo trabalho. Estava, na altura, grávida de 8 meses. Foi então que aconteceu algo absolutamente inesperado. Aquilo que estava certo e acordado, de repente, por uma série de complicações que não vale a pena aqui descrever nem recordar, foi dado como não dito e só me foi permitido assumir novas funções 6 meses depois. Ou seja, à data em que o bebé nasceu eu não tinha nenhuma entidade patronal, perdendo assim todos os direitos relativos à maternidade. Perdi, igualmente, o acesso à proteção no desemprego, pois fui eu que tive a iniciativa de me despedir. Foi uma situação muito injusta. Assim, durante seis meses, vivemos apenas com o ordenado do meu marido. Nunca aqui falei disto. Aliás, não partilhámos esta situação com muita gente. Mas hoje podemos dar testemunho de que nunca nos faltou nada e que, pela graça de Deus, cumprimos sempre todos os nossos compromissos. Ao longo daquele tempo, Deus tocou no coração de diversas pessoas para nos abençoar, as quais nem imaginavam o que estavamos a passar. Todas as semanas, alguém nos batia à porta e partilhava connosco peixe, carne, legumes, até ofertas em dinheiro recebemos. Um dia, deixaram-nos um cabaz à porta de casa. Não sabemos quem foi, mas tinha de tudo, até coisas melhores do que as que costumamos comprar. Foi uma experiência muito forte de confiança na providência do Senhor. E, desde o início, algo que sentimos no coração foi o desejo de continuar a dar o dízimo como se nada tivesse acontecido. E até isso Deus nos ajudou a concretizar. Em Setembro comecei a trabalhar e, entretanto, no último mês do ano, dado o agravamento do estado de saúde da minha mãe, decidimos passar o Natal no Continente. Não tínhamos previsto esta despesa, mas comprámos as passagens (já só havia passagens pela tarifa mais alta) e lá fomos nós, por impulso do coração, com total desapego ao dinheiro. Pois bem, no dia 31, mesmo para terminar o ano, já nós tínhamos regressado aos Açores, uma pessoa que nos devia uma determinada quantia (há cerca de dois anos) pagou-nos esse valor e outra pessoa ofertou-nos, como prenda de Natal, mais algum dinheiro, perfazendo praticamente o total das passagens. Em 2011, aprendemos a viver de outra forma. Como alguém disse, “não ter dinheiro é muito libertador”. Tornámo-nos melhores mordomos daquilo que Deus nos dá. E percebemos que Deus é fiel e que a medida que ele usa é sempre abundante.