11 de novembro de 2006

Depois do pesadelo

Há dias sonhei que se se deu um terramoto e eu andava aflita à procura do meu marido e do meu filho. É o que faz ouvir tantas histórias acerca do sismo de 98 que arrasou, diz-se, 70% do Faial.
Para viver nos Açores é preciso ter fé. As tempestades que por vezes assolam estas ilhas, os terramotos, os vulcões, são tudo coisas que fazem com que os açorianos sejam pessoas voltadas para Deus. De que nos vale a nossa força e sabedoria humana perante uma catástrofe da natureza? Só Deus para nos acudir. Assim se explica a força da religião neste lugar, que com a ajuda da insularidade tornou os Açores, ao longo dos tempos, num "oásis do catolicismo".
Hoje, as coisas começam a mudar, principalmente a nível das camadas mais jovens, mas ainda há marcas fortes desta tradição. Recordo-me de, certa vez, estar com o meu filho na pastelaria e de uma senhora, que se meteu com ele, perguntar-me "ele já foi baptizado?". Em Lisboa talvez me perguntasse "como se chama o menino?", ou, "quantos mesinhos tem?", mas nunca se já tinha sido baptizado.
No entanto, outra coisa que se pode perceber depresa é que ser religioso não significa ser feliz. Por exemplo, o número de divóricos neste lugar é impressionante. É visível que as pessoas estão à procura de conhecer Deus de uma forma mais real e íntima. Por isso, quando se entregam a Jesus, transferem aquela "fé" com que já se nasce neste lugar, para o Senhor e são crentes muito fiéis. Que Deus nos continue a ajudar a transmitir a verdadeira fé a estas pessoas tão queridas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ai! Deus vos livre de uma catástrofe dessas!