- “Está melhor? … Está melhor?...” – perguntava-me um rosto distorcido, envolvido numa neblina brilhante que, aos poucos voltava à sua forma normal. Era a voz de um enfermeiro, que me segurava os pés no ar. Ao seu lado outro rosto, o do médico. “Ah, já está a voltar” – disse ele. Foi então que me apercebi que estava deitada no chão da sala de tratamentos onde os meus filhos estavam a ser assistidos. Tinha perdido os sentidos. Ao tomar consciência da minha figurinha, sussurrei as seguintes palavras: “Que vergonha…”
-“Não se preocupe! É normal… foi um susto grande…” – consolavam-me eles. “Agora fique aqui deitada nesta maca que nós vamos ficar com a custódia dos seus filhos por um bocadinho”.
Enquanto estava ali deitada, branca como a cal, recordei o episódio que me tinha trazido àquele hospital. Enquanto terminava o almoço, os meus filhos brincavam no quarto. O meu marido estava na Ilha Terceira. A certa altura (soube mais tarde pelo meu filho), a minha filha lembrou-se de trepar a cómoda da roupa para tentar alcançar o aquário do peixe, que estava por cima. Nisto, ouvi um estrondo monumental, seguido de muitos gritos. Corri para o quarto e vejo a cómoda da roupa tombada sobre os dois. O aquário em mil pedaços. Só via as pernas do meu filho a sair debaixo da cómoda e a minha filha nem se via. Puxo o meu filho para fora e apercebo-me logo que tinha vários cortes nas pernas. Depois, começo a revirar as gavetas (cheias de roupa) e encontro a minha filha debaixo de uma delas. Tinha um vidro enorme no pescoço e sangue. Retiro-lhe o vidro e examino rapidamente o seu pescoço, mas não encontro nenhum corte. Pouco depois, descobri que o sangue vinha da cabeça, onde tinha um golpe. Corro para o telefone para pedir socorro ao meu irmão (graças a Deus por ele estar aqui nos Açores). As mãos tremiam-me tanto que mal conseguia marcar o seu número. Em poucos minutos, chegou a minha casa. “- Ai, o meu amigo peixe!... O meu rico amigo!” – gritava o meu filho em prantos no meio da confusão. Ao ouvi-lo dizer isto, o meu coração doía, pois comprámos o peixe há pouco tempo, em substituição de outro que morreu, para grande desgosto do meu filho. “Paciência”, pensei. Rumámos para o hospital e fomos atendidos de imediato. Os cortes não eram fundos, não levaram pontos, tudo se tratou com aquela “cola” milagrosa que agora aplicam nestas situações. E foi quando vi os meus filhos entregues nas mãos dos profissionais de saúde, livres de perigo, a serem tratados, que a minha cabeça começou a rodar, a rodar e as minhas forças se esgotaram.
Ao rever este episódio, deitada naquela maca, agradeci a Deus pelo seu livramento. Podia ter sido muito pior. Mas Deus cuidou de todos. Até do peixe! É que, ainda não contei, mas, quando o meu irmão chegou a minha casa, foi ao quarto e, no meio dos destroços, lá encontrou o peixinho, sobre um vidro, com um pequeno corte na barbatana, mas ainda a saltitar! Colocou-o numa taça com água e lá está ele, vivo e de boa saúde! Até deste pormenor (tão importante para o meu filho) o Senhor cuidou.
Por fim, quando saímos do hospital, cada um com um balão e uma seringa de oferta (todos contentes), o médico despediu-se de nós da seguinte forma: “As melhoras! E se o peixe precisar, traga-o também!” (lol)
-“Não se preocupe! É normal… foi um susto grande…” – consolavam-me eles. “Agora fique aqui deitada nesta maca que nós vamos ficar com a custódia dos seus filhos por um bocadinho”.
Enquanto estava ali deitada, branca como a cal, recordei o episódio que me tinha trazido àquele hospital. Enquanto terminava o almoço, os meus filhos brincavam no quarto. O meu marido estava na Ilha Terceira. A certa altura (soube mais tarde pelo meu filho), a minha filha lembrou-se de trepar a cómoda da roupa para tentar alcançar o aquário do peixe, que estava por cima. Nisto, ouvi um estrondo monumental, seguido de muitos gritos. Corri para o quarto e vejo a cómoda da roupa tombada sobre os dois. O aquário em mil pedaços. Só via as pernas do meu filho a sair debaixo da cómoda e a minha filha nem se via. Puxo o meu filho para fora e apercebo-me logo que tinha vários cortes nas pernas. Depois, começo a revirar as gavetas (cheias de roupa) e encontro a minha filha debaixo de uma delas. Tinha um vidro enorme no pescoço e sangue. Retiro-lhe o vidro e examino rapidamente o seu pescoço, mas não encontro nenhum corte. Pouco depois, descobri que o sangue vinha da cabeça, onde tinha um golpe. Corro para o telefone para pedir socorro ao meu irmão (graças a Deus por ele estar aqui nos Açores). As mãos tremiam-me tanto que mal conseguia marcar o seu número. Em poucos minutos, chegou a minha casa. “- Ai, o meu amigo peixe!... O meu rico amigo!” – gritava o meu filho em prantos no meio da confusão. Ao ouvi-lo dizer isto, o meu coração doía, pois comprámos o peixe há pouco tempo, em substituição de outro que morreu, para grande desgosto do meu filho. “Paciência”, pensei. Rumámos para o hospital e fomos atendidos de imediato. Os cortes não eram fundos, não levaram pontos, tudo se tratou com aquela “cola” milagrosa que agora aplicam nestas situações. E foi quando vi os meus filhos entregues nas mãos dos profissionais de saúde, livres de perigo, a serem tratados, que a minha cabeça começou a rodar, a rodar e as minhas forças se esgotaram.
Ao rever este episódio, deitada naquela maca, agradeci a Deus pelo seu livramento. Podia ter sido muito pior. Mas Deus cuidou de todos. Até do peixe! É que, ainda não contei, mas, quando o meu irmão chegou a minha casa, foi ao quarto e, no meio dos destroços, lá encontrou o peixinho, sobre um vidro, com um pequeno corte na barbatana, mas ainda a saltitar! Colocou-o numa taça com água e lá está ele, vivo e de boa saúde! Até deste pormenor (tão importante para o meu filho) o Senhor cuidou.
Por fim, quando saímos do hospital, cada um com um balão e uma seringa de oferta (todos contentes), o médico despediu-se de nós da seguinte forma: “As melhoras! E se o peixe precisar, traga-o também!” (lol)
7 comentários:
Bem, sem palavras... a meio as lágrimas saltaram teimosas.. nem imagino o teu susto.. Graças a Deus foi mesmo "só" um grande susto. Louvado seja o Senhor!
Que horror!!!
Graças a Deus que está tudo bem!
Oh, Adriana! :(
Mas que bom que está tudo bem, agora! :)
Quando comecei a ler questionei-me sobre se seria algum trecho de algum livro, como ultimemente tens posto aqui, mas as coincidências com a tua história pessoal eram demasiadas...;) Estou tão contente por estarem bem!!
Ufa! Graças a Deus que está tudo bem!
Dulce: lol :) Um dia ainda escrevo um livro ;)
Deus é mto Bom!!! Que susto,Adriana... Beijinhos p tdos!
Que grande aflição,minha querida,que bom que tudo terminou bem! Que bênção o teu irmão estar por perto!
Também fiquei com os olhos cheios de lágrimas,nós só queremos que os nossos filhos fiquem bem e o resto fica para depois,até as nossas próprias reacções de susto. As mamãs são assim...
Que o Senhor vos continue a guardar!
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