27 de março de 2008
A 10ª viagem
A minha tão desejada viagem de regresso a casa aconteceu, finalmente, hoje ao final da manhã. Um dia lindíssimo, com o céu praticamente limpo, proporcionou-me um regresso tranquilo ao Faial.
Comigo viajou um caricato grupo de idosos micaelenses, que estava a fazer "turismo sénior". Quando o avião aterrou, escaparam-me algumas lágrimas dos olhos. Lágrimas de alívio, de sentimento de missão cumprida e, acima de tudo, de muita gratidão a Deus por me ter protegido, bem como à Mariana. Nisto, a voz de uma idosa ecoou bem alto por todo o avião, dizendo: "Obrigada, Senhor, pela boa viagem que me deste!" De imediato, toda aquela gente deu uma forte salva de palmas (ao Senhor), concordando com as palavras da senhora. Olho para um idoso que estava ao meu lado e vejo-o com os olhos marejados e o nariz muito vermelho, da emoção. Uma outra idosa, do outro lado do corredor, dizia feliz "desta vez não desmaiei!". Achei tanta graça a estes idosos. Católicos, certamente.
No aeroporto esperavam-me os meus rapazainhes, de quem não quero pensar em separar-me nos próximos meses. Enfim, tudo terminou bem.
(Muito obrigada pelas vossas orações)
Santa Maria

Uma sala bem composta esperava-me com muita expectativa. No final, uma senhora, talvez na casa dos sessenta anos, levantou-se com um sorriso rasgado, e começou a caminhar muito depressa na minha direcção, já com os braços semi-abertos, para me abraçar. Quando me alcançou, espalmou-me contra si num afectuoso abraço, deu-me dois valentes beijos, ao mesmo tempo que me dava festinhas nas costas, e agradeceu-me imenso pela informação que ouviu naquela noite. Disse-me, ainda, assim: "Quando vir uma casa branca, com uma palmeira à frente e dois anjinhos ao lado da porta, pode entrar à vontade, que é a minha casa e será muito bem recebida!" Que amor de senhora!
Para além do calor humano, pude perceber que Santa Maria é nalgumas coisas diferente das restantes ilhas. Tem praias de areia branca (é a única ilha que não tem origem vulcânica), e pareceu-me que a arquitectura e a vegetação são um pouco diferentes. Tem também um café que às onze da noite ainda serve pizzas, o que é inpensável no Faial. Gostei muito da experiência e fiquei com vontade de lá voltar. Quem sabe...
25 de março de 2008
Ponta Delgada

Agradeço muito a Deus ter-me voltado a dar bom tempo para viajar, depois de um fim-de-semana muito ventoso e com alguma chuva. O esforço que tenho feito nestes últimos dias está a ter como consequência uma dor terrível na minha perna esquerda (poderá ser até uma inflamação do nervo ciático) que me limita imenso os movimentos. Resumindo, estou coxa (bem coxa).
Logo à tarde, viajo para Santa Maria e amanhã regresso (finalmente) a casa.
Só faltam mais 3 viagens. Sete já estão. E até aqui me ajudou o Senhor.
24 de março de 2008
Coisas boas que se perderam...
Que pena que os spots de boa noite de hoje em dia já não aconselhem as crianças a "rezar" a Jesus, como neste de 1972. Era um conselho bem mais sábio e importante para a "saúde" das crianças do que aquele que optaram por manter: o de lavar os dentes.
22 de março de 2008
A mais importante das datas
Hoje, um menino de 6 anos disse-me, na sua pureza, estas palavras: "Amanhã, vou à missa (referindo-se ao culto de Páscoa) porque vão dar amêndoas às crianças!" Achei delicioso...
A ti, menino, te digo: que a igreja possa ser sempre esse lugar onde recebes coisas doces, como eu tenho recebido ao longo da minha vida. E que, um dia, possas perceber que, para além das amêndoas, Páscoa é isto: Jesus, por amar-te tanto, entregou-se por ti e agora espera que tu também te entregues a Ele, em amor.
(uma Páscoa abençoada para todos os que aqui passam)
21 de março de 2008
Graciosa

Nesta deslocação, ofereceram-me duas dúzidas de queijadas da Graciosa. Deliciosas, frequinhas, em forma de estrela.
Seis viagens estão feitas. Todas muito abençoadas, à excepção de uma descida turbulenta na Terceira que me fez gelar as mãos. Já passou. Para a semana há mais. Mais quatro. Agradeço de coração a todos que têm pedido a Deus por mim.
19 de março de 2008
São Jorge

Cerca de dois anos e meio depois, e mais uma vez grávida de sete meses, regresso à Ilha de São Jorge. A primeira vez que aqui vim, não foi pelos melhores motivos. Foi neste dia. Desta vez, vim a trabalho, mas igualmente barriguda. A ilha é linda. Arrebatadora mesmo. No aeroporto, apanhei um táxi com mais um taxista suis generis, que me deixou bem disposta o resto do dia. "Leve-me, por favor, para o Hotel que fica na Rua..." - disse-lhe eu. Mas, sem me deixar concluir, respondeu-me: "Escusa de continuar, senhora. Só há cá um Hotel." E, logo de seguida, disse-me assim: "Sabe, quem corta o cabelo no barbeiro das Velas, corta-o no melhor barbeiro. Só há um." Tive de me rir... Que gente tão simpática esta!
Conversámos um bocadinho e, a certa altura, o taxista perguntou-me: "A senhora é de que ilha?" Respondo-lhe que sou continental, mas que vivo há 3 anos no Faial. "Continental?"- diz espantado. "É que a senhora tem pronúncia de cá!"
(Pronúncia, eu??? Adriana, toma lá que já almoçaste. Não te cuides não...)
Tratamento de choque

Duas já estão feitas e agradeço muito a Deus porque foram calmíssimas. Restam-me oito.
(Agradeço as vossas orações)
Tribulações
Na vida, há situações muito difíceis de passar. E, normalmente, quando acho que já são suficientemente difíceis, ainda se costumam complicar um pouco mais. Só para que, mais à frente, possa perceber o propósito de Deus e crescer no amor por Ele. Numa altura em que já estávamos a atravessar por lutas grandes, bem difíceis, recebemos, na mesma semana, duas notícias perturbadoras: uma relativa ao meu emprego e outra relativa à nossa casa. Relativamente ao meu emprego, fiquei a saber que não é possível renovarem-me mais o contrato nos termos em que está feito. Resta-me agora esperar uma solução que até poderá vir a traduzir-se num vínculo mais estável, ou, caso não seja possível, confiar no suprimento do Senhor. Em relação à casa, avizinha-se necessariamente mais uma mudança (a nossa 6ª mudança...), uma vez que o nosso senhorio não poderá passar-nos mais recibos. Ao saber disto, o meu marido, numa tentativa de nos animar, saiu-se com esta :"Já não mudávamos de casa há quase um ano!". Tive de sorrir... Tudo isto aos meus quase sete meses de gravidez. É duro, mas sabemos que há um propósito de Deus por detrás de tudo isto. Acreditamos que tudo vai contribuir para o nosso bem, como a Palavra nos assegura. Que assim seja.
11 de março de 2008
Problemas bons
Nunca tinha presenciado numa igreja algo semelhante ao que aconteceu ontem aqui na Horta. Os copos da Ceia do Senhor não chegaram para todas as pessoas. A solução encontrada foi fazer os casais dividirem o mesmo copo. É uma alegria viver um “constrangimento” destes em pleno acto solene, tendo em atenção o profundo significado que ele envolve. A igreja da Horta vai ter de pensar seriamente em comprar mais um andar de copos. E ainda bem que assim é.
Festa no Céu

7 de março de 2008
Toda a Verdade
Há que ser honesto nesta vida e, sinceramente, não posso receber os elogios carinhosos que me fizeram no post abaixo (da barriga) sem este esclarecimento: não é por acaso que no post apenas refiro o peso da Mariana e nada digo a respeito do meu peso. Para que tenham uma ideia da minha elegância, quando subi à balança, na minha última consulta, o comentário da enfermeira foi o seguinte: “Andou a comer pedras?” Escusado será dizer que o obstetra me mandou fazer uma dieta e esquecer a massa sovada, inhames e afins.
(Aguenta-te, Adriana)
(Aguenta-te, Adriana)
6 de março de 2008
Música para a "Mi-ana"
Ultimamente, o meu filho deu em chegar perto de mim, destapar-me a barriga e começar a tocar flauta para a “Mi-ana” (Mariana). Digo “tocar flauta” com muita generosidade, pois os sons que saem daquela flauta são tão agudos e ensurdecedores que só com muito amor e compreensão é que os conseguimos suportar.
Durante vários dias, interroguei-me acerca da origem desta ideia do meu filho tocar flauta para a irmã, até que descobri, enquanto lhe contava a história do “nascimento”, uma imagem que tornou tudo claro como água…
Durante vários dias, interroguei-me acerca da origem desta ideia do meu filho tocar flauta para a irmã, até que descobri, enquanto lhe contava a história do “nascimento”, uma imagem que tornou tudo claro como água…
4 de março de 2008
Palavras que nunca te direi
Há dias, estava a conversar ao telefone com uma querida irmã e, no final da conversa, ela despediu-se assim de mim: “Foi muito bom para mim tê-la conhecido”. Ela estava muito doente e, naquela altura, chegou a ver o final dos seus dias muito perto. Essa circunstância, fê-la verbalizar palavras que, normalmente, costumamos guardar só para nós. Ela quis que eu soubesse que tinha sido importante conhecer-me, antes que não tivesse mais nenhuma oportunidade de o dizer.
Nenhum de nós sabe quando chegará o seu último dia neste mundo, mas temos a tendência de viver a pensar que esse momento ainda está muito distante, ou que, com sorte, talvez nem nunca chegue. E quando pensamos assim, as palavras boas poderão ficar fechadas a sete chaves e, no seu lugar, darmos largas às palavras más. Para quê? A vida aqui é tão breve…
A minha irmã melhorou e, pela graça de Deus, no domingo já esteve connosco no culto, a dar testemunho. Mas, quando o Senhor a tomar ou quando eu partir, pelo menos, tenho a certeza dos sentimentos bons que ela tinha por mim. E que são recíprocos.
Nenhum de nós sabe quando chegará o seu último dia neste mundo, mas temos a tendência de viver a pensar que esse momento ainda está muito distante, ou que, com sorte, talvez nem nunca chegue. E quando pensamos assim, as palavras boas poderão ficar fechadas a sete chaves e, no seu lugar, darmos largas às palavras más. Para quê? A vida aqui é tão breve…
A minha irmã melhorou e, pela graça de Deus, no domingo já esteve connosco no culto, a dar testemunho. Mas, quando o Senhor a tomar ou quando eu partir, pelo menos, tenho a certeza dos sentimentos bons que ela tinha por mim. E que são recíprocos.
1 de março de 2008
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