Ela guardava religiosamente um bilhete que uma vez lhe escrevi no dia da mãe (era eu uma miúda) que dizia: "Para mim, és como uma segunda mãe." De vez em quando, ela ía buscar aquele bilhete e lia-mo, com os olhos marejados. Era tão querida! Das coisas mais engraçadas que me recordo dela, era quando começava a orar, antes de comer, ou antes de dormir, sem avisar ninguém, atropelando, assim, quem estivesse a falar nesse momento. "Ó Senhor...", era assim que começava sempre. Dizem que dela herdei a característica de ser poupada. Lembro-me de pensar que um dia que ela partisse as suas filhós íam partir com ela. E assim foi. Ninguém na família as sabe fazer com o mesmo sabor. Não chegou a saber que tem um bisneto açoriano. Tenho a certeza de que ela ía gostar muito de saber que o seu neto mais novo se baptizou há dias na sua igreja. Já lá vão três anos que ela está com o Senhor, o seu Senhor! E nós, seus descendentes, continuamos a recordá-la com muito amor e gratidão pela pessoa que foi.
3 comentários:
Se alguém um dia me recordar assim, tirando as filhós que não sei fazer, certamente que estarei muito feliz lá no céu.
Tenho tantas saudades da avó! Já me puseste a chorar!
njbryhNo baptismo do Martim, o pastor, ao orar, disse para Jesus dizer à avó o que se estava ali a passar pq ela iria ficar mt feliz, claro que, ao olhar para o lado, vi as lágrimas de algumas irmãs que me acompanhavam neste momento de grande felicidade.
Lembro tb o culto de memória da avó, cada hino, cada palavra... Faz-me mta falta. As mães nunca deviam morrer.
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