9 de julho de 2010

A coroa - parte 2

No dia seguinte, pela hora do almoço, pegou na coroa e foi levá-la a casa de outra família. Pelo caminho pensava na “sorte” daquela família que iria acolher a coroa. O açoriano sente que as coisas são “diferentes” quando têm a coroa na sua casa. Tudo corre “melhor”. Bateu à porta, entrou e convidaram-no a sentar. Nisto, os vizinhos dizem-lhe algo que nunca esperou ouvir na vida e que o deixa sem reacção. A vizinha, num tom calmo e educado, diz-lhe estas palavras: “Nós agradecemos, mas não vamos poder receber mais a coroa. Nós já não somos da tua religião. Convertemo-nos a Cristo e seguimos agora apenas o que está na Bíblia”. Acabando de dizer isto, aquela senhora abriu a sua Bíblia, leu-lhe o Salmo 115 (”Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens”) e falou-lhe um pouco do amor de Jesus. Enquanto ouvia aquela senhora, aquele homem, de tempos a tempos, passava as mãos pelos braços, de tão arrepiado que se sentia. Ela não lhe falava de rituais, nem de sacrifícios. Ela falava-lhe da transformação interior que ocorreu na sua vida, quando se converteu a Cristo. Ela partilhava com ele como Deus a transformara de uma pessoa infeliz para uma pessoa plena de alegria, paz e confiança. “A senhora deixa-me todo arrepiado quando fala”, disse, por fim, aquele homem, com os olhos brilhantes de água. Naquele dia, percebeu que os açorianos estão a mudar. Nem todos se identificam com o culto ao “Divino”. Cada vez mais, os açorianos desejam conhecer o que está para além das tradições herdadas dos seus antepassados e procuram o Deus vivo, o Deus da Bíblia. Nesse dia, aquele homem voltou para sua casa com a coroa numa mão e com um livro sobre Salvação, na outra. Uma decisão vai ter de tomar.
(História verídica)
(obrigada M., por me teres ajudado a poerceber melhor o sentimento dos açorianos em relação a esta tradição)

3 comentários:

Avozinha disse...

Num tempo em que se acha tanta graça aos ritos, festas e costumes é muita coragem da tua parte denunciar o que não deixa de ser idolatria, cultura e folclore à parte.
Tenhamos todos coragem de descobrir e denunciar a idolatria que possa invadir a nossa vida. Obrigada.

vera disse...

Esse senhor vai descobrir o caminho correcto e que o deixe mais feliz :)

Pedro Leal disse...

Respeito pelas pessoas e tradições, irredutibilidade com a idolatria. Como diz a avozinha, esta história é um excelente exemplo.